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KO PHANGAN: a ilha da festa Full Moon, dicas de viagem

A ilha da Full Moon Party, um réveillon com muito baldinho e fogo
Publicado em:

Quando fui a Ko Phangan: Dezembro de 2013 / Janeiro de 2014

Quanto tempo: 5 dias

Pegue seu baldinho com uma mistura de alguma bebida alcoólica, pinte o corpo com tinta fluorescente e prepare-se pra uma festa na praia com bastante animação, muita gente de várias partes do mundo, música eletrônica, tailandeses fazendo malabarismo com fogo e mais uma ou outra peculiaridade. Essa é a famosa Full Moon Party, a Festa da Lua Cheia, que acontece uma vez por mês na ilha de Ko Phangan, na Tailândia, e também no réveillon, chamada de Countdown Party nesta data especial.

Estivemos lá em um grupo de dez amigos na virada de 2013 para 2014, ficamos cinco dias na cidade e a programação foi de festas praticamente todas as tardes e noites, quase sempre na praia de Haad Rin, local da Full Moon. Com isso, tivemos pouco tempo para conhecer as outras praias mais afastadas, mas menos assim fizemos um day-trip para a belíssima ilha de Ko Nang Yuan, ao lado de Ko Tao. A “bagunça” no réveillon neste local foi mesmo o nosso principal objetivo quando começamos a montar o roteiro do mochilão pelo Sudeste Asiático (veja roteiro completo de 38 dias), viagem que acabou tendo diversos outros pontos altos.

Já ouvi pessoas falando que se decepcionaram com a Full Moon Party, com o excesso de gente louca. Para mim, longe de ter sido uma decepção. O negócio é relaxar, estar ciente que você vai estar num lugar lotado com milhares de pessoas, entrar no clima e curtir a noite. Mas fazendo uma comparação com a paradisíaca e também agitada Ko Phi Phi, por exemplo, Ko Phangan leva desvantagem. Mas vale muito a experiência nesta ilha cheia de mochileiros e belezas naturais, com o diferencial de estar numa festa que ainda inclui a cultura e a hospitalidade tailandesas, além de ter ótimos preços.

Saindo de Bangkok, do aeroporto Don Mueang, pegamos um voo da Air Asia para Surat Thani, trajeto que demora 1h15. Compramos a passagem pela internet com boa antecedência, por 80 dólares. Chegando lá, pegamos um ônibus do aeroporto até o porto de Donsak, cerca de uma hora de viagem. Na sequência, um ferry da Raja para Ko Phangan, por 500 bahts (16 dólares), ticket comprado no aeroporto junto com o ônibus, e ficamos mais umas 2 horas no mar. O total desta viagem deu umas 5 horas.

Existe a possibilidade de pegar um avião de Bangkok para a ilha de Ko Samui e depois um ferry, o que acaba sendo mais rápido, mas geralmente o voo é mais caro. Também é possível ir de ônibus da capital da Tailândia até Surat Thani, opção mais barata, mas muito mais demorada.

Em Ko Phangan, circulamos sempre de “táxi” compartilhado (que na verdade é uma caminhonete adaptada com bancos laterais na caçamba) entre o hotel, o porto de Thong Sala, Haad Rin e demais praias. É bem tranquilo esse transporte para os principais pontos, passa frequentemente nas ruas e custa 100 bahts (3 dólares) por pessoa. Para quem preferir rodar mais a ilha, pode ser uma boa alugar uma moto pelo menos um dia.

HOSPEDAGEM:

Com cinco meses de antecedência, reservamos pela internet o Phangan Villa Beach Bungalow, que fica entre as praias de Aow Bang Charu e Ban Tai, a uns 10 minutos de caminhada do porto de Thong Sala e a uns 20 minutos de “táxi” (10 quilômetros) de Haad Rin, onde acontece a Full Moon e tem os principais bares. Pagamos 38 dólares pela diária de um quarto duplo, um simpático bangalô com ventilador. O lugar era simples, mas bom, de frente para a praia, contava com um restaurante com comidas a preço justo e ainda podíamos usar a piscina do hotel vizinho.

Neste período do réveillon, não é fácil achar lugar barato para ficar na praia mesmo onde rola a “bagunça”, tudo que vimos disponível por lá estava bem mais caro do que o que pretendíamos gastar no esquema mochileiro. As opções mais em conta costumam esgotar muito antes. Outro ponto que vale ficar ligado: nesta época de fim de ano, a maioria dos hotéis e pousadas só permite reservas de no mínimo cinco noites. Claro que seria mais prático ter ficado em Haad Rin, mas não foi o maior problema do mundo fazer este trajeto todos os dias, era bem tranquilo de pegar o transporte. Já para quem tem outro objetivo na viagem e prefere mais tranquilidade, o conselho é ficar longe mesmo da praia da Full Moon Party.

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FULL MOON PARTY:

A festa mais famosa da Tailândia, sonho de muitos jovens do mundo todo, acontece na praia de Haad Rin desde 1985, começou pequena, mas atualmente reúne entre 10 mil e 30 mil pessoas em cada edição. A Full Moon Party é realizada uma vez por mês, para celebrar as noites de lua cheia, além do réveillon, e dura até o amanhecer do dia seguinte. Antes a entrada era gratuita, mas hoje está sendo cobrado 100 bahts (3 dólares) pelo ingresso. O público é jovem e com muitos australianos, ingleses, suecos, russos, americanos, asiáticos de países próximos e, claro, brasileiros sempre (mas em menor quantidade que os outros citados).

Quando fomos estava lotado, pouquíssimo espaço na areia no momento da virada, mas aos poucos foi esvaziando e ficando mais agradável. A festa acontece ao longo de toda a praia, os cerca de dez bares do local contam com DJs que tocam principalmente música eletrônica, mas alguns também colocam outros ritmos. Como manda a tradição, muita gente pinta o corpo com tinta fluorescente ou veste camisetas de cores chamativas. Outra atração tradicional tailandesa são os baldinhos de bebidas alcoólicas, vendidos em barraquinhas em qualquer lugar. Esta é a forma de se beber lá, nada de copo. Você escolhe algum destilado (vodka, whisky, rum, Jagermesiter, etc), refrigerante, suco ou energético, as bebidas são misturadas dentro dos “buckets”, aí é só pegar o canudo e boa sorte! Em 2014, custava em média entre 150 e 400 bahts (4 a 12 dólares), dependendo da qualidade bebida.

Não é à toa a loucura que vira a festa, com muito maluco entrando no mar e/ou queimando a perna na tentativa de pular corda em chamas. O fogo, por sinal, é uma das atrações, com malabaristas e dançarinos fazendo exibições. Vale também citar que o Red Bull da Tailândia é diferente do normal que conhecemos, o de lá parece um xarope, é mais concentrado e mais forte. Esse sim te dá asas. Outra bebida que vemos em qualquer bar lá é o chamado SangSom, um rum tailandês. E falando em festa e bastante agitação, importante lembrar que as penas para o consumo de drogas são severas no país, mas claro que muitos turistas acabam comprando e usando durante a Full Moon.

O QUE MAIS FAZER:

Mas se você pensa que as festas em Ko Phangan se resumem à Full Moon Party, está muito enganado. Nesta época de virada de ano que estávamos lá, tinha festa todos os dias em algum ponto da ilha, a maior parte delas pagas. Fomos na Blackmoon Culture, mas também tem a Jungle Experience, Pool Party em algum hotel, entre outras. O sucesso da Full Moon também fez com que mais festas começassem a acontecer em datas diferentes do calendário lunar, como a Half Moon e a Quarter Moon Party. Nos dias que preferimos não gastar com ingresso de festa, ficamos a noite na praia de Haad Rin, que está sempre movimentada, com bares, música e baladeiros das mais variadas nacionalidades.

Mesmo durante o dia, Haad Rin já fica bem cheia, com som rolando nos bares. Dá pra aproveitar bem o sol, tomando umas cervejas (Chang ou Singha, claro) ou quem sabe já partindo pra um baldinho mais forte. Quando estivemos lá, teve até um campeonato de futebol de areia organizado na hora, que qualquer um poderia participar. A uma curta caminhada dali, tem uma outra parte mais tranquila desta praia, chamada Haad Rin Nai.

Como eu já escrevi no início, nosso principal objetivo em Ko Phangan eram as festas, então rodamos pouco para outros pontos. Mas existem diversas outras praias para conhecer, e algumas das mais procuradas são Had Khuat (Bottle Beach), Haad Yao, Chalok Lam e Ao Nai Wok. Entre as várias opções de restaurantes da cidade para se comer um pad thai ou fried rice de maneira e econômica e também os bares com bons preços, um é bem procurado pelos estrangeiros, o Amstardam Bar, que fica no alto de um morro no lado oeste da ilha e oferece uma ótima vista para o pôr do sol.

PASSEIO PARA KO NANG YUAN:

Em meio a tanta festa, uma pausa para conhecer uma das praias mais bonitas do mundo, que colocamos no ranking top 10 do “Bora Viajar Agora”. Ko Nang Yuan é a verdadeira definição do paraíso, são três ilhotas conectadas por bancos de areias, lugar que fica bem ao lado de Ko Tao. Além de ser um local bem diferente, peculiar, a cor esverdeada da água do mar chama a atenção e é possível ver vários peixes fazendo snorkel por lá. Para ter uma bela vista panorâmica, vale muito subir a trilha até o topo de um dos morros, uma caminhada íngreme de uns 20 minutos, mas compensa. A praia conta com um bar e a pequena faixa de areia costuma ficar bem cheia, por causa das excursões.

Para chegar até lá, fechamos um tour saindo de Ko Phangan pela empresa Seatran Discovery, por 1500 bahts (48 dólares) por pessoa. O preço incluiu o barco de ida e volta, taxa de 100 baths da ilha, almoço e o aluguel de snorkel, máscara e pé de pato. Além de ir a Ko Nang Yuan, também fizemos uma parada em outro ponto no mar para fazer snorkel. O passeio todo durou pouco mais de seis horas, partindo logo cedo e contando com o tempo de cerca de uma hora em cada trajeto. Também é possível conhecer esse destino espetacular a partir de Ko Samui e principalmente de Ko Tao, que fica bem perto e é muito procurada por quem quer fazer curso de mergulho.

IMPERDÍVEL:

– Full Moon Party, o grande motivo da viagem até Ko Phangan. Compre seu baldinho com bebida, entre no clima e aproveite essa festa tão sonhada por muitos!

– Se quiser ficar perto da “bagunça”, tente reservar com antecedência algum hotel na praia de Haad Rin. Se quiser tranquilidade, se hospede longe do local da Full Moon.

– Vale muito dar uma pausa nas festas e ir um dia para Ko Nang Yuan, três ilhotas espetaculares conectadas por faixas de areia.

QUER SABER MAIS SOBRE KO PHANGAN? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial da cidade

Site da Full Moon Party

Deixa de Frescura

​- Viajadora

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 89 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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