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LUXEMBURGO: o que fazer, onde ficar, guia de viagem

Em um pequeno e belo cenário, diversas influências europeias e um dos países mais ricos do mundo
Publicado em:

Quando fui a Luxemburgo: Maio de 2019

Quanto tempo: 2 dias

Muitas vezes apenas um ponto de passagem durante uma viagem, ou um destino para um bate-volta no mesmo dia, a capital de Luxemburgo, que tem o mesmo nome do país, é agradável e oferece atrações interessantes para quem decide incluí-la em um roteiro pela Europa. Localizada entre a Alemanha, a França e a Bélgica, esta pequena nação tem diversas influências de seus vizinhos, e também de Portugal, principal comunidade estrangeira por lá (32% da população do país é de estrangeiros, sendo um total de 16% de portugueses). Um dos países mais ricos do mundo, com PIB altíssimo, Luxemburgo é um importante centro financeiro, mas apresenta também um belo cenário atrativo para o turismo. Tem gente que diz que parece uma cidade de conto de fadas.

É possível, sim, conhecer a compacta e organizada capital em apenas um dia, caminhando pelos principais locais de interesse, como as Casemates du Bock, o Chemin de la Corniche e o centro histórico. Com mais tempo, no entanto, aproveita-se melhor, sem pressa. Saindo de Paris e indo para a Alemanha, nós dormimos uma noite no caminho e tivemos dois dias no país, tendo a oportunidade também de visitar a cidade de Vianden e seu castelo. Isso foi em maio de 2019, e demos sorte de pegar um clima agradável com sol, o que sempre ajuda a melhorar as impressões de qualquer lugar. Mesmo que Luxemburgo não faça parte das prioridades do seu projeto ou sonho de viajante, quando estiver por perto, vale a pena incluir no planejamento.

TRANSPORTE:

Saímos cedo de Paris e fomos até Metz, ainda na França, de ônibus, por apenas 3 euros em uma promoção no site da Flixbus, uma viagem de 4h30. De lá, depois de um rápido passeio na cidade, compramos na hora um bilhete de trem para Luxemburgo, por 17 euros e mais 50 minutos de trajeto. No site da SNCF pode-se comprar antecipado. É mais rápido ir direto de trem da capital francesa até Luxemburgo, em 3 horas, mas normalmente sai bem mais caro. Depois de conhecermos o país, fomos de trem para Colônia, na Alemanha. Compramos o ticket pela internet uma semana antes por 25 euros, uma viagem de 3h30 com troca de trem em Koblenz. Existem ligações de trem e ônibus para várias cidades dos países próximos, além de um aeroporto internacional que fica perto do centro.

Em Luxemburgo, é possível sair da estação ferroviária e conhecer a maioria das atrações da capital a pé, mas o transporte público é eficiente para quem preferir, com algumas linhas de ônibus que cruzam a cidade. Para quem quer mais comodidade, há um trenzinho turístico, o Pétrusse Express, que percorre as ruas fazendo um tour pelas principais atrações. Para ir a outras cidades luxemburguesas, como Vianden por exemplo, também há linhas de ônibus e/ou trem. Um passe que vale por 24 horas para usar todos os meios de transporte público do país custa apenas 4 euros, enquanto o bilhete válido por duas horas sai por 2 euros.

HOSPEDAGEM:

O único hostel da capital de Luxemburgo é o Luxembourg Youth Hostel, onde passamos uma noite por 25 euros por pessoa, valor da diária de um dormitório compartilhado com seis camas. É sem dúvida o lugar mais barato para se hospedar. O albergue tem uma excelente estrutura, um dos melhores que já fiquei neste sentido, tem um bar/restaurante com bons preços, mesas de sinuca e ping-pong e uma grande área ao ar livre. Ele fica localizado bem perto das Casemates du Bock, a menos de 1 km do centro histórico, próximo de tudo levando em consideração que a cidade é bem pequena.

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​O QUE FAZER:

No primeiro dia conseguimos conhecer os principais pontos da cidade, em uma agradável e tranquila caminhada. Começamos pela atração mais interessante, as Casemates du Bock, pagando um ingresso de 7 euros. A casamata, uma espécie de bunker, é uma rede de túneis com funções defensivas, construída a partir do século XVII, durante o período de domínio espanhol. Esse labirinto de galerias subterrâneas, que chegou a ter 23 km de extensão total, foi escavado no meio das rochas que ficam embaixo da cidade alta, o centro histórico de Luxemburgo. Durante a Segunda Guerra Mundial, o local serviu de abrigo para mais de 35 mil pessoas. Lá dentro, com um mapa na mão, percorre-se esses túneis, ora mais estreitos, ora mais espaçosos, com a presença de alguns canhões de guerra e algumas aberturas nas pedras que formam janelas com vista para a cidade.

Saindo dali e passando sobre a ponte Schalassbréck, o passeio a pé seguiu pelo Chemin de la Corniche, uma caminho na chamada “varanda mais bonita da Europa”, apreciando do alto do vale o visual da cidade baixa, conhecida como Grund, onde fica o Rio Alzette, muito verde, pontes e outras construções. Lá embaixo estão a igreja de Saint Jean, o centro cultural Neimenster, o Museu de História Natural, bonitos jardins e uma praça às margens do rio que fica movimentada nos dias quentes. O Grund também conta com boas opções de restaurantes e bares.

Andando mais um pouco ou pegando um elevador, chega-se à cidade alta. Por lá, os principais pontos turísticos são a Ponte Adolphe (que cruza o Valle de la Pétrusse), a bela Place de la Constitution e seus jardins simétricos, o Monumento Gëlle Fra (ou Monumento do Souvenir, em homenagem aos luxemburgueses que lutaram na guerra), as Casemates de la Pétrusse, a Catedral de Notre-Dame, o Palácio Grand-Ducal (a residência do Grão-Duque), a Câmara dos Deputados, a Place Guillaume II (onde fica o Hôtel de Ville, ou Prefeitura), a Place D’Armes (uma praça cercada de restaurantes), a Place Clairefontaine e a Cité Judiciaire. Em meio às ruas sempre muito limpas e organizadas, há outras construções com bonita arquitetura, museus e parques. Para quem tiver mais tempo e outros interesses, o bairro de Kirchberg é a parte nova da capital, onde estão prédios mais altos e modernos, empresas, bancos, instituições públicas e financeiras, o Museu de Arte Moderna, a Filarmônica, entre outros.

VIANDEN:

No segundo dia no país, visitamos a pacata cidade de Vianden, onde fica um castelo feudal. Para chegar até lá, pegamos um trem na estação de Luxemburgo até Ettelbruck (também é possível ir via Diekirch), um trajeto de 30 minutos, e depois um ônibus por pouco mais de meia hora até o destino final.

O Castelo de Vianden fica em uma montanha bem no centro da  cidade, é preciso subir uma rua por 800 metros para chegar lá, mas o esforço não é tão grande assim e a caminhada é agradável, passando por várias construções típicas e restaurantes. A entrada custa 7 euros, e é possível visitar os aposentos históricos do castelo, que foi construído entre os séculos XI e XIV nas fundações de um forte romano, depois foi parcialmente destruído e posteriormente refeito.

Outros pontos de interesse em Vianden são um teleférico (fechado no inverno), que vai até o alto da montanha onde há um restaurante e uma boa vista panorâmica da cidade, a Casa e Museu de Victor Hugo (o escritor morou lá por quatro anos) e o Rio Our (uma ideia é um rápido passeio pela margem).

COMER E BEBER:

A culinária de Luxemburgo tem influências especialmente da Alemanha, e o destaque é a carne de porco, mas também há muitos bistrôs franceses e até restaurantes portugueses. O principal prato típico é o “judd mat gaardebounen”, pescoço de porco defumado, acompanhado de favas e batatas. Comemos um desse no restaurante do hotel Victor Hugo, em Vianden, bem ao lado da ponte da cidade, por 22 euros, uma porção grande que serviu bem duas pessoas. Em Luxemburgo, existem várias opções de restaurantes com diferentes faixas de preço. Na Place D’Armes, lugar mais turístico, é difícil encontrar algo barato, mas nas ruas ao redor há boas alternativas. Um local bastante procurado é a Chocolate House, famosa pelo chocolate quente, que fica em frente ao Palácio Grand-Ducal. Para quem quiser matar a saudade da comida brasileira, perto da estação central de trem fica o Picanha Plaza, um restaurante com rodízio completo de carnes por 18 euros no almoço e 29 euros no jantar. Testamos e aprovamos, a qualidade estava excelente.

À noite, apesar de Luxemburgo não ser dos dez lugares mais agitados do mundo, a capital oferece dezenas de bares e pubs. Estivemos por lá em um véspera de feriado e alguns lugares estavam bem cheios, movimentação boa desde o fim da tarde para um happy hour até o início da madrugada. No centro histórico, fomos no The Tube (com boa variedade de cervejas e TVs transmitindo jogos de futebol) e no Steiler (com música e DJ). Depois, descendo para o bairro de Grund, também curtimos o Scott’s Pub (com mesas ao ar livre, TVs, ambiente legal, e no dia que fomos estava rolando uma pequena balada no segundo andar com entrada paga, com público jovem e bebidas a apenas 1 euro).

IMPERDÍVEL:

– As Casemates du Bock e na sequência uma caminhada pelo Chemin de la Corniche oferecem do alto boas vistas da cidade.

– O castelo de Vianden na pacata cidade de mesmo nome é um passeio interessante para explorar melhor o país.

– Se estiver nas vizinhas Alemanha, França ou Bélgica, em alguma cidade próxima, coloque Luxemburgo no roteiro da viagem. 

QUER SABER MAIS SOBRE LUXEMBURGO? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial do país

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 87 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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