Anguilla

ANGUILLA: praias, o que fazer, onde ficar, como ir

Tranquilidade em uma ilha britânica no Caribe com os “melhores” tons de azul
Publicado em:

Quando fui a Anguilla: Fevereiro de 2016

Quanto tempo: 3 dias

Falar que uma ilha do Caribe tem mar azul turquesa chega a ser um pleonasmo, e durante uma viagem de 20 dias pela região, as belas praias acabam se tornando bastante parecidas depois de tanta água de cor impressionante. Mesmo assim, as praias de Anguilla conseguem se destacar em meio a tanto lugar fotogênico. Com o mar com os “melhores” tons de azul entre os países visitados na região, esse território ultramarino britânico (faz parte das British West Indies) é um paraíso ideal para quem busca tranquilidade e sossego em um lugar com ritmo bem caribenho.

Durante os três dias que fiquei lá em fevereiro de 2016, a programação se resumia basicamente a praia e mais praia, com poucas pessoas pelas ruas e quase nenhuma outra atração (e precisa de mais?), fazendo até parecer que Saint Martin/Sint Maarten, Saint Barth e Jamaica, países visitados neste mesmo mochilão, são agitadíssimos (veja o roteiro completo de 20 dias no Caribe). Anguilla muitas vezes é visitada em um day-trip a partir de Saint Martin, mas acho que fica muito corrido. O conselho é passar no mínimo uma noite, para aproveitar melhor e com mais calma.

Shoal Bay East é o cartão-postal de Anguilla, praia que já foi escolhida algumas vezes por revistas especializadas como uma das melhores do mundo. Mas podemos colocar pelo menos mais duas ou três de lá no mesmo patamar, difícil dizer qual é a mais bonita delas. É verdade que, assim como quase todo o Caribe, esta ilha de dependência do Reino Unido não é um destino barato e está longe de fazer parte dos roteiros tipicamente mochileiros, mas com boas pesquisas e espírito de viajante econômico, é possível fugir dos resorts e encontrar boas barbadas para não torrar dinheiro à toa. A moeda oficial lá é o dólar do Caribe Oriental, mas ninguém usa isso, o dólar americano é aceito sempre.

Esqueça dos problemas, deixe a “bagunça” para outros lugares mais agitados, relaxe e curta a praia de maneira tranquila, tomando uma cervejinha ou outra e aproveitando o sol. Mesmo quando a previsão do tempo não for de sol. Quando estive em Anguilla, a previsão apontava todos os dias nublados e com chuva. A preocupação bateu, mas logo na chegada um anguilano me tranquilizou. Dito e feito! Muito sol e calor direto, um pouco de vento, com nuvens e pancadas de chuva à tarde que duravam uns 20 minutos, o tempo abria de novo rapidamente e o céu voltava a ficar azul.

Para chegar a Anguilla, pegamos um ferry logo cedo no porto de Marigot, em Saint Martin, até o Blowing Point, trajeto que tem saídas frequentes (a cada 30 minutos ou 1 hora) e pode ser comprado na hora no local. Pagamos 20 dólares por pessoa cada trecho, que dura apenas uns 25 minutos. É necessário levar o passaporte, pois há imigração entre os dois países. Para sair de Saint Martin, foi preciso pagar uma taxa de 5 dólares. Na saída de Anguilla, também se paga uma taxa de 23 dólares. Depois de duas noites lá, voltamos no último ferry do dia, às 18h15. Também é possível fazer este trajeto de avião, pela Winair, opção mais cara.

Diferentemente de Saint Martin, Anguilla não tem transporte público, e o aluguel de carro é mais do que recomendado. Também não rola fazer as coisas a pé. Até existe a possibilidade de conhecer as praias de táxi, mas definitivamente os valores cobrados não compensam. Logo que chegamos na ilha, alugamos um carro no porto mesmo, de um cara que apareceu oferecendo, da empresa Romney’s Car Rental. Custou 40 dólares diária, mais 20 dólares de uma carteira de habilitação provisória feita na hora, que é obrigatória para dirigir no país. Ainda consegui negociar para pagar meia diária no terceiro e último dia, já que devolveríamos o veículo bem antes de completar 24 horas.

Apesar de Anguilla ter ruas com a mão inglesa, invertida, o carro que peguei tinha a direção do lado esquerdo mesmo. Confunde um pouco no início, mas o “trânsito” na ilha é tão tranquilo e em baixa velocidade (o máximo permitido é 60 km/h), que não há qualquer dificuldade nisso. É só pegar um mapa e aproveitar. A capital The Valley (que na verdade é como se fosse um bairro) reflete bem o “movimento” quase zero nas ruas do país.

HOSPEDAGEM:

Ficamos no Sydans, que é tipo uma pousada, o que eles chamam de “villas”, em um quarto duplo por 105 dólares a diária, já com os absurdos 24% de taxa inclusos. O “quarto duplo”, na verdade era bem maior do que isso, era um apartamento studio com dois andares, dois banheiros, cozinha e camas para quatro pessoas. Se tivesse mais gente na viagem, certamente a economia seria maior neste ponto. De qualquer forma, esta era a opção mais barata que encontramos na época, já que os demais hotéis e villas tinham preço e estrutura bem maiores. A localização era ótima na praia de Sandy Ground, que conta com os bares e restaurantes mais movimentados à noite.

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PRAIAS:

Seja em qualquer praia de Anguilla você estiver, a certeza é de ter tranquilidade em um lugar paradisíaco. Difícil dizer qual é a mais bonita delas. A mais conhecida é a Shoal Bay East, que tem o mar com os “melhores” tons de azul que eu já vi, se é que se pode dizer desta forma. Este cartão postal da ilha tem 3 quilômetros de extensão e conta com alguns bares e restaurantes, que oferecem também espreguiçadeiras e guarda-sol na areia, pagos. Ficamos e almoçamos no Tropical Sunset, boa opção, mas nada de mais.

Mas as outras praias não ficam muito atrás. Pelo contrário. Na nossa avaliação, a Maundays Bay leva até certa vantagem e entrou na lista Top 10 Praias do Bora Viajar Agora. Além da cor da água também impressionante, ela é menor, mais aconchegante e o mar parece uma lagoa de tão calmo. Essa é a praia onde fica o luxuoso resort Cap Juluca, frequentemente visitado por celebridades e milionários. Apesar de o hotel dominar o local de ponta a ponta, qualquer um tem acesso à praia, entrando pela portaria lateral. Diferentemente das outras, a Maundays Bay não tem estrutura de bares e cadeiras, apenas um caro restaurante em um dos cantos.

Também fomos a Meads Bay, igualmente bela, com destaque para o canto direito da praia, onde uma pequena faixa de areia depois de umas pedras forma uma “mini-praia”, quase uma lagoa. O Blanchards é um dos restaurantes mais movimentados durante o dia por ali. Outra praia bastante procurada pelos turistas é a Rendezvous Bay, onde ficamos pouco tempo por causa do vento no dia. Também valem ser citadas a Crocus Bay, Cove Bay, Little Bay e Shoal Bay West (não confundir com a East), mas nessas não estivemos.

Deixei para o fim a praia de Sandy Ground, onde ficamos hospedados e onde acontece quase tudo da vida noturna do país. Mesmo tendo um píer e sendo ponto de parada de barcos, ela tem a mesma beleza da água azul turquesa e ainda conta com um navio encalhado no canto esquerdo junto às pedras, cenário que rende ótimas fotos. À noite, especialmente nos fins de semana, alguns bares e restaurantes contam com música ao vivo e ficam cheios. Não espere nada muito grande e agitado, Anguilla passa longe disso, mas vale para tomar uma cerveja e curtir um pouco o ritmo caribenho. No domingo que estivemos lá, teve uma banda de reggae no Dad’s, que atraiu turistas, a maioria casais mais velhos. Outras alternativas que vimos são o Pumphouse e o Elvis Beach Bar.

De Sandy Ground também sai um barco para visitar a Sandy Island, atração que recomendo para relaxar por algumas horas. O trajeto até lá demora apenas uns dez minutos e custa 10 dólares (ida e volta), e a minúscula ilha (em uns três minutos você dá a volta nela inteira) de areia branca e mar azul (sim, mais uma bela praia de mar azul turquesa) tem um restaurante que também oferece espreguiçadeiras e guarda-sol. Anguilla é isso, praias paradisíacas e tranquilidade, aquela ilha tipicamente do Caribe que a gente tanto imagina.

Assim como fizemos em Saint Martin, aqui também fica a mesma dica: vale comprar cerveja e gelo (e até uns sanduíches) no mercado, colocar numa bolsa térmica e levar para as praias. Muita gente faz isso para economizar. Você vai pagar pouco mais de 1 dólar em cada long neck, ao invés de desembolsar de 3 a 4 dólares nos bares.

IMPERDÍVEL:

– A praia Shoal Bay East é o cartão postal do país, tem o mar com os “melhores” tons de azul, e conta com bons bares e restaurantes.

– Maundays Bay foi grande surpresa positiva para nós, a praia é pequena e parece uma lagoa. Leve cerveja e gelo, pois lá não há bares.

– Nada de fazer apenas um day-trip a partir de Saint Martin. Durma em Anguilla. Essa paradisíaca ilha vale ser conhecida com tranquilidade e sem pressa.

QUER SABER MAIS SOBRE ANGUILLA ? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 87 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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