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CHIANG MAI: elefantes, o que fazer, como ir

Elefantes, tigres, tribo long neck, templos e uma Tailândia mais cultural
Publicado em:

Quando fui a Chiang Mai: Janeiro de 2014

Quanto tempo: 2 dias

As paradisíacas praias do Sul da Tailândia costumam atrair boa parte da atenção dos viajantes, e não é para menos. Mas no Norte do país uma cidade se destaca pela sua história, templos e pela oferta de atividades únicas em contato com a natureza: Chiang Mai, considerada a capital cultural e espiritual tailandesa. É neste destino de atmosfera tranquila que você terá a possibilidade de ver monges pelas ruas medievais e também de interagir com elefantes e tigres em passeios em uma área mais rural na região.

A cidade, que já teve papel importante no comércio de seda e foi palco de batalhas com os birmaneses, hoje atrai muitos turistas que querem conhecer uma Tailândia mais tradicional, entender melhor o budismo, ótima opção para fazer um contraste com o caos da vibrante Bangkok e com a beleza das ilhas espetaculares. Apesar de polêmicos para alguns, os passeios com animais são interessantes e bastante procurados por lá, é só escolher o lugar certo para fazer. Mas tem muito mais coisa, tours que incluem desde a visita à tribo das mulheres-girafas (long neck village) até a chance de fazer aulas de culinária e massagem.

Para ir às principais atrações, dois dias em Chiang Mai são suficientes, como fiz quando fui em janeiro de 2014, durante mochilão pelo Sudeste Asiático (confira o roteiro completo). Mas para aqueles que têm mais tempo disponível e pretendem aproveitar um lugar mais tranquilo, por que não ficar mais? Mesmo estando do lado oposto do país em relação aos principais destinos para férias, a cidade cultural normalmente está na rota dos mochileiros e te proporciona uma experiência que quem vai “apenas” às praias certamente não absorve.

TRANSPORTE:

​Chegamos a Chiang Mai em um voo da Air Asia saindo de Phuket, depois de visitarmos Ko Phi Phi, viagem aérea que dura 2 horas. Compramos a passagem com boa antecedência por 76 dólares. Outras companhias também fazem o trajeto até lá partindo de diversas cidades da Tailândia e também de outros destinos da Ásia. Para quem quiser economizar, dá pra chegar lá de ônibus ou trem a partir de Bangkok, em viagens que demoram entre 12 e 16 horas. Saindo de lá, fomos de ônibus para Luan Prabang, no Laos, em uma longa viagem de 20 horas, com uma parada para conhecer o Templo Branco em Chiang Rai. Também é possível ir para o país vizinho de barco, dormindo uma ou duas noites no caminho .

Para circular na parte central de Chiang Mai, quase tudo pode ser feito a pé. Se preferir, também há muitos tuk-tuks, que costumam ser mais confiáveis e mais baratos do que na capital tailandesa. Mas como muitas atrações estão nos arredores da cidade, é preciso pegar algum transporte para ir até os elefantes, tigres e alguns templos, por exemplo, seja tour de agência, táxi, van, tuk-tuk.

HOSPEDAGEM:

Ficamos hospedados no SOHOstel, por 270 bahts (8 dólares) por pessoa cada noite, em quarto compartilhado. O hostel é tranquilo, sem agitação, mas de boa qualidade, em um prédio novo e oferecia boas condições para fechar passeios em parceria com uma agência. Fica localizado bem ao lado da parte central da cidade, fora da muralha que fica em volta do centro velho e bem perto do Night Market, a uma distância que é possível fazer muita coisa a pé.

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​PASSEIOS:

A região de Chiang Mai oferece uma diversidade de passeios, que vão desde os mais procurados como andar em elefantes, entrar em jaulas com tigres e conhecer a tribo das mulheres-girafas (long neck village), ou então atividades como fazer rafting, tirolesa e andar de bicicleta em plantações de arroz, até fazer cursos de culinária e língua tailandesas, massagem, Muay Thai… Existem muitas agências espalhadas pela cidade com opções variadas de tours. Para quem estiver viajando com mais gente, ou conseguir juntar mais pessoas lá, pode valer a pena negociar com algum taxista para que ele fique à disposição durante um dia e te leve para os locais escolhidos. No nosso caso, fechamos um tour privado em seis amigos, com transporte em uma van, que incluiu três passeios (elefantes + tigres + long neck village) e deu um gasto total de 5.000 bahts (160 dólares) por pessoa, já incluindo o valor dos ingressos, saindo às 9h e voltando às 17h.

Elefantes: Preste bastante atenção antes de escolher onde vai fazer o passeio em um santuário de elefantes, pois existem algumas furadas e locais que maltratam os animais. Fizemos com a Blue Elephant, que é bastante recomendada e foi muito bom, posso indicar com certeza. Em cerca de três horas de atividade na fazenda, você interage bastante com os animais. Primeiro, coloca uma roupa especial de “mahout” (domador de elefantes) e começa aprendendo os comandos básicos para fazê-los andar, parar, virar para direita, esquerda, etc, e também dá frutas para eles se alimentarem. Depois, cada um pega um elefante, monta em cima e anda nele por uma hora no meio da mata, subindo e descendo uma montanha. No fim, você entra dentro de um rio junto com o elefante e dá banho nele. Antes de ir embora, ainda ganhamos umas frutas típicas para comer.

Fechamos este tour direto na agência da Blue Elephant lá em Chiang Mai, pagando 3.000 baths (94 dólares) por pessoa, valor que já incluía o transporte até o local e também as paradas no Tiger Kingdom e na long neck village (somando os ingressos desse dois outros lugares deu um total de 5.000 bahts). Também é possível fechar pela internet, mas não acho que valha a pena, conseguimos um valor mais baixo negociando lá na hora, já que estávamos em seis pessoas e pegamos uma van só para nós. Existem outros lugares mais baratos, mas sem a mesma qualidade, com menos interação e bem mais artificiais. Isso sem falar que os animais são vítimas de maus-tratos em determinados lugares, por isso os passeios de elefantes para turistas na Tailândia geram bastante polêmica. Na maioria deles, você anda no bicho sentado em uma cadeirinha de madeira, não diretamente nas costas dele, e eles também são forçados a fazer shows, pintar quadros com a tromba e coisas do tipo. Muitos não incluem o banho no rio, que é uma das partes mais legais. Um local ético que também é indicado e resgata animais que são abusados é o Elephant Nature Park.

Tigres: Está aí mais uma atração da Tailândia que causa controvérsias, o Tiger Kingdom. Lá, você paga para entrar em jaulas com tigres e tirar foto junto com eles, abraçando e até pegando os menores no colo. São vários tamanhos de animais diferentes (filhote, pequeno, médio, grande), e o ingresso de cada um custa entre 500 e 1.300 bahts (15 e 40 dólares), sendo que você fica entre 10 e 15 minutos dentro da jaula. Para fazer a aventura, é preciso cumprir uma série de normas de segurança, como evitar movimentos bruscos e nunca tocar na frente da cabeça do tigre. Dizem que eles são bem treinados e não atacam os turistas porque estão sempre bem alimentados e tem hábitos noturnos, por isso estão cansados durante o dia. No entanto, muita gente contesta, levantam a hipótese de os tigres serem dopados para ficarem mais calmos. Não tem como eu afirmar 100% se de fato isso acontece, difícil saber, mas pelo que observamos, é possível que isso aconteça mesmo, afinal são animais selvagens. Infelizmente. É polêmico!

Long neck village: A vila é uma amostra voltada para o turismo da tribo Karen, as “mulheres-girafas” que usam pesadas argolas de metal para alongar o pescoço. O ingresso custa 500 bahts (15 dólares) para conhecer um pouco da vida difícil destas pessoas, refugiadas de Myanmar (antiga Birmânia) por causa de conflitos étnicos e políticos. Se por um lado é interessante observar a cultura e a história destas mulheres, que vivem em casas precárias feitas de palha e bambú e vendem artesanatos para se sustentar, por outro também é triste ver a forma como elas são exploradas e não têm direitos na Tailândia. O lugar que fomos é bem perto do Tiger Kingdom, mas existem outras long neck villages (Paduang) espalhadas pela região. As vilas mais autênticas, porém, ficam bem mais afastadas dali.

O QUE MAIS FAZER:

Além dos passeios citados, Chiang Mai se destaca por contar com mais de 300 templos. O mais importante deles é o Wat Phra That Doi Suthep, um complexo localizado no alto de uma montanha a 16km da cidade, onde você paga 30 bahts (1 dólar) de entrada e mais 20 bahts se quiser subir de elevador e evitar a extensa escadaria. A maioria dos outros templos budistas mais visitados ficam no centro, dentro da muralha medieval que cerca a cidade antiga, região agradável para uma caminhada onde turistas se misturam aos monges nas ruas. O principal deles é o Wat Phra Singh, mas há também o Wat Chedi Luang, o Wat Chiang Man e muitos outros, além de museus históricos. Lembre-se de usar sempre roupas apropriadas para entrar nesses lugares sagrados, nada de saias curtas ou camisas sem manga.

À noite, o Night Bazaar, que funciona das 19h à meia-noite, é um interessante mercado com barracas na rua e lojas que vendem de tudo, souvernirs, artesanatos, roupas, comidas típicas, massagem tailandesa, etc, etc… Aos domingos, há um outro mercado bastante procurado e popular por lá. E apesar de a cidade não ser tão agitada, uma boa opção para quem quer curtir melhor a vida noturna é o Zoe in Yellow, um bar na região central que tem música, DJ, pista de dança e costuma atrair o público jovem estrangeiro.   

CHIANG RAI:

Apesar da Tailândia contar com milhares de templos, nenhum deles se compara ao exótico Wat Rong Khun, conhecido como Templo Branco. Ele chama a atenção e é bem diferente de todos os outros por ser uma construção inteiramente na cor branca, com uma mistura de elementos budistas e figuras bizarras da arte contemporânea. A entrada é gratuita, e vale a visita.

O Templo Branco fica localizado na cidade de Chiang Rai, a cerca de 3h30 de estrada de Chiang Mai, trajeto que pode ser feito de ônibus ou fechando algum tour. No nosso caso, estávamos indo para o Laos, e o ônibus que pegamos fazia uma parada de 1 hora ali para visitarmos  a atração. Também há aeroporto em Chiang Rai, e uma ideia é sair cedo de Chiang Mai, conhecer o templo e depois pegar um voo dali mesmo para o próximo destino.

IMPERDÍVEL:

– Existem diversas opções de passeios com elefantes, mas a recomendação é fechar com a Blue Elephant, que oferece uma interação maior com os animais e até banho no rio.

– Pense bem, pesquise, reflita e escolha bem onde fazer os passeios com animais, já que alguns lugares podem maltratar os bichos, e o tema é polêmico. 

– Por mais que você já tenha visto tantos templos, vá também até Chiang Rai conhecer o exótico Templo Branco, bem diferente de todos os outros.

QUER SABER MAIS SOBRE CHIANG MAI ? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial da cidade

​- Quero Viajar Mais

​- Em Algum Lugar do Mundo

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 87 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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2 COMMENTS

  1. Oie! 
    Interessante o comentário sobre maltratar os elefantes.
    Você já viu como eles fazem para o elefante abaixar e para “”aceitar”” alguém em suas costas?
    Elefante que pinta, que abraça com a tromba, que dobra as pernas…Pode ter certeza que foram muito torturados. Há vídeos no YouTube sobre isso.

    • Oi Milena, tudo bem? Já assisti a alguns documentários sobre o assunto, sim. Concordo com você! Por isso o ideal é sempre pesquisar para saber quais são os lugares indicados para fazer o passeio, escolher os locais que não maltratam os elefantes e nem fazem esses “shows” só pra agradar turista.

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