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DIANI BEACH: praias, o que fazer, como ir, dicas

A praia mais bonita do Quênia e o que mais fazer na costa perto de Mombaça
Publicado em:

Quando fui a Diani Beach: Junho de 2022

Quanto tempo: 4 dias

Quando se planeja fazer turismo na África, na maioria das vezes aproveitar praia não é o objetivo principal. O continente apresenta uma grande variedade cultural e muita natureza, com atrações diversificadas em seus 54 países, que vão de safári com animais a lugares históricos. Mas se o plano for curtir praia, o litoral do Quênia conta com lugares paradisíacos que podem, sim, ser o foco da viagem ou pelo menos fazer parte de um roteiro mais completo. E para não ter dúvida de onde ir, anote o nome da praia queniana mais bonita: Diani Beach, que fica perto de Mombaça, a segunda maior cidade (atrás apenas da capital Nairóbi) e o principal destino turístico do país.

Eleita já algumas vezes como a melhor praia da África, Diani Beach lembra bastante algumas praias da ilha de Zanzibar, na vizinha Tanzânia, também banhada pelo Oceano Índico, com areia bem clara e um mar espetacular com cor esverdeada e variação de marés. É um lugar calmo e rústico, mas também com boa estrutura de hotéis, restaurantes e bares. Atrai desde famílias e casais que preferem se hospedar em resorts de luxo em busca de tranquilidade, mas também jovens mochileiros que ficam em pousadas ou albergues mais simples e querem agitação.

Nós visitamos as praias do Quênia durante quatro dias em junho de 2022, no final de uma viagem de duas semanas pelo continente. Foram três dias em Diani Beach, mais um dia conhecendo Malindi e Watamu rapidamente e uma noite em Mombaça antes de ir embora. Antes, no país também fizemos um safári no Masai Mara e passamos por Nairóbi. Na primeira semana, iniciamos com um tour de sete dias por Uganda, com destaque para o passeio com gorilas na floresta de Bwindi.

No fim, depois de muitos passeios de carro e estrada nos outros destinos, o tempo que tivemos em Diani cumpriu exatamente o papel que tínhamos planejado. Serviu para relaxar com praia, sol e cerveja gelada, mas também para fazer festa à noite junto com moradores locais e turistas estrangeiros. Um paraíso perfeito para fechar com chave de ouro mais uma viagem espetacular. Fica aqui a dica: praia na África também vale a pena! E seja bem-vindo, ou “Karibo”, como se fala na língua swahili!

TRANSPORTE:

Nós estávamos em Nairóbi e, antes de ir para Diani Beach, quisemos conhecer Malindi e Watamu. Com isso, compramos um voo da capital queniana até Malindi, da companhia Jambojet, por 50 euros e 1 hora de duração. Depois, de Malindi até Watamu pegamos na rua um tuk-tuk, trajeto de 20 km feito em uns 40 minutos, por 1.000 shillings (8 dólares) valor que dividimos em três pessoas. Por mim, de Watamu até Diani Beach, tínhamos pego o contato antes de um motorista que nos levou de carro por 11.000 shillings (90 dólares), também dividindo em três pessoas, em uma viagem de 150 km e quase 4 horas, incluindo uma balsa para cruzar o rio em Likoni.

Para quem preferir ir direto de Nairóbi para Diani Beach, o aeroporto mais próximo é o Ukunda, que na verdade é praticamente apenas uma pista de pouso, com voos operados por companhias pequenas como a Jambojet, Safarilink e Skyward Express. É sem dúvida a maneira mais prática. Outra alternativa é voar de Nairóbi para Mombaça, que tem aeroporto internacional grande e boa oferta de voos inclusive de outros destinos. Também há o trem SGR e ônibus, opções mais baratas, que fazem esta ligação Nairóbi-Mombaça, as duas maiores cidades do Qûenia. O ponto negativo desta ida até Mombaça é depois ter que pegar um táxi, Uber, “matatu” (micro-ônibus local) ou contratar algum transporte particular para ir até Diani, um trajeto de 30km, com chances de trânsito e tendo também que pegar o ferry em Likoni. Para ir embora de Diani até Mombaça, por exemplo, onde pegamos o voo de volta, fechamos uma van com motorista para oito pessoas, o que deu uns 10 dólares para cada um.

No início da viagem para a África, para ir até Nairóbi, pegamos um avião saindo de Paris. Na ida, nosso destino final foi o aeroporto de Entebbe, em Uganda, então fizemos apenas conexão em Nairóbi. Foi na volta, na segunda parte da viagem, que ficamos uma semana no Quênia, “quebrando” a conexão para isso. Por todos esses voos pela Kenya Airways, pagamos 660 euros por pessoa. Nairóbi e também Mombaça recebem muitos voos de vários países da África e outros continentes.

Para circular em Diani, seja durante o dia ou à noite, a maneira mais comum é pegar tuk-tuk ou boda-boda (moto-táxi). Existem vários circulando nas ruas, especialmente na avenida principal. Pegamos vários tranquilamente todos os dias, sem qualquer problema com segurança. Mas, claro, use sempre o bom senso. Especialmente à noite, é melhor do que andar em lugares menos movimentados. É importante sempre fechar um preço antes para não ser enrolado, mas normalmente é bem barato.

HOSPEDAGEM:

Como bons mochileiros, procuramos em Diani um hostel animado, com bar e a possibilidade de encontrar viajantes de várias partes do mundo. E encontramos exatamente o que estávamos buscando. Na verdade, o lugar até superou as nossas expectativas. Ficamos hospedados no Diani Backpackers, por 1.550 shillings (13 dólares) por pessoa, cada noite em um dormitório compartilhado. Nosso quarto era estiloso, todo feito de bambu, com teto de palha e uma árvore baobá no meio, com as camas beliche ao redor. Mas o principal motivo da nossa escolha foi: todas as sextas-feiras e sábados tem festa no hostel, costuma encher, é a principal night da cidade no fim de semana, aberta mesmo para quem não é hóspede (leia mais abaixo no tópico “noite e festas”).

Além do animado bar, o local também conta com boa estrutura. Tem piscina, mesas de sinuca, pebolim e beer pong, quadra de vôlei de praia e um restaurante com cardápio variado e preços baixos. Comi um prato com calamari e acompanhamentos por 750 shillings (6 dólares). Um hambúrguer custa a partir de 450 shillings (3,50 dólares). É um hostel simples, nada de luxo, claro, mas tem um estilo bem legal, ótimo ambiente e atendimento dos simpáticos funcionários. A única crítica fica para o banheiro e chuveiros, meio precários e muito perto de onde acontecem as festas. Mas iam construir chuveiros novos mais perto dos quartos, com mais privacidade. O hostel fica localizado na parte sul de Diani, a 600 metros da praia, uma caminhada tranquila. Também há outros hotéis e restaurantes próximos. Para ir à parte mais central de Diani, é só pegar um tuk-tuk ou boda-boda para chegar em poucos minutos. Para quem prefere se hospedar em resorts, hotéis mais confortáveis ou pousadas mais tranquilas, Diani Beach tem bastante opção com preços variados.

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O QUE FAZER:

Diani Beach tem cerca de 20km de extensão de praia, uma distância considerável com aquele cenário paradisíaco de areia branca, coqueiros e mar com cor esverdeada, que vai desde o município vizinho de Tiwi ao norte até Galu ao sul, que é uma continuação de Diani. Com isso, não tem programação melhor do que aproveitar sol e praia nos dias que estiver por lá. E foi exatamente o que fizemos, sem pressa, sem muito se importar com horários ou com outras coisas para fazer. A única missão era escolher algum dos restaurantes/bares/hotéis/resorts que ficam espalhados por vários pontos da praia para passar o dia bebendo, comendo e relaxando. A tranquilidade às vezes só é quebrada com a insistência de alguns masais e vendedores ambulantes de tudo (de artesanato a passeio de camelo), mas basta cortá-los respeitosamente se não houver interesse em comprar nada.

Na maioria dos dias fomos no bar do Eleven Pearl Boutique Hotel &Spa, que ficava perto do nosso hostel, a menos de 10 minutos de caminhada. Lugar agradável, com atendimento simpático, cerveja gelada, música ao vivo em determinados dias da semana e boas companhias com o pessoal que conhecemos no Diani Backpackers, onde ficamos hospedados. Outro dia, seguimos indicações e conhecemos o The Oasis, restaurante do hotel Bahari Dhow, também com banda ao vivo alguns dias, um pouco mais afastado de onde estávamos, mas a poucos minutos de tuk-tuk. Fomos ainda ao ótimo Nomad Beach Bar & Restaurant, outro lugar bastante recomendado, com boa estrutura e estilo maneiro. Almocei bem lá um prato individual local de polvo com molho de coco swahili e arroz, por 1.490 shillings (12 dólares). Não espere muito agito nesses lugares na praia durante o dia, depende muito da época do ano e, claro, finais de semana são mais movimentados. Alguns bares são mais animados, outros menos, sempre com aquela mistura de moradores locais e turistas estrangeiros, de famílias com crianças, jovens até casais mais velhos.

Uma coisa importante a ser considerada é quanto à grande variação de marés em Diani Beach, que faz a praia ter visuais bem diferentes durante vários momentos do mesmo dia. Na maré baixa, geralmente pela manhã, é possível caminhar bastante mar adentro, com a água cristalina e bem clarinha. Aos poucos ela vai subindo e, na maré alta, a praia fica mais “normal”, com algumas ondas e cor verde mais escura. Para quem quiser ver as duas situações, vale olhar a tábua de marés diária com os horários exatos. Também vale citar que há períodos do ano com mais algas marinhas, dependendo de vários fatores como chuvas, marés, ventos… A melhor época para visitar Diani é de julho a setembro e de dezembro a março. Nós fomos no fim de junho, pegamos dias de sol intercalados com dias nublados e rápidas pancadas de chuva.

Além de ficar relaxando na praia, Diani oferece alguns passeios e atividades. Como venta bastante por lá, há muita gente praticando kitesurf. Assim como em toda cidade litorânea turística, também existem diversos passeios de barco (conhecidos como “sea safari”), com a possibilidade de snorkel ou mergulho para ver a boa vida marinha nos corais próximos e pequenas ilhas. Outras opções populares são a Africa Pool (uma piscina natural formada no meio de rochas com o formato da África, acessível só em dias de maré bem baixa) e o Parque Nacional Shimba Hills (onde há elefantes, búfalos, antílopes e muita natureza). O único passeio que fizemos foi para ver o pôr do sol no Rio Congo, que fica na divisa entre Diani Beach e Tiwi. Fechamos tudo no hostel, fomos de tuk-tuk até lá e pegamos um barco a remo para percorrer o rio no fim de tarde com um bonito visual do sol caindo. Valeu, mas o ponto alto mesmo foi a praia. Não é por acaso que Diani já foi eleita a melhor praia da África!

NOITE E FESTAS:

A melhor festa de Diani Beach acontece no hostel Diani Backpackers, todas as sextas-feiras e sábados à noite. Pesquisando e sabendo disso antecipadamente, escolhemos ficar hospedados lá por causa dessa “bagunça” e chegamos justamente numa sexta, ficando até segunda-feira. A festa acontece a partir de umas 20h até 2h da manhã, com DJ, músicas variadas e é aberta também para quem não está hospedado no hostel. O público é uma mistura de jovens turistas estrangeiros com moradores locais interessados em conhecer os gringos. É uma mistura de culturas interessante, com bastante animação e ambiente legal. Para ter uma ideia dos preços no bar, uma cerveja custa a partir de 350 shillings (3 dólares), valor para uma garrafa de 500ml da cerveja queniana Tusker, preço similar à maioria dos bares na praia. As outras principais opções noturnas em Diani, segundo indicações locais, são a Tandoori e a Manyatta, bares que viram boates e varam a madrugada. Nós fomos cada dia em uma após a festa no hostel, são lugares bem parecidos, frequentados principalmente por quem mora lá, estavam cheios, mas nada de muito especial. De qualquer forma, há diversão em Diani Beach.

OUTRAS PRAIAS:

Antes de ir pra Diani, passamos um dia em Malindi e Watamu, para conhecer rapidamente as duas cidades. Pela manhã, logo que pousamos no aeroporto de Malindi, pegamos um táxi até a praia do centro, mais precisamente até o restaurante Seafront Swahili Dishes, onde aproveitamos para comer. Depois andamos pela praia, que não tem nada de mais no quesito beleza, e fomos também até o Pilar de Vasco da Gama, que fica ali perto e marca o local onde o navegador português desembarcou por lá. Passamos também na Capela Portuguesa, mais um lugar que mostra a influência que Portugal teve na região antigamente. Hoje, Malindi recebe muitos turistas europeus, principalmente italianos.

Na sequência, pegamos um tuk-tuk para ir até Watamu, uma pequena cidade 20km pro sul, conhecida pela sua bela praia de água cristalina e pelos peixes e corais do parque nacional marinho. Com pouco tempo, não chegamos a fazer snorkel para ver a vida marinha. Almoçamos e passamos a tarde no restaurante do hotel Ocean Sports, na praia de Turtle Bay. O tempo não estava tão bom no dia, o que sempre compromete a avaliação de uma praia. Tinha muitas nuvens, chegou a chover e depois abriu sol, mas o mar é realmente bonito. Depois, passamos pela Watamu Beach, que estava com muitas algas, e em outro ponto da praia que achei bem melhor, em frente ao restaurante Willy Beach, perto do famoso por lá Papa Remo Beach. Aproveitando uma sugestão local, terminamos a tarde no bar Lichthaus, construído sobre um deck de madeira ao lado do rio quase no encontro com o mar. O lugar é bem legal, estilo descontraído e parecia que ia encher à noite. Mas infelizmente não podíamos ficar mais, tomamos algumas cervejas e pegamos a estrada com o motorista para Diani.

Outra opção de praia na costa do Quênia é a ilha de Lamu, mais no norte do país, mas não chegamos a visitar. Antes de ir embora, nós conhecemos rapidamente em uma noite Mombaça, de onde pegamos o voo de volta. É a segunda maior cidade queniana e tem o maior porto do Leste da África. Não chegamos a ir às praias, mas passamos pelas Mombasa Tusks (monumento das presas de elefante, um dos cartões-postais da cidade), pelas ruas da Cidade Velha e jantamos em um restaurante em frente ao Forte Jesus. Foi o fim de uma viagem espetacular!

IMPERDÍVEL:

– Diani Beach já foi eleita algumas vezes como a melhor praia da África, então a melhor programação é mesmo curtir sol, praia e relaxar.

– É importante considerar os horários de maré alta e maré baixa, que deixam a praia com visuais bem diferentes no mesmo dia.

– O ótimo hostel Diani Backpackers tem bar animado, a melhor festa da cidade às sextas e sábados e mochileiros de várias partes do mundo.

QUER SABER MAIS SOBRE O QUÊNIA ? ACESSE TAMBÉM:

Site de turismo do Quênia

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 89 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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