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CRACÓVIA: o que fazer, dicas, como ir a Auschwitz

História e contrastes: a cidade do Papa, o bairro judeu e o nazismo em Auschwitz
Publicado em:

Quando fui a Cracóvia: Junho de 2009 e Junho de 2012

Quanto tempo: 2 dias e 1 dia

Não tem como sair indiferente depois de uma viagem a Cracóvia. A cidade é um pedaço fundamental da história nazistas versus judeus. Aliás, bota história nisso. Além de ser vizinha ao campo de concentração de Auschwitz, a antiga capital da Polônia é um dos destinos mais interessantes da Europa. Entre construções medievais e outras mais recentes, estão a casa e a igreja do Papa João Paulo II e a fábrica de Oskar Schindler, por exemplo. Mas não é só isso. Espere encontrar por lá também boa vida noturna, com uma mistura interessante de boas cervejas, bares e baladas.  

Já há algum tempo, o Leste Europeu é um dos lugares mais procurados para o turismo mochileiro, e isso se deve muito aos preços são mais acessíveis do que os países mais famosos do Velho Mundo. Além disso, o povo é hospitaleiro, há uma rica história por aqueles lados e um desenvolvimento crescente. Não por acaso, a Polônia, assim como a Hungria e a República Tcheca fazem parte da rota de muitos viajantes.

Eu fui duas vezes para Cracóvia, palco de momentos importantes da Segunda Guerra Mundial. Na primeira, em junho de 2009, exclusivamente para fazer turismo junto com amigos, quando conheci os principais pontos de interesse e também a noite polonesa. Na segunda vez, em junho de 2012, estive por lá durante a cobertura da Eurocopa, mas mesmo assim deu pra aproveitar a atmosfera desta pequena e agradável cidade. Eu diria que o ideal são três dias para conhecer com mais calma o que a região oferece, mas seja lá quanto tempo você estiver disponível, aproveite bem, observando os exemplos de fé, os fatos históricos, se divertindo e aprendendo com os erros absurdos do nazismo. Cracóvia é uma verdadeira aula de história.

TRANSPORTE:

Fui para Cracóvia em um voo da Easyjet saindo de Londres, por 50 euros. Depois de lá, embarquei em um trem noturno rumo a Praga, na República Tcheca, (80 euros por uma cama em cabine com seis lugares, 9 horas de viagem) dando continuidade ao mochilão pelo Leste Europeu em 2009.

E por falar em trem, acho que esta é a melhor forma para se deslocar pela região, já que Cracóvia é ligada por ferrovias com diversos destinos dos países próximos. O site da Rail Europe tem todas as informações de preços, horários e trajetos. Mas para quem preferir o avião, as principais companhias aéreas, inclusive low costs, voam para lá. Para circular na cidade, os principais pontos de interesses podem ser alcançados a pé.

HOSPEDAGEM:

Fiquei hospedado no Mama’s Hostel, por 11 euros a diária em um quarto compartilhado. Lugar com ótimo preço, boas instalações, área social para interagir com outros viajantes e, principalmente, excelente localização, bem ao lado da praça central da cidade. No estilo mochileiro, certamente eu recomendo a estadia.

– FAÇA AQUI A SUA RESERVA PELO BOOKING.COM OU HOSTELWORLD.COM

O QUE FAZER:

Para começar, rodamos a pé as principais atrações centrais de Stare Miasto (Cidade Velha), como a praça central Rynek Glówny (Praça do Mercado), onde ficam o Mercado, a Basílica de St. Mary (Santa Maria) e a Torre da Prefeitura. Sempre movimentadas no verão (já que o inverno por lá é rigoroso), a praça e as pequenas ruas nos arredores ainda contam com bons restaurantes, bares e, à noite, as baladas também estão por perto. É só sair caminhando por entre as construções históricas, ir perguntando o que rola de melhor naquele momento e parar no lugar que mais agrade. Quando estive lá, fui ao Prozac 2.0, um bar/balada que fica ainda mais animado quando acompanhado de umas doses de vodka, lugar bastante recomendado pelos jovens poloneses.

Outro ponto bem interessante é o Complexo Wawel, que fica no alto de uma colina ali perto, às margens do Rio Vístula. No local, com muralhas, torres, jardins e bonitas construções, estão o Castelo de Wawel, onde moravam os antigos reis da Polônia, e também a Catedral, onde o Papa João Paulo II celebrou sua primeira missa como sacerdote. Por sinal, a casa do Papa, onde ele morou também virou uma atração turística ali na Cidade Velha.  João Paulo II, cujo nome de nascimento é Karol Wojtyla, é natural de Wadovice, mas viveu boa parte da vida em Cracóvia. Um dos principais líderes da Igreja Católica, o Papa teve papel importante no fim do comunismo no país e na melhora da relação com outras religiões, como o judaísmo.

Depois, fechamos a tarde indo ao bairro judeu de Kazimierz, local invadido por Hitler na Segunda Guerra Mundial. Lá, fizemos um tour em um carrinho parecido com aqueles de golfe. É imperdível! Em um passeio de cerca de uma hora e meia, percorremos os principais pontos de interesse ouvindo histórias do nazismo e do extermínio dos judeus, passando por sinagogas, praças e museus. Um lugar interessante é o muro de separação para o gueto judaico, o subúrbio de Podgorze, do outro lado do rio, bairro onde os judeus foram confinados depois de serem expulsos de Kazimierz pelos nazistas.

Para coroar o tour, finalizamos indo à Fábrica de Oskar Schindler (local que agora virou um museu), o alemão que ajudou a salvar milhares de judeus. Sim, aquele mesmo do filme “A Lista de Schindler”, que teve a maioria de suas cenas gravadas na Cracóvia. Atualmente, o bairro de Kazimierz ainda oferece boas opções de bares, restaurantes e galerias de arte. Outros dois passeios procurados na cidade são: o Cracóvia Macabra, um roteiro guiado pelas ruas que conta a história de torturas e o lado sombrio da Polônia na Idade Média; e a mina de sal de Wieliczka, que fica a 10km do centro.

AUSCHWITZ:

No dia seguinte, visitamos Auschwitz, o campo de concentração mais importante do nazismo, e também Birkenau. Histórico, cruel, impressionante. Ao caminhar pelo local e escutar sobre todas as atrocidades que foram cometidas lá, você sente o clima pesado, parece sentir o sofrimento dos que foram executados durante o holocausto. Entre 1940 e 1945, cerca de 2 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas ali.

Para chegar até Auschwitz, que fica na pequena cidade de Oswiecim, pegamos um ônibus na estação central de Cracóvia e percorremos o trajeto de 75km em 1 hora e meia. Também é possível ir de trem, mas a estação fica um pouco mais longe, é preciso pegar um transporte local depois. A entrada nas instalações, que agora é um museu com vários pavilhões, é gratuita, e logo no portão de ferro de acesso está escrito em alemão uma frase marcante e mentirosa: “Arbeit Macht Frei” (“O Trabalho Liberta”). É possível fazer todo o passeio por conta própria, mas também existem tours guiados para quem preferir pagar.

Do lado de dentro, caminhando entre os barracões e cercas de arame, é possível visitar câmaras de gás, fornos, quartos, celas, a parede de fuzilamento, uniformes que os presos vestiam, sapatos, óculos, malas, entre muitas outras coisas. Até quilos e quilos de cabelos dos judeus mortos estão em exposição. É realmente um lugar cruel, triste, mas interessantíssimo de se conhecer. Além de Auschwitz, pode-se visitar Birkenau, que fica a apenas 3km dali, campo de concentração onde está a famosa entrada com os trilhos de trem. Apesar de algumas construções terem sido destruídas, muita coisa foi preservada, e tudo que está lá deixa bem visível nos olhos e na memória de todos as absurdas ideias que foram colocadas em prática pelo ditador Adolf Hitler num passado nem tão distante assim.

IMPERDÍVEL:

– É cruel, é triste e é pesado, mas uma visita ao campo de concentração de Auschwitz é necessária e um dos pontos altos da viagem a Cracóvia.

– O tour pelo bairro judeu de Kazimierz, onde está a Fábrica de Schindler, é imperdível para entender a história de nazistas versus judeus.

– A noite polonesa é animada e com ótimas opções de bares e baladas, a maioria nas ruas próximas à Praça do Mercado, na Cidade Velha.

QUER SABER MAIS SOBRE CRACÓVIA? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial da cidade

​- Escolha Viajar

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 87 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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2 COMMENTS

  1. Ola, Obrigado pelas informações, irão ajudar muito.
    Estou indo em Outubro/2017.
    Preciso de uma ajuda, talvez você consiga me ajudar.
    Vou sair de Berlim e indo para Cracóvia de ônibus. Vi três empresas, que são DB, FLIXBUS e PolskBus, sendo a PolskBus a mais barata e o melhor horário (direto e um bom horário), mas tenho lido muitas reclamações dela. Você teve alguma experiência com essas empresas de ônibus ?

    • Fala, Wagner, tudo bem? Desculpa a demora pra te responder. Eu estava viajando pela África, voltei ontem à noite e só vi sua mensagem agora. Espero que ainda dê tempo de te ajudar. Eu nunca viajei pela PolskBus, mas olhando na internet realmente vi reclamações sobre atraso, ônibus apertado… De qualquer forma, geralmente as viagens de ônibus pela Europa não são mesmo muito confortáveis, até por isso elas costumam ser mais baratas. Você chegou a pesquisar preço deste trajeto de trem? Às vezes é possível conseguir bom preço, e se não for muito mais caro, acaba valendo a pena. Dá uma olhada na Rail Europe: http://www.raileurope.com.br/?cmpid=AF020819 Qualquer dúvida, é só falar. Abraço TIAGO

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