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VICTORIA FALLS: como ir, o que fazer, rafting e dicas

O lado do Zimbábue da maior catarata do mundo e muita adrenalina no rafting no Rio Zambezi
Publicado em:

Quando fui a Victoria Falls: Julho de 2017

Quanto tempo: 2 dias

“A fumaça que troveja”, tradução para o português de Mosi-oa-Tunya, palavras na língua africana tonga que definem essa maravilha da natureza, mais conhecida como Victoria Falls. Considerada a maior catarata do mundo, essa espetacular queda d´água fica situada na fronteira do Zimbábue e da Zâmbia e é a principal atração da região, belo cenário para diversas atividades de adrenalina, como o rafting no Rio Zambezi, além de passeios em parques nacionais e muita vida animal.

Zim ou Zam? Qual lado visitar? Nós fomos aos dois lados durante o mochilão que fizemos na África (veja o roteiro completo), entre julho e agosto de 2017. Entre semelhanças e diferenças, achamos que vale a pena ir em ambos. Neste post aqui, vamos falar sobre a parte do Zimbábue, de onde se tem a melhor vista, e a cidade de Victoria Falls, que leva o mesmo nome das cataratas, e em outro post escrevemos sobre a Zâmbia e Livingstone.

Com apenas 33 mil habitantes, o município de Vic Falls é completamente voltado ao turismo e voltou a receber muitos viajantes depois de um período de problemas políticos, econômicos e de violência no país. Brasileiros ainda são minoria por lá, apesar do fácil acesso a partir de outros destinos do continente, da boa estrutura de hospedagem e de o visto poder ser tirado tranquilamente nos aeroportos e fronteiras. Ah, e a segurança? Não dando nenhuma bobeira à noite, o risco é menor do que qualquer grande cidade do Brasil.

Por causa dos atrativos, o custo na cidade e principalmente nas atividades são mais altos do que no resto do Zimbábue, ainda assim ficam mais baixos do que na média em viagens para Europa ou Estados Unidos, por exemplo. O fato da cidade ser bastante turística também traz alguns inconvenientes além dos preços, como insistentes vendedores tentando fazer negócio de qualquer maneira, mas nada que não possa ser relevado ou que tire a beleza e a grandiosidade da visita a um dos lugares mais impressionantes do mundo.

TRANSPORTE:

Chegamos a Victoria Falls após uma viagem de trem noturno de 14 horas, saindo da cidade Bulawayo, onde entramos no Zimbábue após um voo da South African Airways vindo de Joanesburgo, na África do Sul. Nosso trajeto ferroviário custou 12 dólares por pessoa em uma cabine com duas camas, considerada a primeira classe, mas que na verdade era algo bem simples e antigo. O vagão tinha banheiro, mas não tinha água, e não havia nada de comida ou bebida para comprar. O trem parte diariamente às 19h30, atrasou uma hora, e chegamos às 10h30.

A mesma viagem de Bulawayo a Vic Falls pode ser feita de ônibus em apenas seis horas, pelo dobro do preço, mas optamos pelo trem pela curiosidade mesmo. A cidade de Victoria Falls também conta com um aeroporto e recebe voos de vários lugares do continente, meio de transporte que pode valer a pena dependendo do preço e do tempo que tiver disponível.

Dentro da cidade, é possível caminhar para praticamente todos os lugares do centrinho, incluindo o parque nacional das cataratas e a estação de trem. Para hotéis mais afastados e aeroporto, é preciso pegar táxi ou shuttle. Para ir do centro até a fronteira com a Zâmbia, se não quiser caminhar de 2km a 3km por causa de malas pesadas, os taxistas cobram 5 dólares.

HOSPEDAGEM:

A principal escolha dos mochileiros e de quem não quer gastar muito é o Shoestrings Backpackers (veja fotos na galeria), onde ficamos hospedados em um bom quarto duplo, com ar condicionado e banheiro privativo, que custa 60 dólares por noite. São diversas opções de acomodação, que vão desde camping, dormitórios até quartos para família, com preços variados, tudo em um agradável espaço com área ao ar livre e até uma piscina para se refrescar no verão.

O hostel é bem localizado no centrinho de Vic Falls e ainda conta com um animado bar que é o principal ponto de encontro da cidade à noite, costuma ficar cheio de locais e turistas nos finais de semana, uma boa para tomar umas cervejas Zambezi por 2 dólares, escutar música e se divertir. Para matar a fome, também há um café/restaurante com sanduíches, pizzas, saladas e pratos tradicionais com frango e carne, com preços que variam entre 3 e 8 dólares cada, boa opção econômica.

Ali mesmo no Shoestrings você também pode reservar todas as atividades que pretende fazer na região (leia mais abaixo), já que eles têm parceria com uma agência que oferece os passeios. Além disso, em determinadas datas são organizados eventos da cultura local, com música, dança e percussão.

Para quem não se importa em gastar mais grana, Victoria Falls também oferece alternativas mais caras, como lodges mais luxuosos que ficam às margens do Rio Zambezi e ao lado do parque nacional, com a possibilidade de visualizar animais selvagens.

*O Bora Viajar Agora ficou hospedado a convite do Shoestrings Backpackers. Agradecemos pela parceria e aproveitamos para ressaltar que nossas opiniões são pessoais e independentes.

– FAÇA AQUI A SUA RESERVA PELO BOOKING.COM OU HOSTELWORLD.COM

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VICTORIA FALLS:

No lado do Zimbábue, o Parque Nacional de Victoria Falls é o lugar para ir e ver as enormes cataratas com o constante arco-íris que as acompanham, ingresso a 30 dólares, passeio que pode ser feito tranquilamente de forma independente durante umas duas ou três horas, dependendo do ritmo da caminhada e da quantidade de fotos. O parque se estende pelo alto de um cânion de onde se tem uma vista de frente das quedas d´água, com vários pontos de observação, destaques para o Danger Point e o Chainwalk.

É a partir do Zimbábue que você tem a melhor vista para as cataratas, de maneira mais ampla, de frente, tendo maior noção da dimensão desta maravilha da natureza, enquanto na Zâmbia você consegue chegar mais perto. Vale a pena conhecer os dois lados e dá até para fazer isso no mesmo dia, cruzando a fronteira pela ponte que separa os dois países e pegando o visto lá na hora mesmo. Essa é uma opção que muita gente faz por falta de tempo, mas nós preferimos ficar uns dias também em Livingstone e gostamos muito.

Com 1,7km de extensão e altura máxima de 108 metros, a Victoria Falls é considerada a maior catarata do mundo pela combinação dessas duas medidas (as Cataratas do Iguaçu são mais extensas), é realmente impressionante, um dos pontos altos da viagem à África. Por tudo isso, ela entrou no ranking Top 10 Belezas Naturais do Bora Viajar Agora.

Qual a melhor época para ir?

Depende, cada temporada tem seus prós e contras. De dezembro a fevereiro é quando mais chove, então a Victoria Falls fica começa a ficar mais volumosa a partir de janeiro até maio, mas muitas vezes o grande spray de água atrapalha o visual. Neste período, leve uma capa de chuva ou prepare-se para ficar bem molhado ao caminhar próximo às quedas d’água. Do lado do Zimbábue, as principais cataratas nunca secam, mas do lado da Zâmbia praticamente não tem água caindo durante a seca, de outubro até dezembro. Claro que esses períodos não são exatos e podem variar um pouco a cada ano, dependendo da quantidade das chuvas. Nós fomos para lá no fim de julho, pegamos só dias de sol (apesar de ser inverno, fazia uns 28°C de dia e 15°C à noite) e as cataratas com ótimo volume, nos molhávamos em alguns pontos, mas nada que atrapalhasse. Quando ir para Victoria Falls também influencia em outra atração bastante famosa por lá: a Devil’s Pool, que fica aberta apenas quando o nível da água está baixo, normalmente entre agosto e janeiro ou fevereiro.

RAFTING:

Um dos lugares mais temidos e mais famosos do mundo para fazer rafting é o Rio Zambezi, que fica justamente na fronteira entre o Zimbábue e a Zâmbia, aventura conhecida como White Water Rafting. Assim como a maioria das atividades ali na região, não é nada barato, custa 120 dólares por pessoa, mais 10 dólares de taxa do parque, mas valeu muito a pena. Haja adrenalina! Fechamos tudo no hostel em Victoria Falls mesmo, através da agência Wild Horizons, e foi tudo bem organizado, com vários botes no rio, guias experientes e procedimentos de segurança. No preço, também estava incluso almoço e pela amanhã um café ou chá com biscoitos.

O passeio começou às 7h30 da manhã, quando nos buscaram no hostel, e chegamos de volta às 14h. Foram três horas remando, percorrendo uma distância de 15km, com 13 rápidos de classe III, IV e V, uma dificuldade consideravelmente alta, principalmente para quem fez o rafting apenas pela segunda vez. E tome “forward”, “right”, “left back”, “move your body” e outros comandos a todo momento gritados pelo guia. Vários botes viraram e pessoas caíram na água, inclusive este que vos escreve, que “voou” duas vezes para o rio. Sem dúvida, foi mais difícil e cansativo do que o rafting que tínhamos feito no Rio Pacuare, na Costa Rica. No fim, ao sair do rio, um esforço quase tão grande quanto as remadas (sem exagero): uma íngreme subida de 250 metros até o alto do cânion. Como recompensa ao chegar no alto, um bom almoço e cerveja gelada à vontade. Para quem tiver interesse, é possível comprar as fotos e vídeos da aventura.

Vale citar que fizemos o rafting de metade do dia, porque ainda estávamos no final do período de “high water” e uma parte do rio ainda estava fechada por questões de segurança. Duas semanas depois, com a água um pouco mais baixa, começou a época de “low water”, que costuma ir de agosto até dezembro ou janeiro, e o rafting é um pouco mais longo, uma distância de 25km com um total de 19 rápidos.

O QUE MAIS FAZER:

Além das cataratas e do rafting, existem dezenas de opções de atividades que agradam aos mais diversos estilos, desde o viajante mais aventureiro até o mais tranquilo. Não chegamos a fazer essas outras, mas tem bungee jump da ponte, sobrevoo de helicóptero, cruzeiro no Rio Zambezi, safáris, interação com elefantes e leões, entre outras (veja neste link todas as atividades de Victoria Falls e preços), e a maioria delas pode ser feita estando hospedado em qualquer um dos dois lados, do Zimbábue ou da Zâmbia. Na cidade mesmo, não há nenhum outro grande atrativo, apenas lojas de souvenirs na avenida principal.

No restante do tempo que tivemos em Victoria Falls, seguimos uma recomendação e fomos ver o pôr do sol no bar do hotel Safari Lodge. Bom programa para o fim de tarde, com direito a petiscos e aquela cerveja a preços aceitáveis. Em outra noite, fomos jantar no restaurante Mama Africa, bem turístico, com música ao vivo e comidas locais. Comemos um prato chamado a “caça do dia”, que no caso era carne de gnu, por uns 15 dólares, tamanho individual, mas que dá até para dividir pedindo uma entrada junto e se a fome não for tão grande.

Para quem procura agitação à noite, como eu escrevi acima, o principal ponto de encontro é o bar do hostel Shoestrings Backpackers, que costuma ficar cheio entre 21h e meia-noite, quando fecha. Depois disso, nos finais de semana, é possível encontrar algumas pequenas baladas que vão até mais tarde, é só perguntar para os zimbabuenses, mas não espere nenhuma mega festa.

IMPERDÍVEL:

– Fique atento em qual época do ano ir, dependendo do que quiser fazer, o nível de água muda o visual da Victoria Falls e influencia no rafting.

– Não deixe de visitar os dois parques das cataratas, do lado do Zimbábue e da Zâmbia, vale a pena conhecer os dois visuais diferentes.

– Apesar de muitos taxistas oferecerem corrida nas ruas, é possível fazer praticamente tudo na cidade a pé, até mesmo cruzar a fronteira.

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Site sobre a região

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 87 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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2 COMMENTS

  1. Adorei o relato! Estarei lá em janeiro. Nunca fiz rafting, você acha que dá para fazer? Muito obrigada!

    • Oi, tudo bem? Dá pra fazer o rafting, sim, mesmo sem experiência. Eu fiz pela segunda vez na vida. É bastante cansativo, melhor se tiver um pouco de preparo físico, mas de qualquer forma os guias podem ajudar. Vale a pena fazer. Aproveite!

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