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MONTEGO BAY: o que fazer, como ir, onde ficar

Praia, reggae e o passeio para a lagoa luminosa na capital do turismo da Jamaica
Publicado em:

Quando fui a Montego Bay: Fevereiro de 2016

Quanto tempo: 2 dias

A segunda maior cidade da Jamaica é também a principal porta de entrada da terra de Bob Marley para os viajantes. Montego Bay é considerada a capital do turismo no país, tem o maior aeroporto da ilha, está muito bem localizada e tem mais atrativos interessantes do que a capital Kingston. Em MoBay, como chamam os locais, e nos arredores é possível ter uma real experiência jamaicana, com belas praias, natureza, cultura e, claro, muito reggae, rastafári e, para quem quiser, também maconha. E se você não gosta da erva, sem problemas. Como eles dizem por lá: “no problem” e “respect”!

A Jamaica é um destino vibrante, intenso e às vezes até intimidador no primeiro impacto, por causa, por exemplo, de alguns inconvenientes vendedores que costumam abordar os turistas querendo dinheiro. O estilo de viagem de cada um também influencia nesta impressão, já que uma coisa é ficar nos luxuosos resorts e só se locomover com ônibus de excursão, e outra é mochilar de forma independente, usando transporte público local e vivenciando uma viagem bem mais roots. Fizemos a segunda opção. Com bom senso, paciência e alguns cuidados com a segurança, tudo correu muito bem e após alguns dias já estávamos adaptados à vibe. E posso dizer que foi sensacional e valeu muito a pena visitar. Escrevi um pouco mais sobre esta experiência raiz no post sobre a cidade de Negril (clique aqui e leia mais), nossa primeira parada no país.

Logo depois, fomos para Montego Bay, onde ficamos dois dias, sendo que em um deles fizemos o passeio para a Lagoa Luminosa, em Falmouth, durante uma trip de oito dias na Jamaica, que também incluiu Negril, Ocho Rios, Nine Mile, Port Antonio e Kingston. Viajamos para lá em fevereiro de 2016, durante um mochilão por algumas ilhas do Caribe (clique aqui e veja roteiro completo). Em meio a tanto lugar paradisíaco, MoBay não decepcionou e nos proporcionou atrativos como a belíssima praia Doctor’s Cave Beach, noite de reggae e balada, além da oportunidade de provar ótimos pratos da culinária jamaicana. “Ya mon”, como diz a expressão local, ou “OK”, relaxe, entre no clima e curta a Jamaica do jeito que ela é de verdade.

TRANSPORTE:

Montego Bay tem o maior aeroporto da Jamaica, o Sangster International, que é a maior porta de entrada de turistas no país. Isso se deve muito à ótima localização geográfica, perto das principais atrações da ilha. MoBay também conta com um porto movimentado onde param muitos navios de cruzeiro. Apesar disso, nós desembarcamos no aeroporto da capital Kingston, cidade menos interessante e mais distante, mas no nosso caso não tinha voo para lá. Nós estávamos em Saint Martin e voamos pela Caribbean Airlines, a única opção disponível na época.

Chegando lá, rodamos dentro da Jamaica quase sempre de route taxi (táxi compartilhado), em uma verdadeira aventura pelas estradas, encarando veículos lotados e com zero conforto, mas gastando pouco dinheiro. Para chegar em Montego Bay, pegamos route táxi saindo de Negril, trajeto que demorou um total de 2 horas de viagem, por 475 dólares jamaicanos (4 dólares), com troca no meio do caminho. Primeiro, um carro de Negril até a cidade de Lucea (250 dólares jamaicanos ou 2 dólares) e depois uma van até MoBay (225 dólares jamaicanos ou 2 dólares). Para ir embora de MoBay até Ocho Rios, mais 2 horas de duração dentro de uma van apertada, por 500 dólares jamaicanos (4 dólares). Apesar da confusão nas estações (que na verdade é tipo um estacionamento aberto, bem desorganizado e sem sinalizações) para pegar esses táxis compartilhados e da tensão inicial, com o tempo nos acostumamos e funcionou bem. Eles só saem quando estiverem cheios, então muitas vezes fomos “atacados” pelos cobradores querendo clientes/turistas, mas não houve qualquer problema maior.

As outras opções que a maioria dos turistas adota para se locomover pela Jamaica são: alugar carro, o que te dá uma liberdade maior e pode ser uma boa financeiramente se você estiver em quatro ou cinco pessoas; os táxis privados, que custam no mínimo dez vezes mais que os compartilhados; ou então os ônibus de viagem da empresa Knutsford Express, confortáveis e com horários marcados, mas que geralmente têm o triplo do preço.

Dentro de Montego Bay, usamos táxi (negocie sempre o valor antes para não ser explorado) apenas na chegada da estação até o hotel. Todos os outros deslocamentos fizemos a pé, incluindo praia e bar/balada à noite, já que estávamos próximos e a cidade não é tão grande, apesar de ser a segunda maior da Jamaica, atrás apenas de Kingston (*as adjacentes da capital, New Kingston e Spanish Town também são maiores, mas as três juntas formam uma só grande metrópole de Kingston).

HOSPEDAGEM:

Ficamos hospedados no The Irie Inn, em um quarto duplo espaçoso por 65 dólares a diária. É uma espécie de pousada que achamos no Airbnb, lugar básico, mas com ótima receptividade e que cumpriu bem o que precisávamos. Foi um dos mais baratos que achamos com excelente localização bem na orla, na área chamada de Hip Strip, onde ficam os bares e baladas para a vida noturna, a apenas 700 metros da praia Doctor’s Cave Beach e perto da maioria dos resorts e hotéis de luxo. É a melhor região de Montego Bay para se hospedar. A parte do Downtown, o centro da cidade, apesar de ter uma ambiente local mais autêntico, não é tão recomendável para dormir, principalmente por causa da segurança à noite.

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O QUE FAZER:

A Jamaica é uma ilha caribenha, e Caribe é sinônimo de praia paradisíaca. Então, em Montego Bay não é diferente disso. A praia mais famosa da cidade, entre as mais procuradas do país, é a Doctor’s Cave Beach, que foi onde passamos um dia. Assim como em várias outras praias da ilha, é cobrado ingresso para entrar. Pagamos cada um 600 dólares jamaicanos (5 dólares), e o local conta com ótima estrutura de banheiros, chuveiros, bar, restaurante. Para usar as cadeiras, espreguiçadeiras e guarda-sóis disponíveis, paga-se à parte. Mas é tranquilo de estender a toalha na areia e aproveitar o sol e o mar com um tom de azul realmente espetacular. É verdade que na alta temporada a praia pode ficar bem cheia de turistas, principalmente nos dias que navios de cruzeiro atracam no porto. Mas mesmo assim vale a pena, o belo visual compensa. Ficamos lá tranquilamente até o pôr do sol, que é sempre um momento especial. Quer uma dica de bebida para aproveitar ainda melhor a tarde por lá? Tomamos o Frozen Rasta Bob, um drink à base de rum com as cores do reggae (verde, amarelo e vermelho) em homenagem ao Bob Marley, servido ali mesmo no bar da praia, por 10 dólares.

Entre as outras praias pagas em MoBay, estão a Cornwall Beach (que fica num hotel que cobra day use), a Walter Fletcher Beach (dentro do parque Aquasol Theme Park) e a Tropical Bliss. Já as principais praias públicas da cidade, gratuitas, são a One Man Beach e a Dead End Beach. Esta última fica bem ao lado da cabeceira da pista do aeroporto, então os aviões passam bem próximos quando pousam, o que é um divertimento para muita gente, semelhante ao que acontece na ilha de Saint Martin, na Maho Beach.

Para quem quiser outro tipo de atração, existem alguns pontos turísticos e passeios nos arredores de Montego Bay. Quem está de carro, pode ir para muitos por conta própria, ou então há agências que oferecem excursões. Nós fomos na Lagoa Luminosa (leia mais abaixo). As demais opções mais conhecidas são a Rose Hall (um casarão mal-assombrado onde era uma antiga plantação de cana-de-açúcar), a Rastafari Indigenous Village (uma vila rastafári onde se pode conhecer mais sobre este movimento tradicional, cultura que é um dos símbolos da Jamaica), o Martha Brae River (rio onde há um passeio de jangada de bambu) e o tour no Hampden Estate Rum (uma destilaria de rum típico do país). No centro da cidade, a região do Downtown é um verdadeiro “caos”, mas é o lugar onde mais se pode observar a autêntica vida local. Apesar de uma certa confusão, com bom senso e precaução o risco de algum problema é pequeno. Por segurança, a recomendação é evitar o centro à noite.

A área turística de MoBay é a Hip Strip, que é o nome que se dá para a Gloucester Avenue, a avenida da orla onde ficam as principais praias e também o comércio, lojas, restaurantes, bares e baladas. Foi lá que comemos um dia, no The Pelican Grill, o prato típico da culinária jamaicana: ackee and saltfish, que é um peixe salgado com akee (uma fruta da família do guaraná). A preparação é feita com legumes, temperos, e eles comem essa mistura até no café da manhã, junto com bammy, um tipo de pão, por exemplo. Outra comida tradicional são os jerk chickens (frango com tempero tradicional jamaicano) que você encontra em qualquer esquina por uns 3 dólares. Durante a noite, vendedores montam barracas na rua e fazem o churrasquinho de frango ali mesmo. Um lugar simples, barato e bem recomendado para comer isso é o bar The Pork Pit, um fast-food que tem cardápio também com porco e peixe. E para curtir a vida noturna com muito reggae, além outras músicas caribenhas e internacionais, nossa festa foi no Margaritaville, uma rede com unidades em várias cidades, e neste tem toboáguas para a diversão durante o dia, depois vira bar e balada até de madrugada.

E se apenas reggae e rastafári não forem suficientes para você se sentir dentro da cultura da Jamaica, outro símbolo do país pode ser facilmente encontrado: “ganja”, como eles chamam por lá, ou maconha. Seja nas praias durante o dia ou nas ruas à noite, sempre tem alguém vendendo e fumando, e o consumo da erva é tolerado pelas autoridades locais. Afinal, é a terra de Bob Marley!

LAGOA LUMINOSA:

O único passeio que fizemos nos arredores de Montego Bay foi para a Lagoa Luminosa, ou Glistening Waters, para presenciar esse fenômeno natural que deixa a água fosforescente. A lagoa fica na cidade de Falmouth, a 35km de distância de Mobay, uns 45 minutos na estrada. O lugar tem boa estrutura com hotel ao lado, marina e restaurante. Para ir até lá, pagamos 25 dólares de transporte, um carro com motorista que fechamos através do lugar onde estávamos hospedados, e depois mais 25 dólares por pessoa pelo ingresso do barco. O tour é realizado sempre à noite, tem vários horários começando a partir de umas 19h, pois é necessário estar escuro para ver a bioluminescência, ou seja, a produção de luz por parte de micro-organismos chamados dinoflagelados, que brilham quando são perturbados.

Chegando lá, pegamos um barco com capacidade para 30 pessoas e, durante 40 minutos, percorremos a lagoa observando esta atração rara no mundo, com o guia explicando o processo. Esse fenômeno curioso acontece ali pois a lagoa fica no ponto onde o Rio Martha Brae desemboca no Mar do Caribe, e esses fitoplânctons prosperam melhor no encontro da água doce com a água salgada, e brilham mais forte em águas quentes e rasas. Com qualquer agitação na água, principalmente do motor na parte traseira do barco, ou mesmo ao afundar e mexer nossas mãos, a lagoa fica com faixas brilhantes. No fim do passeio, quem quiser pode nadar, que foi o que fizemos, ficando cercados por esta luz fosforescente apenas pela movimentação na água. Pena que as fotos normais no escuro não retrataram bem o que aconteceu na hora, já que era preciso ter uma câmera melhor para um clique de qualidade. Mas foi uma experiência no mínimo diferente e ficou marcada.

IMPERDÍVEL:

– A Doctor’s Cave Beach é uma das praias mais famosas e bonitas da Jamaica, o mar tem um tom de azul espetacular. Vale pagar para ir!

– Montego Bay é a principal porta de entrada da Jamaica, mas não se limite a ela. Vá também para cidades como Negril, Ocho Rios e Port Antonio.

– Com bom senso, paciência e alguns cuidados com a segurança, relaxe, supere os vendedores inconvenientes e entre no clima da Jamaica.

QUER SABER MAIS SOBRE MONTEGO BAY ? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial de Montego Bay

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 90 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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