Quando fui a Colônia: Maio de 2019
Quanto tempo: 1 dia
Uma viagem a Colônia (ou Köln, em alemão) é garantia de muita história e também diversão. Quarta maior cidade da Alemanha, a principal da região metropolitana do Reno-Ruhr, no Oeste do país, ela foi fundada pelos romanos, importante rota comercial na Idade Média e fortemente destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Uma das poucas coisas que sobreviveu aos bombardeios foi a gigantesca Catedral, conhecida como Kölner Dom, monumento símbolo e tão imperdível quanto aproveitar as especialidades de um destino tão boêmio, como a cerveja local Kölsch e a tradicional culinária alemã.
Passamos apenas um dia inteiro e duas noites por lá, uma visita em maio de 2019 no trajeto de uma viagem vindo de Luxemburgo e indo para Düsseldorf. E por falar em Düsseldorf, a rivalidade com essa cidade vizinha também às margens do Rio Reno é acirrada há muitas gerações pela população das duas cidades, seja por disputas de economia, cultura, turismo, futebol e, claro, pela melhor cerveja. Na dúvida, para não causar briga, faça como nós e curta os dois lugares.
Nosso tempo em Colônia foi curto, mas suficiente para visitar as principais atrações que nos interessavam, comer e beber muito bem. Tempo também para constatar mais uma vez o quanto a Alemanha aprendeu com o seu passado e atualmente é um país organizado, desenvolvido, agradável e evoluído. Por tudo isso, merece um “Prost”!
TRANSPORTE:
Para chegar a Colônia, pegamos um trem saindo de Luxemburgo, onde estávamos antes, com troca em Koblenz, em uma viagem de 3h30. Compramos o ticket pela internet uma semana antes por 25 euros, no site da Deutsche Bahn. Para ir embora em direção a Dusseldörf, também fomos de trem, desta vez da companhia low cost Flixtrain (a mesma dos ônibus Flixbus), que tinha começado a operar no ramo ferroviário há pouco tempo. Pagamos apenas 3 euros pelo bilhete desta rota, que tem apenas um horário por dia, bem mais barato do que os trens frequentes da DB ao custo de 13 euros. Porém, não sei se demos azar ou se normalmente é assim, mas houve uma série de problemas: o trem não apareceu no horário certo, mudou de plataforma, ninguém na estação sabia informar se ele realmente chegaria (um funcionário da Deutsche Bahn chegou a ironizar e dizer que a Flixtrain é uma “companhia virtual”), depois saiu com 40 minutos de atraso e a viagem que duraria apenas 25 minutos demorou o dobro do tempo. Mas, apesar disso tudo e dos vagões serem mais antigos, chegamos no nosso destino uma hora depois do previsto e pagando bem barato.
Para quem vai até lá a partir de outros destinos, a cidade é bem conectada por várias linhas de trem, ônibus e voos, já que conta também com um aeroporto internacional compartilhado com a vizinha Bonn. Para circular em Colônia, saindo da Hauptbahnhof, a Estação Central de trem, é possível conhecer a maioria dos pontos interesses centrais a pé, mas há uma eficiente rede de transporte público, com metrô, trem e ônibus, que pode ser usada facilmente.
HOSPEDAGEM:
Ficamos hospedados no Station Hostel, em um dormitório compartilhado de seis camas, que custava 18 euros a diária por pessoa. Ótima localização, bem perto da Estação Central de trem e, consequentemente, ao lado também da Catedral e do centro histórico. O local tem boa estrutura, conta com uma pequena área externa e um bar/restaurante que serve especialidades alemãs a preços justos. Pagamos 8 euros em um curry bratwurst (salsicha, com batata frita e molho curry) e 1,60 euro eu um copo de 200ml de cerveja Kölsch.
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O QUE FAZER:
A Catedral de Colônia, ou Kölner Dom, é a principal atração da cidade, o monumento mais visitado da Alemanha. Com arquitetura no estilo gótico, construção iniciada em 1248 e terminada apenas em 1880, ela tem 157 metros de altura e um dia já foi a igreja mais alta do mundo. O tamanho dela é realmente impressionante e vale muito conhecer a parte interna, onde os vitrais coloridos chamam a atenção e onde há uma urna com os restos mortais dos Três Reis Magos. A entrada é gratuita. Pra quem tiver tempo e fôlego pra subir os mais de 500 degraus para chegar ao topo da torre, em cerca de uma hora e ao custo de 4 euros, há uma boa vista panorâmica lá de cima. A Catedral é uma das poucas coisas da cidade que não foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial, e isso aconteceu justamente pela sua altura, já que as duas torres serviam de ponto de referência para os aviões. Mesmo assim, precisou ser parcialmente restaurada depois de ser atingida por bombas nos conflitos.
Além de ver a Dom durante o dia, também vale apreciá-la iluminada à noite. Um bom local para isto é atravessando a HohenzollernBrücke, a ponte do amor cheia de cadeados, e indo até o outro lado do Rio Reno. A foto clássica de Colônia inclui a ponte e a Catedral ao fundo, como a que está no alto desta página. Foi a Pont des Arts, em Paris, que ficou mais famosa pela tradição dos casais “trancarem” seu amor pra sempre, mas essa ponte alemã é bem maior do que a francesa, com 400 metros de extensão lotada de cadeados dos mais variados tamanhos, cores e com nomes dos apaixonados.
Logo ao lado da Catedral, começa o centro histórico de Colônia, chamado de Altstadt em alemão, que teve 72% de sua área destruída durante os bombardeios da Segunda Guerra no início dos anos 40, na época da Alemanha nazista. Lá estão dois museus importantes: o Museu Romano-Germânico (Römisch-Germanisches Museum), que tem itens e um patrimônio arqueológico da época que a cidade era dominada pelos romanos , e o Museu Ludwig, com grande coleção de arte moderna. Passeando pelas ruas antigas, entre alguns lugares que foram preservados e outros reconstruídos, há vários pontos de interesse, como as praças Alter Markt, onde fica a Prefeitura (Rathaus), e a Heumarkt, ambas com restaurantes e bares, ou a rua comercial para pedestres Hohe Strasse, cheia de lojas. Na margem do Rio Reno, local agradável e bastante aproveitado pelos locais e turistas principalmente nos dias quentes, está a Fischmarkt, outra praça com boas opções para comer e beber, além de algumas feiras eventuais e um bonito cenário com casinhas coloridas. Em uma tarde, passamos por todos esses pontos citados.
Colônia também conta com 12 igrejas românicas, da era medieval, sendo que a principal delas é a Groß St. Martin, que tem em seu subsolo vestígios de uma antiga capela romana. As outras são a St. Maria Lyskirchen, St. Severin, St. Kunibert, St. Gereon, St. Pantaleon, St. Maria em Kapitol, St. Aposteln, St. Andreas, St. Ursula, St. Cäcilien e St. Georg.
Para quem tem mais tempo em Colônia ou interesses específicos, outros atrativos são a Sinagoga Roonstrasse, o parque Rheinpark, a zona arqueológica romana de Praetorium, a Torre Romana, portões das antigas muralhas, passeios de barco no Rio Reno, a região do porto de Rheinauhafen com construções modernas, o observatório Köln Triangle no alto de um prédio de 103 andares, além de outros museus e galerias. A cidade também é famosa pela Água de Colônia, já que este tipo de perfume teria sido criado por lá, e hoje há museus e lojas das duas maiores marcas, a 4711 e a Farina. Ah, e fazendo jus ao título de cidade boêmia, o Carnaval de Colônia é considerado um dos melhores da Europa.
COMER E BEBER:
Uma visita completa a esta região precisa incluir as especialidades da gastronomia alemã. Em Colônia, existem dezenas de cervejarias locais bem tradicionais, que produzem a sua própria cerveja, sendo que as mais conhecidas no centro histórico são a Früh e a Gaffel. É ali também na ruas de Altstadt que estão diversos bares movimentados durante a noite, em uma área mais turística. Nós, no entanto, seguindo algumas indicações, optamos por conhecer lugares frequentados mais pela população local e fomos jantar na Päffgen, que existe desde 1883 e fica a uns 15 minutos a pé do centro. Foi lá que comemos um espetacular joelho de porco (eisbein) com chucrute, um prato grande por 15 euros, que pode tranquilamente ser dividido em duas pessoas se a fome não for absurda. O menu desta e de outras cervejarias espalhadas pela cidade incluem outras delícias da culinária alemã, como schnitzel, salsichas e pratos variados principalmente com carne de porco. Também tomamos mais algumas cervejas Kölsch, a tradicional de Colônia, de alta fermentação, clara e leve, servida tradicionalmente em um copo de 200ml por 1,80 euro. A Kölsch Bier é um dos motivos da grande rivalidade com a cidade vizinha de Düsseldorf, que produz a Alt Bier. E como cerveja, futebol e diversão combinam, em dias de jogos, por exemplo, o time a ser apoiado ali é o FC Köln, que tem como principal inimigo o Fortuna Düsseldorf.
Depois, estendemos a noite até a madrugada no Belgisches Viertel, o bairro belga onde há diversos bares e algumas baladas, com um público jovem, mais descolado e menos turistas. O agito se concentra na Aachener Strasse, umas das principais ruas dali. Ficamos um tempo no bar Sixpack e depois entramos em uma boate de música eletrônica, a Reineke Fuchs. Em um dia, foi possível provar um pouquinho do que de melhor a cidade tem a oferecer e ficar com um gostinho de quero mais.
IMPERDÍVEL:
– A gigantesca Catedral de Colônia, a Kölner Dom, tem uma altura impressionante e é um verdadeiro ponto de referência da cidade.
– Comer e beber bem em uma das cervejarias locais, apreciar as especialidades da gastronomia alemã, como joelho de porco e a cerveja Kölsch.
– Principalmente nos dias quentes, é bem agradável o passeio na margem do Rio Reno, onde há boas opções de bares e restaurantes.
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