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DUBLIN: o que fazer, dicas e bares na capital da Irlanda

Temple Bar, boemia e simpatia na terra de Saint Patrick: dicas para explorar a capital irlandesa
Publicado em:

Quando foi a Dublin: de julho de 2017 a fevereiro de 2018

Quanto tempo: morou na cidade por 8 meses

A República da Irlanda, famosa por ter o provável povo mais acolhedor da Europa, é, sem dúvidas um lugar que vale a visita. A sensação de aconchego é certeira ao visitar o país, mesmo com suas paisagens cinzentas e com o clima não tão convidativo para nós brasileiros. Diga-se de passagem, vale se preparar para presenciar as quatro estações do ano em um dia normal em Dublin, seja no inverno ou no verão, por exemplo. 

Quando comparado a outros países da União Europeia, pode ser que sua capital pareça um tanto menos sofisticada à primeira impressão. Isso se justifica pelo extenso histórico de guerra e sofrimento do povo irlandês – disputas religiosas sempre foram presentes, primeiramente entre celtas e cristãos e posteriormente entre anglicanos e católicos; também foi colônia de domínio inglês, como alvo de muita violência e atrocidades até 1921; sem mencionar o episódio de guerra civil que apenas se encerrou em 1923. Ainda hoje, parte do país pertence ao Reino Unido, a Irlanda do Norte, e, devido ao Brexit, não se sabe qual será o futuro da nação. 

Bom, morei em Dublin de julho de 2017 a fevereiro de 2018 e digo que vivi a cidade da maneira mais intensa o possível, e é um local que certamente tem todo o meu carinho e admiração. Vale ressaltar que o sofrimento do povo ainda é notório, mas, aos poucos, a cidade vem progredindo e criando uma atmosfera mais leve, receptiva e simpática a todos que passam por lá. Mencionarei alguns dos lugares essenciais e ainda opções de roteiros alternativos, para explorar uma parte da terra de Saint Patrick, essa cidade boêmia que nem todos têm a oportunidade de conhecer.

TRANSPORTE:

O sistema de transporte de Dublin é muito prático e vai para todos os lugares. Para ir do aeroporto ao centro da cidade, existem opções de traslado que custam em torno de 6 euros (eu já peguei pela companhia Air Coach, muito confortável e o destino final é na O’Connel Street), mas também é possível pegar o ônibus normal número 16 que custa 3,30 euros. O problema é que para utilizar o ônibus sem o Leap Card, é preciso que se pague em moedas. 

A cidade também provém de tram e trem que se destina aos arredores, regiões de praia e áreas suburbanas. Mas, minha dica é que se conheça tudo a pé. Dublin é pequena, todas as maiores atrações são possivelmente alcançáveis através de no máximo 30 minutos de caminhada. As ruas são super gostosas de andar, cheias de história e com certeza você se deparará com algum artista de rua tocando instrumentos em qualquer lugar que estiver. 

HOSPEDAGEM:

Dublin conta com várias opções de hostel. Como morava lá, nunca fiquei em um, mas por ser uma cidade jovem, a movimentação é bem atrativa. Basta encontrar algum no centro da cidade e that’s it. Você estará no centro da badalação e boemia irlandesa. 

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O QUE FAZER:

Uma das minhas programações prediletas era sair de casa e ir caminhando em direção à Grafton Street. É a rua mais charmosa da cidade, como uma unanimidade de todos que já passaram por lá. Cheia de comércio e vários músicos de rua tocando por ali. É encantador, impossível não querer parar e apreciar cada um deles. Aproveitem e andem devagar por ali, cheia de lojas para bisoiar e, no final, encontrará o parque St Stephen’s Green. O mais famoso e charmoso parque da região; no verão, é super agradável dar uma voltinha por ali – tanto pra ver a grama verdinha irlandesa quanto para apreciar os patinhos e cisnes nas lagoas. Super fofo.

Depois, ainda por ali, vale a visita na Trinity College. A maior universidade da Irlanda e uma das maiores e mais renomadas da Europa. Conta com um campus enorme, e muito antigo, repleto de histórias. Na biblioteca foi gravada uma cena de Harry Potter (do filme O Cálice de Fogo, quando Harry estava estudando estratégias para se preparar à primeira missão do Torneio Tribuxo). É lá também que fica exposto o Livro de Kells, um manuscrito da Idade Média sobre o cristianismo irlandês (a entrada na biblioteca custa a partir de 11 euros).

Para os amantes de história, tem o Dublinia, museu de história Viking e onde você poderá encontrar um city tour detalhado a respeito de todo esse período. Também há o Dublin Castle, mas se você já teve a oportunidade de visitar o Palácio de Versalhes ou o Castelo de Praga, a visita é um tanto quanto mais simplificada, visto que a história do país é bem sofrida, com muitas perdas ao decorrer dos anos.

Dublin também conta com atrações de graça como o Museu Nacional, Galeria Nacional, Museu de Arte Moderna (particularmente o meu preferido, by the way)) e o General Post Office. Além disso, outras atrações econômicas são a casa do presidente e memorial de guerra, no Phoenix Park, ou a Christ Church Cathedral. E para quem gosta da arquitetura gótica, não deixe de visitar a St Patrick’s Cathedral, a mais famosa da região.

IMPERDÍVEL:

– Mesmo que vá ficar pouco tempo em Dublin, um dos cartões postais da região são os penhascos do Cliffs of Moher. É possível achar tour para o dia inteiro em qualquer companhia de turismo na cidade, e ele passa por várias outras regiões interessantes e ainda pelo condado de Galway. Mas, se você não estiver disposto a pagar 30 euros para o passeio, outra opção é pegar o Dart (trem urbano) até Howth. Um condado de fácil acesso onde conseguimos ver penhascos também, embora de uma proporção bem menor, mas com trilhas de graça e, se estiver disposto a andar, desfrutará de paisagens incríveis – tipicamente irlandesas.

–  Se vocês são cervejeiros ou cervejeiras de plantão, não deixem de visitar a Guinness Storehouse, contém a famosa cerveja derivada de café mais apreciada pelos locais. Vale a pena a visita para vivenciar um pouco mais da cultura boêmia deles. O ingresso custa 17,50 euros e inclui uma pint de Guinness. 

– E, ainda na mesma intenção, não se esqueça de explorar e se perder na região do Temple Bar, cheia de pubs, como o Temple Bar Pub, nas ruazinhas com características da era medieval. É relativamente mais cara em relação às outras áreas de Dublin, mas imperdível para entrar em contato com a cultura do país, muito tradicional.

– Se você é fã de U2, sabe (ou deveria saber, rs) que a banda vem de lá. E para, dar jus à tradição, visite o Museu do Rock, que explora essa outra paixão do povo mais acolhedor da Europa. 

– Para o pôr-do-sol, invista nas pontes que atravessam o Rio Liffey, lá perto tem decks onde você pode sentar e apreciar a movimentação da cidade. ​

O QUE MAIS FAZER:

Eu, como uma boa e velha brasileira, mesmo morando em Dublin fui em busca de passeios econômicos nas praias da região chuvosa e fria da ilha. Existem várias, mas a minha preferida foi Malahide. Uma região pequenininha, embora encantadora. O visual é pitoresco e vale a visita pra conhecer um novo visual costeiro, diferente do que estamos acostumados no Brasil. A região também conta com um castelo e algumas outras atrações turísticas. De fácil acesso, basta pegar um Dart na estação Pearse e seguir em direção à Malahide. Custa seis euros para ir e voltar, bem acessível. E não se esqueça de tomar um chocolate quente por lá, vale a pena. 

COMER E BEBER:

O meu bar predileto em Dublin é sem sombra de dúvidas o The Bernard Shaw, que é uma homenagem a um dos mais famosos e significativos escritores do país. O bar fecha cedo, nos finais de semana fica aberto até no máximo uma da manhã. É bem alternativo, toca música eletrônica e muito interessante. No fundo tem um ônibus, onde são servidas pizzas (deliciosas, por sinal, e custam em torno de nove euros, dando pra dividir com outra pessoa).

Se você é fã de rock, não deixe de ir ao Cassidy’s, na O’Connel Street. Bem underground e alternativo, vale a pena a visita.  Para comer, sugiro o restaurante Skinflint. Peça o Mac’n’cheese – macarrão ao molho de queijo rodeado por presunto espanhol. Sensacional e custa menos de oito euros. O lugar possui uma atmosfera bem legal e sofisticada.

Agora, se está procurando agitação e preços bons, invista na Dicey’s. A pint (cerveja de 500ml) custa 2 euros e é você encontrará pessoas do mundo inteiro buscando se divertir. É bem comercial mas a diversão é garantida. 

E por falar em diversão, não posso deixar de citar o Saint Patrick’s Day. Apesar de eu não estar presente em Dublin na data, o Dia de São Patrício é comemorado anualmente em 17 de março, dia da morte do padroeiro da Irlanda. As festas duram quase uma semana e a cidade fica lotada de turistas, com muita roupa verde, cerveja e animação espalhadas pelas ruas e pubs.

QUER SABER MAIS SOBRE DUBLIN ? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial da cidade

Luiza Ferrer
Brasiliense, hoje morando em Aveiro (Portugal), após uma temporada em Dublin, viajante por paixão e futura psicóloga.

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