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BANGKOK: o que fazer, dicas e roteiro de 3 dias

Templos, mercado flutuante e a bagunça na Khao San: saiba o que fazer em três dias na capital tailandesa
Publicado em:

Quando fui a Bangkok: Janeiro de 2014

Quanto tempo: 3 dias

O que fazer em três dias em Bangkok? Uma das principais portas de entradas da Ásia, a capital tailandesa muitas vezes acaba ficando em segundo plano por causa das praias paradisíacas do país, normalmente o principal foco dos viajantes. No entanto, esta vibrante cidade, e caótica à primeira vista (mas você se acostuma depois e muda de impressão), oferece uma diversidade de atrações e merece uma visita de pelo menos três dias. Neste post, o Bora Viajar Agora dá uma sugestão de roteiro, incluindo os principais templos budistas, passe

ios tradicionais como o mercado flutuante e, claro, a “bagunça” de dia e à noite nos bares e barraquinhas da Khao San Road.

Fui a Bangkok em janeiro de 2014, durante mochilão pelo Sudeste Asiático (veja aqui o roteiro completo), e fiquei três dias por lá. Meu voo do Brasil, com conexão na Europa, chegou em Bangkok, mas no início apenas dormi uma noite na cidade, deixei para conhecer mesmo no fim da viagem. Claro que com mais tempo dá para aproveitar melhor, já que a capital da Tailândia é grande, tem mais de 8 milhões de habitantes, trânsito intenso e muita coisa interessante espalhada pelos bairros. De qualquer forma, em três dias é possível conhecer os principais pontos turísticos, entender um pouco da cultura e da vida local e ainda curtir a noite com muitos baldinhos de bebida. Eu diria também que este é o tempo mínimo para desfazer a impressão inicial de que Bangkok é um caos, se acostumar com o ritmo da cidade e colocá-la como um dos destinos mais especiais do mundo.

O Bora também responde aqui neste post algumas das dúvidas mais frequentes da viagem. Qual o melhor lugar para se hospedar? Vale a pena se locomover de tuk-tuk, táxi, barco ou trem? Onde comer pad thai? Com que roupa não pode entrar nos templos?

Seguindo nosso estilo mochileiro de viagem, esse roteiro dá dicas para não gastar muito dinheiro, economizando sempre que possível, mas como a Tailândia é um país de custo bem baixo, às vezes dá até para dar uma abusada. Claro que não visitamos todas as atrações, o que seria impossível, e além disso preferimos em alguns momentos curtir o clima da cidade sem pressa, fazendo programas que mais nos agradam. Fiquem à vontade para comentar, deixar opiniões, ideias e acrescentar mais informações. “Khob khun kaa” (“ขอบคุณ”)!

O QUE FAZER:

1º DIA:

Começamos conhecendo Bangkok com uma ida logo cedo ao mercado flutuante Damnoen Saduak, o maior e mais turístico deste tipo na cidade, que existe há mais de cem anos. Sem reservar nada antes, negociamos na hora com alguns táxis na região da Khao San e fechamos o carro para quatro pessoas por 800 bahts, ida e volta. O mercado fica longe, a uns 100km do centro e cada trecho demora cerca de 1h30, podendo ser mais com o trânsito intenso.  Chegando lá, é bom ficar esperto porque muitos taxistas param em um lugar mais afastado e dizem que é necessário pegar um barco dali pra chegar até o mercado. Mentira! É uma tentativa de explorar e fazer o turista pagar mais caro. O passeio de barquinho de madeira custa em média 300 bahts por pessoa, por hora. Durante o percurso, você passa pelos canais lotados de barquinhos, que vendem frutas e diversos alimentos e mostram um pouco de como era o comércio tradicional antigamente na Tailândia. Também é possível percorrer a pé as margens dos canais, que contam com camelôs, lojas e lanchonetes.

Para quem preferir, existe a possibilidade de ir para o mesmo Damnoen Saduak em um tour de agências espalhadas por hotéis e áreas turísticas, que custa uns 400 bahts por pessoa. Muitos desses passeios tem a opção de incluir o Mercado do Trem de Maeklong, uma inusitada feira que vende de tudo montada sobre uma ferrovia, onde tudo é desmontado às pressas quando o trem passa e depois rapidamente remontado. Existem outros mercados flutuantes na capital tailandesa, menos conhecidos e com menos turistas, que muita gente diz até ser mais original, como o Amphawa e Khlong Lat Mayom.

À tarde, aproveitamos para fazer umas compras na parte mais nova da cidade, em dois shoppings na área da Siam Square. Fomos ao MBK Center, um prédio grande de cinco andares que vende diversas coisas, praticamente um camelódromo fechado, com muitos eletrônicos baratos, alguns de origem desconfiável. Também estivemos no Siam Paragon, um grande shopping center mais comum, com lojas de marca e preços mais altos. 

Terminamos a noite deste primeiro dia (o que também pode se repetir todas as outras noites) na agitada Khao San Road. A rua sempre movimentada com turistas fica ainda mais vibrante do anoitecer até de madrugada, com bares, baladas, comércio, lojas de tatuagem, massagem e barraquinhas que vendem de tudo. Se for comprar qualquer coisa, mesmo que seja um simples souvenir, a dica é pechinchar sempre que eles baixam o preço. É ali também que você pode experimentar os “apetitosos” insetos tailandeses, como escorpião, gafanhoto, grilo, larvas… E, claro, para animar a noite, os tradicionais baldinhos de bebidas alcoólicas são vendidos em todo lugar. 

Para quem quiser entrar em baladas na mesma rua, a Silk e a The Club têm preços baixos e estão sempre lotadas de viajantes. Para uma night mais local, pegamos um táxi e fomos até a Mixx, perto do Siam Paragon, que é uma das mais indicadas. Não chegamos a ir a nenhum “ping pong” show, mas eles são oferecidos constantemente na rua. Para quem se interessar, a maioria dessas casas com show de pompoarismo fica no bairro de Patpong, e a dica é pechinchar preços, perguntar informações e ficar atento, pois muita gente tenta extorquir os estrangeiros.

  • Atrações visitadas 

– Mercado flutuante Damnoen Saduak
– Maeklong, mercado do Trem
– Siam Paragon e MBK Center
– Khao San Road

2º DIA:

No segundo dia, fomos aos pontos turísticos mais conhecidos da cidade: os templos. Cerca de 95% da população tailandesa é budista, e nesses locais você observa como a religião e a cultura do país estão diretamente ligadas. Como estávamos hospedados na Khao San Road, foi possível fazer tudo andando. Para quem está em outra região, a melhor forma de ir é pegando um táxi ou barco, já que o metrô e o trem não chegam até lá. Primeiro entramos no Grand Palace, complexo que abriga o palácio real, que é a residência oficial do Rei da Tailândia, e vários outros templos, com destaque para o Wat Phra Kaew, onde está o Buda de Esmeralda. O ingresso para tudo custa 500 bahts (15 dólares), e não é permitido a entrada de bermuda, regatas ou roupas curtas, mas é possível alugar calça ali.

Depois, caminhamos até o Wat Pho, templo onde está o famoso Buda Reclinado, de 46 metros de comprimento e todo coberto de ouro. A entrada custa 100 bahts (3 dólares) e também há a mesma restrição para roupas curtas. Saindo dali, atravessamos o rio em um barco que faz este trajeto regularmente e logo chegamos ao Wat Arun, o Templo do Amanhecer, outro cartão-postal de Bangkok (que fica iluminado à noite e rende boas fotos). A entrada custa 50 bahts (1,50 dólar). Dependendo do pique de cada um e do quanto o calor vai te afetar, uma boa ideia depois do almoço para finalizar a tarde é fazer um passeio de barco pelo Rio Chao Phraya. Dá pra pegar um tour no píer perto do Grand Palace, que normalmente também passa pelos canais históricos do bairro de Thonburi, pagando cerca de 500 baths (15 dólares) por uma hora de passeio. Uma outra alternativa é embarcar em um barco de linha normal da cidade e descer em algum ponto mais adiante, o que sai bem mais barato.

À noite, nosso destino foi o Lebua State Tower, um luxuoso hotel cinco estrelas, mas estivemos mais precisamente no Sky Bar, localizado no 63º andar, o topo do prédio, com bela vista panorâmica de Bangkok. Lá no alto foram gravadas algumas cenas do filme “Se beber, não case 2”, o que contribuiu para a fama do local. Fomos mais para conhecer mesmo, pois tudo é bem caro por lá, uma cerveja custa 10 dólares. Ali também fica o restaurante Sirocco, e quem quiser desembolsar para ter um jantar mais fino, vale reservar com antecedência. Importante citar que mesmo para o bar é bom ir com uma roupa mais arrumada, já que o pessoal costuma se vestir bem. Uma calça e camisa pólo já passa, mas nada de bermuda. Tomamos um rápido drink, apreciamos a vista e voltamos para terminar a noite na “bagunça” da Khao San Road.

  • Atrações visitadas 

– Grand Palace e Wat Phra Kaew
– Wat Pho
– Wat Arun
– Passeio de barco no Rio Chao Phraya
– Sky Bar 

3º DIA:

Nós usamos o terceiro dia da nossa estadia em Bangkok para ficarmos mais tranquilos em lugares que já tínhamos visitado ou apenas ver um pouco da vida cotidiana dos tailandeses, mas são inúmeras as opções de pontos turísticos para quem quiser fazer passeios diferentes. A região de Chinatown, por exemplo, o bairro chinês, é sempre bastante movimentada, com muito comércio, uma mistura de culturas orientais e alguns templos interessantes. Destaque para o Wat Traimit, onde fica uma enorme estátua do Buda de Ouro. Outro ponto muito visitado é o Mercado de Chatuchak, o maior mercado de rua da Tailândia, que funciona apenas aos finais de semana. Lá, espere encontrar aquela desorganização habitual e curiosa, com milhares de barraquinhas vendendo uma infinidade de coisas, de bugigangas a roupas, antiguidades, acessórios, plantas…

Um passeio bem interessante é a cidade histórica de Ayutthaya, fundada em 1350 e que já foi a capital da antiga Tailândia. Esse complexo com centenas de templos grandiosos fica a 80km ao norte de Bangkok, podendo ser acessada de ônibus, trem ou excursões. Enfim, como eu já escrevi anteriormente, tem muita coisa pra conhecer na capital tailandesa, vai das preferências de cada um e do tempo disponível. Para finalizar, cito aqui também alguns lugares que não fomos, mas que estão na rota de muita gente, como o Palácio Dusit e a Mansão Vimanmek, a Casa de Jim Thompson, o Parque Lumphini, além de centenas de outros templos e museus.

  • Atrações visitadas 

– Chinatown e Wat Traimit
– Mercado de Chatuchak
– Ayutthaya

TRANSPORTE:

Bangkok conta com linhas de metrô e do Skytrain, que são úteis para diversos pontos da cidade, mas não chegam até a região da Khao San Road e aos principais templos, por exemplo. Para trajetos até esses lugares, a solução é pegar táxi ou Uber (quando eu fui ainda não existia, mas hoje é uma ótima opção), apesar do frequente trânsito intenso. Lembrando que é sempre importante negociar o preço antes com o taxista, evitando qualquer golpe. De qualquer forma, de modo geral, os táxis lá são mais confiáveis do que os tuk-tuks. Esses triciclos motorizados, tão tradicionais na Ásia, são normalmente bem mais caros e uma armadilha para turistas. Deixe para andar neles em cidades menores, como Chiang Mai. Muitas vezes uma boa alternativa para fugir dos engarrafamentos nas ruas é usar as linhas de barco que passam pelo Rio Chao Phraya para cruzar até determinadas áreas da capital da Tailândia. Para ir dos aeroportos Suvarnabhumi ou Don Mueang até a região central, um táxi custa cerca de 400 baths. É possível ir de trem até o Suvarnabhumi, o aeroporto maior, mas pode ser preciso ainda pegar outro transporte dependendo de qual lugar da cidade você estiver hospedado.

HOSPEDAGEM:

Ficamos hospedados em dois lugares diferentes em Bangkok, mas ambos na região da Khao San Road, o paraíso dos mochileiros, área que tem opções mais baratas, mas é possível encontrar desde hostels até hotéis de alto nível. A primeira noite dormimos no Rikka Inn, por 19 dólares a diária de um quarto duplo, com ar condicionado, mas sem café da manhã incluso, local que reservamos pela internet com antecedência. O quarto era básico, pequeno, mas existiam outros tipos, e o hotel era bem justo, nada de luxo, mas arrumado e bem melhor do que a média nos mochilões, tinha até piscina no último andar. Pelo valor, eu recomendo bastante, e principalmente pela excelente localização na Khao San, perto do agito e também dos principais templos.

Depois, ficamos no Green House, por 15 dólares a diária, também em quarto duplo, com ar, sem café. Esta foi uma opção bem mais simples, chegamos lá na hora mesmo e não tínhamos feito reserva, mas para quem quer um lugar barato e apenas para dormir, cumpre bem o papel. Também existem dormitórios compartilhados lá. O hotel fica na Rambuttri, a rua paralela logo acima da Khao  San, um pouco mais tranquila, mas também com bares interessantes. Por sinal, o restaurante do Green House é uma boa indicação para comer e beber, com bons pratos e preços.

Para quem prefere ficar em uma região mais tranquila e também menos turística, a cidade é grande, está cheio de alternativas. A Sukhumvit Road é uma boa opção, área servida por transporte público, perto dos maiores shoppings e também da vida mais cotidiana dos tailandeses moradores de Bangkok. 

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COMER E BEBER:

O Pad Thai (uma espécie de macarrão, noodle) e o fried rice (arroz) são os pratos típicos da Tailândia e encontrados em qualquer esquina por lá, seja misturado com frango, camarão ou carne de porco, mas sempre apimentado e com tempero forte. Se você não curte pimenta, não esqueça de pedir “no spicy”. Em barraquinhas nas ruas ou em restaurantes baratos, um prato individual desses custa entre 50 e 100 bahts. Mas, claro, a culinária tailandesa tem uma grande variedade, lugares mais sofisticados podem ter preços bem mais altos. Os famosos buckets, os baldinhos com bebida alcóolica (algum destilado misturado com refrigerante ou suco), custam entre 150 e 400 bahts nos bares da Khao San Road, dependendo da qualidade da bebida. As marcas de cerveja local são a Singha e a Chang, e uma garrafa de 600ml sai em média 50 bahts nos mercados e 7 Elevens, e uns 100 baths nos bares.

IMPERDÍVEL:

– Passar uma noite se divertindo na “bagunça” da Khao San Road, bebendo os tradicionais baldinhos e pechinchando nas barraquinhas que vendem de tudo…

– Ficar atento com possíveis golpes: ter ideia do preço dos táxis e negociar antes, evitar tuk-tuks e ter bom senso com ofertas na áreas mais turísticas.

​- Lembre-se que a Tailândia não é feita apenas de praias paradisíacas. Aproveite a passagem por Bangkok para conhecer a cultura local e visitar templos budistas.

QUER SABER MAIS SOBRE BANGKOK ? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial da cidade

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 90 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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