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CIDADE DO PANAMÁ: o que fazer, como visitar o canal

Além de uma conexão de voo: horas ou dias conhecendo mais do que o grandioso Canal do Panamá
Publicado em:

Quando fui à Cidade do Panamá: Agosto de 2014 / Fevereiro de 2015

Quanto tempo: 2 dias / 2 dias

Ao se tornar um importante hub de voos internacionais nos últimos anos, a Cidade do Panamá entrou na rota de milhares de passageiros. Mas esta interessante capital, que contrasta modernos arranha-céus com construções antigas, que mistura a cultura latina com influências norte-americanas, pode ser muito mais do que um ponto de conexão. Mesmo que seja por pouco tempo, é possível aproveitar bem o destino e conhecer muito mais do que apenas o grandioso Canal do Panamá.

Esta impressionante obra de engenharia é, sim, o principal ponto turístico da cidade e deve ser visitada. Mas a capital panamenha pode proporcionar ao visitante outros momentos agradáveis, seja durante longas horas de espera de um avião ou até em mais tempo, o que é aconselhável. Vale a pena “quebrar” a conexão do voo para dormir uma noite por lá e ter dois dias inteiros para aproveitar.

Estive na Cidade do Panamá duas vezes, a primeira em agosto de 2014, justamente dormindo uma noite por lá quando voltava de Cancún para o Brasil, chegando logo pela manhã e saindo no dia seguinte só à noite. Sem criar grandes expectativas, o lugar acaba te surpreendendo positivamente, com boas opções de restaurantes, bares e cassinos, seja na parte velha ou na parte nova da cidade, para gostos distintos. E, claro, também é um paraíso das compras, em uma zona franca de comércio sem taxas.

O Canal do Panamá ainda ajuda a explicar bastante da história do país, com origem indígena, colonização espanhola, chegada de mais europeus, invasão dos Estados Unidos, até o que se tornou hoje em dia, com o desenvolvimento, entrada de grandes empresas e a presença de pessoas de diversas partes do mundo. A língua oficial é o espanhol, mas quase todos falam inglês. A moeda panamenha é a balboa, mas o dólar americano já está oficializado e é até mais utilizado. Em comparação com outras nações do continente, o custo por lá é um pouco mais alto, parecido com o da vizinha Costa Rica.

Para quem tem mais tempo na viagem, o Panamá ainda conta com muita natureza e bonitas praias, como as paradisíacas ilhas de San Blas ou a agitada Bocas de Toro, lugares que visitamos durante o mochilão que fizemos em 2015 na América Central (veja o roteiro completo).

TRANSPORTE:

​Algumas companhias aéreas fazem o trajeto do Brasil para a Cidade do Panamá, em voos com destino final para cidades dos Estados Unidos, Cancún, países da América Central e Caribe. A panamenha Copa Airlines tem a maioria das opções, com voos diretos, mas também já fui pela Avianca, com conexão em Bogotá. O aeroporto Tocumen foi expandido nos últimos anos e se tornou um importante hub internacional. O aeroporto menor, o Albrook, mais central, tem voos da Air Panama para destinos domésticos e proximidades.

Na chegada à capital, pelo aeroporto internacional, os táxis até o centro cobram um preço fechado de 25 dólares, e o trajeto pode durar cerca de uma hora se o trânsito estiver intenso. Até existe uma opção de pegar um ônibus circular na avenida em frente, que custa 1,25 dólares, mas é preciso do cartão do transporte público local, que não é vendido no aeroporto (pois é, eles fazem de tudo para o táxi ser usado). A solução que alguns adotam é pedir para algum panamenho passar o cartão para você e dar o dinheiro a ele. Mas essa alternativa do ônibus, além desse “trampo” todo, demora bem mais.

Para circular dentro da cidade, os táxis entre o Casco Viejo e a parte nova da cidade custam em média no máximo 5 dólares (sempre bom negociar, já que não há taxímetro). Muitos turistas acabam negociando com taxistas um preço para fazer um tour pelos principais pontos turísticos da cidade, incluindo principalmente o Canal do Panamá, que é afastado do centro. Se você estiver com mais pessoas, é uma boa opção prática e econômica. Também é possível ir de ônibus e de metrô para determinados lugares, como os shoppings, mas tudo vai depender do tempo disponível.

HOSPEDAGEM:

Da primeira vez que fomos à Cidade do Panamá, ficamos no Hotel Casa Nuratti, ótimo nível. Claro que não chega perto de algum dos vários tops que existem por lá, principalmente os modernos da cidade nova, mas era bem acima daqueles de estilo mochileiro que estamos acostumados nessas viagens. Pagamos 80 dólares o casal para uma diária em quarto duplo, em um hotel muito bem localizado no Casco Viejo, com ótimo restaurante e um animado bar no rooftop.

Da segunda vez, nos hospedamos no Luna’s Castle Hostel, aí sim voltando a fazer parte de um mochilão que se preze, em um hostel agitado, com público jovem, bar com bebidas a bom preços e em clima de festa. Pagamos 30 dólares o casal para cada diária em quarto duplo, obviamente em condições inferiores ao anterior, mas OK, sem problemas, e com banheiro compartilhado. A localização também era ótima no Casco Viejo, perto de boas atrações. A outra boa alternativa para se hospedar é na parte nova da cidade, região de Marbella, mas eu gostei bastante de ficar na parte velha mesmo.

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A principal e mais óbvia atração é o Canal do Panamá, e a forma mais fácil de conhecê-lo é indo até a Eclusa de Miraflores. O ingresso para o centro de visitação custa 15 dólares e, além de uma vista panorâmica do canal, você tem acesso ao um vídeo 3D e um interessante museu que conta toda a história da construção desta obra espetacular inaugurada em 1914, que criou uma ligação para os navios cruzarem do Oceano Atlântico para o Pacífico e vice-versa. É bem interessante mesmo, com muita informação, dados curiosos e a oportunidades de ver de perto embarcações gigantes subindo e descendo no sistema de eclusas enchendo de água. Uma dica importante: para ver os navios maiores passando, vá de 9h às 11h30 ou de 14h30 às 17h.

Fui duas vezes ao Canal do Panamá. Em um delas, fechei um tour direto no hostel, que saiu bem mais em conta, 7 dólares por pessoa pelo transporte até lá. Da outra, fechei com um taxista por 50 dólares para duas pessoas, em um passeio de quatro horas que também incluiu passadas na Ponte das Américas, na Cinta Costera e ao lado do Cerro Ancón. Nos dois casos, o ingresso do canal foi pago à parte. Ainda existem outras duas eclusas que podem ser visitadas, Gatún e Pedro Miguel, mas ficam mais distantes. Em 2016, foi inaugurada a expansão do canal, com novas eclusas ainda maiores em Miraflores. Para quem estiver disposto a gastar bem mais grana, há agências que oferecem passeios de barco pelo canal.

O QUE MAIS FAZER:

A parte velha de Panama City, chamada de Casco Viejo (ou Casco Antíguo), concentra a maioria dos outros pontos turísticos da cidade. Em uma caminhada por entre as ruazinhas com construções antigas, com vários restaurantes, bares e lojas do tradicional chapéu Panamá, é possível visitar, por exemplo, Plaza de la Independencia, a Iglesia de San José, as ruínas da Iglesia de Santo Domingo, o Teatro Nacional, a Plaza de Francia, o Paseo de las Bóvedas, o Palazio de las Garzas (Palácio presidencial) e alguns museus.

Bem perto dali, com vista para o mar, está um dos meus programas favoritos: o Mercado de Mariscos. É lá, num mercado municipal bem simples e popular, que se come peixe e frutos do mar deliciosos, que acabam de ser pescados, com destaque para os ceviches de polvo e lula, a preços irrisórios. Uma porção individual de ceviche sai por até 3 dólares, e o prato de peixe com patacones (pedaços de banana frita) custa uns 5 dólares. Principalmente no fim da tarde o movimento aumenta, aquele pós-trabalho dos panamenhos, com direito a cerveja Balboa e música local.

Outro ponto de interesse da capital do país é o Causeway de Amador, um caminho construído junto ao mar, que conta com restaurante, com o Biomuseo e onde as pessoas costumam passear de bicicleta para ter uma belo visual. Já a Cinta Costera é uma área verde ao lado da Avenida Balboa, via que liga a parte velha à parte nova da cidade. Lá, no bairro de Marbella e arredores, ficam grandes hotéis, cassinos, restaurantes e bares, em meio a modernos arranha-céus espelhados que abrigam empresas multinacionais. Por fim, mais uma atração, um pouco mais afastada, é o Panamá Viejo, ruínas do local onde a Cidade do Panamá foi fundada, em 1519.

Mas não acabou. O Panamá é um paraíso para quem planeja fazer compras, com bons preços, quase nível Estados Unidos. Os principais shoppings com inúmeras ofertas de eletrônicos, roupas, tênis e cosméticos são o Albrook Mall, o Metro Mall, o Multicentro, o Multiplaza e o Soho Mall. Para quem tiver mais tempo e quiser ir na zona livre de comércio mesmo, um pouco mais barata, o lugar é a cidade de Colón, a 70km da capital.

NOITE:

Assim como para a hospedagem, existem basicamente duas áreas para se aproveitar a noite: a parte nova e velha da cidade. Mas os bares e baladas normalmente costumam encher mesmo apenas mais pro final de semana. No Casco Viejo, o lugar mais famoso é o Tântalo Bar, um bar-balada no rooftop de um hotel, bem legal, alto nível, mas espere bebidas com preços mais altos do que a média. Logo ao lado fica o Gatto Blanco, menor e menos agitado do que o anterior, mas boa opção. Ele também fica no topo de um hotel, o Casa Nuratti, onde ficamos hospedados.

Já no Luna’s Castle Hostel, fica o Relic Bar, um bar mais estilo mochileiro, com constantes promoções de bebidas e festas mais animadas em determinadas noites. Vale se informar da programação. Ainda nesta mesma região, fui também no La Rana Dorada, um pub com cervejas próprias que é uma boa pedida para fazer o esquenta da noite. Conheci menos a parte nova da cidade, mas em Marbella, principalmente na Calle Uruguay, existem vários bares e também algumas baladas e cassinos. Seja em qual região for, é possível caminhar pela ruas, ver como está o agito e fazer a escolha.

IMPERDÍVEL:

– Para ver os navios maiores passado no Canal do Panamá, é preciso ir das 9h às 11h30 ou das 14h30 às 17h. Esses são os melhores horários.

– Entre um passeio turístico e outro, um programa imperdível é ir ao popular Mercado de Mariscos comer frutos do mar, peixe e ceviche a preços irrisórios.

– A noite no Casco Viejo fica mais agitada nos finais de semana, e o Tântalo Bar é a principal opção para curtir a cidade com música e animação. Nível bom, mas bebidas mais caras.

QUER SABER MAIS SOBRE A CIDADE DO PANAMÁ? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial da cidade

​- Carpe Mundi

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 90 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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