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BWINDI: como ver gorilas na África, quanto custa, dicas de Uganda

Passeio com gorilas de montanha na floresta, a principal atração de Uganda
Publicado em:

Quando fui a Bwindi: Junho de 2022

Quanto tempo: 7 dias no país (1 dia com gorilas)

Fazer um safári na África e observar diversos animais selvagens de perto, em seu habitat natural, é o principal símbolo do turismo no continente. Mas que tal fazer um passeio a pé para ver, ainda mais de perto, enormes gorilas que vivem na floresta? Como fazer isso? Esta visita aos maiores primatas que existem é possível na Floresta Impenetrável de Bwindi, a principal atração de Uganda, país da África Oriental ainda pouco visitado por estrangeiros. É uma experiência única, que definitivamente fica marcada pra sempre, uma oportunidade rara deste tipo de contato próximo com a natureza.

Em apenas três países do mundo é possível fazer o chamado tracking de gorilas: Uganda, Rwanda e República Democrática do Congo, que fazem fronteira entre si. Escolhemos Uganda pois no momento é o que tem melhor custo-benefício, levando em conta que é uma atividade cara. O gorilla permit (permissão para entrar na floresta, com guia e segurança para ver os gorilas) para um dia está custando 700 dólares por pessoa em Uganda, enquanto em Rwanda subiu para 1500 dólares (o Governo investiu em marketing e o turismo aumentou), e no Congo sai por 400 dólares, mais barato (mas o país passa por problemas de segurança). O restante do valor da viagem depende do número de dias, o que mais pretende fazer, nível de hospedagem, etc…

Descobri e me informei mais sobre esta possibilidade de ver gorilas quando fizemos um mochilão pela África em 2017 (veja aqui o roteiro completo). Então, cinco anos depois, em junho de 2022, conseguimos realizar este objetivo. Foi uma viagem de duas semanas, sendo uma delas em Uganda. Além de um dia em Bwindi, o tour também incluiu Lago Bunyonyi e Linha do Equador (que estão relatados neste mesmo post), chimpanzés em Kibale, safári e cataratas em Murchison Falls, Rio Nilo e santuário de rinocerontes (que estão em outro post, clique aqui e confira). Na outra semana fomos ao Quênia, com safári no Masai Mara e praia em Diani Beach.

Mas como organizar um passeio com gorilas? A melhor forma para garantir uma boa experiência é pesquisar bastante pela internet para escolher uma operadora de tour confiável e negociar bem o preço. O site Safari Bookings é uma boa plataforma para isso, com uma lista de várias empresas africanas, informações e comentários sobre a reputação de cada uma. Nós fizemos tudo com a African Adventure Travellers (leia mais abaixo). É importante ver tudo com certa antecedência, porque os gorilla permits têm número limitado a cada dia e podem esgotar, principalmente na alta temporada (de junho a setembro). Apesar de na maioria das vezes eu não gostar de tour guiado, tipo excursão, nesta situação é quase que imprescindível. Tem gente que faz por conta própria, é verdade, mas nesse caso é preciso ter disponibilidade de tempo e flexibilidade para ajustar a viagem de última hora conforme os acontecimentos. Independentemente de como for feito, estar com enormes gorilas em Uganda é definitivamente uma experiência rara e que rende histórias pro resto da vida.

TRANSPORTE:

Para chegar até Uganda, pegamos um avião até o aeroporto internacional de Entebbe, saindo de Paris com conexão em Nairóbi, no Quênia, pela Kenya Airways, por 660 euros, valor de ida e volta pelo mesmo trajeto (e “quebrando” a conexão na volta para ficar uma semana no Quênia). A cidade de Entebbe fica a 35 km da capital Kampala, onde dormimos a primeira noite antes de iniciarmos o tour pelo país. Há mais opções de voo, com conexões em outros países da África ou Oriente Médio.

Para ir até Bwindi, nós fechamos o tour com uma agência e rodamos Uganda nesta van com motorista/guia. Quem vai de maneira independente e quer economizar, pode pegar ônibus ou “matatus” (micro-ônibus locais) de Kampala até cidades mais próximas da floresta, como Kibale ou Kisoro. É uma forma bem mais roots, já que nem sempre há ligações até vilas menores e nem horários certos. Para distâncias mais curtas, é bem comum por lá pegar “boda-boda”, que são motos ou scooters, moto-táxi. É mais rápido para fugir do trânsito, mais barato, mas é sempre bom tomar cuidado e negociar antes. É preciso medir os riscos em alguns casos: velocidade alta, estradas de terra, sem capacete, duas pessoas mais o motorista em uma moto… É sentar na garupa e jogar na mão de Deus! Na maioria das vezes dá certo.

HOSPEDAGEM:

Na noite anterior ao passeio com os gorilas, dormimos em Buhoma, que é um dos quatro setores ao redor da floresta de Bwindi. Os outros são Ruhija, Nkuringo e Rushaga. Ficamos hospedados no Buhoma Gorilla Camp, que fica colado na pequena vila da comunidade local. Nosso quarto na verdade era um ótimo cottage, tipo um chalé, bem espaçoso, com cama de casal, mosquiteiro, banheiro com água quente e varanda. O local tinha bastante área verde, aquele estilo de casa de madeira na floresta e um restaurante. Para ser sincero, nível mais alto do que esperávamos, assim como todas as outras acomodações deste tour em Uganda. O valor da diária e refeições já estava incluso no preço total que pagamos para a agência. Para quem quer dormir em um lugar mais barato e mais simples, existem opções, até mesmo com barracas de camping em alguns lugares (como tínhamos feito no safári na Tanzânia).

Depois de Bwindi, passamos a noite seguinte no Lake Bunyonyi, hospedados no Bunyonyi Overland Resort, localizado bem às margens do lago. Desta vez era “só” um quarto mesmo, um pouco menor e menos estiloso do que o anterior, mas ótimo também, mais do que suficiente. O hotel é grande, com vários níveis de quartos, desde barraca até cottage mais luxuoso. Excelente estrutura, com restaurante, bar e atividades no lago. E para mim, o maior destaque é que certamente foi a acomodação com atmosfera mais legal que pegamos em Uganda, com mais viajantes de diferentes nacionalidades para interagir. Algo que buscamos, mas não encontramos nas outras cidades. Rolou até uma festa (leia mais abaixo)!

Vale deixar aqui também o local em que nos hospedamos na primeira noite no país, na capital Kampala: Express View Inn. O hotel pertence à African Adventure Travellers, agência que contratamos. Quarto bom, restaurante no rooftop e equipe atenciosa. Fica localizado a 15 km ao sul do centro de Kampala, em direção ao aeroporto de Entebbe, perto do Lago Victoria. Com isso, é necessário algum meio de transporte para conhecer de fato a capital de Uganda, ainda mais porque o trânsito lá é caótico. Mas a agência nos providenciou isso para visitarmos os principais pontos turísticos de Kampala.

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O TOUR:

É essencial pesquisar bem para encontrar uma agência boa e confiável, como já escrito acima. Além disso, é importante ter uma boa comunicação prévia com a agência, para alinhar as expectativas sobre o tour e deixar bem claro alguns detalhes de acordo com a maneira que mais te agrade, como o itinerário, estilo de acomodação, refeições, tipo do veículo, valores, etc… Com orçamento limitado, como era o nosso caso, também buscamos pelos preços mais baixos possíveis, pechinchamos, mas, claro, desde que isso não afete a experiência de ter uma viagem bem aproveitada. Sempre com bom senso.

Dito isso, depois de muitas trocas de e-mails, conversas no Whatsapp e negociações, fechamos com dois meses de antecedência com a African Adventure Travellers, agência comandada pelo Robert Mugabe, que foi muito atencioso, prestativo e cumpriu o que prometeu. Recomendamos! Foram muito mais pontos positivos do que negativos. Os lodges que ficamos hospedados eram melhores do que esperávamos (nada de luxo, mas confortáveis), as refeições foram ótimas (frango, carne ou peixe, seja nos lodges ou restaurantes na estrada) e os lugares visitados sensacionais. Um ponto também importantíssimo para o sucesso deste tipo de viagem é dar sorte de ter um bom motorista/guia, afinal, é ele quem vai dirigir para tentar achar o maior número de animais no safári, é ele que vai estar em contato com os responsáveis pelo tracking de gorilas, com as acomodações, restaurantes e coisas do tipo. Por isso, destacamos aqui o trabalho do Patrick, que mostrou profissionalismo, conhecimento da área e da vida selvagem e atendeu aos nossos pedidos durante a viagem. Vale citar também o Huzaima, nosso guia durante o excelente city tour em Kampala no primeiro dia.

Nós fizemos um tour de sete dias e seis noites em Uganda, que foi customizado para ir aos lugares que escolhemos pelo país. Além de um dia com os gorilas na Floresta Impenetrável de Bwindi, também visitamos diversos outros atrativos (confira abaixo o itinerário completo). Pagamos 1.640 dólares por pessoa, valor que incluiu todas as hospedagens em lodges em quarto duplo, todas as refeições (bebidas pagas à parte), taxas dos parques, passeios e transfer de ida e volta de Kampala até o aeroporto de Entebbe. Estávamos em três pessoas no carro, mais o motorista, então foi um tour privado só pra nós, feito em uma van 4×4 com teto retrátil, que era sempre aberto durante o safári. O preço pode aumentar ou diminuir de acordo com a qualidade das acomodações, número de pessoas no carro (há opção de entrar em um grupo), nível do veículo (o land cruiser 4×4 é mais confortável e mais caro do que a van) e, obviamente, número de dias e lugares visitados (por causa do valor das taxas de entradas nos parques e/ou ingressos).

– Itinerário do tour em Uganda:
Dia 1 – Chegada em Entebbe e city tour em Kampala (noite em Kampala)
Dia 2 – Ziwa santuário de rinocerontes e topo da Murchison Falls (noite em Murchison)
Dia 3 – Safári em Murchison Falls e barco no Rio Nilo (noite em Murchison)
Dia 4 – Safári em Murchison Falls e ida para Kibale (noite em Kibale)
Dia 5 – Tracking de chimpanzés em Kibale e ida para Bwindi (noite em Buhoma/Bwindi)
Dia 6 – Tracking de gorilas em Bwindi, ida para o Lago Bunyonyi e canoa (noite em Bunyonyi)
Dia 7 – Ida para Kampala, parada na Linha do Equador e voo de Entebbe

*Clique aqui e confira a segunda parte do post sobre Uganda, com o Ziwa santuário de rinocerontes, safári em Murchison Falls e os chimpanzés em Kibale!

GORILAS EM BWINDI:

O dia mais esperado da nossa viagem para Uganda era, sem dúvida, o passeio com gorilas na Floresta Impenetrável de Bwindi, que aconteceu no sexto dia do tour. O gorilla tracking (que pode ser traduzido do inglês como rastreamento de gorilas), ou gorilla trekking (caminhada), como muita gente chama já que as pronúncias são quase iguais, é a principal atração do país. É uma atividade rara e, por isso, cara: o gorilla permit de um dia lá custa 700 dólares (valor que já estava incluso no nosso tour). Existem cerca de mil gorilas de montanha atualmente na África, sendo que metade deles estão em Bwindi, esta floresta montanhosa com grandes árvores, área de 321 km2 e muita biodiversidade. Além de Uganda, os únicos países onde se encontram gorilas desta espécie são os vizinhos Rwanda e Congo. Hoje existem 20 famílias de gorilas em Bwindi habituadas com seres humanos, sendo que cada uma delas tem entre 10 e 20 membros. O processo de habituação leva em média dois anos, tempo em que os pesquisadores e funcionários fazem eles se acostumarem com a presença de pessoas por perto, sem que eles ataquem ou mudem a rotina da vida selvagem em seu habitat natural. Existem quatro setores na floresta de Bwindi onde os turistas podem fazer o passeio com esses primatas: Buhoma, Ruhija, Nkuringo e Rushaga.

Nosso dia de tour em Bwindi começou bem cedo, acordamos às 5h da manhã para tomar café e partir. Estávamos hospedados em Buhoma (onde há mais opções de hospedagem e estrutura, mas os gorilla permits são mais concorridos), mas fizemos o tracking em Ruhija. Com isso, tivemos que pegar uma hora e meia de estrada antes de chegar no lugar. A saída em busca dos gorilas começou às 8h30, mas antes disso tivemos um briefing com explicações e assistimos a uma apresentação de música e danças típicas de mulheres da comunidade local. Neste tempo, houve a divisão de grupos, com seus respectivos guias e a definição de qual família de gorilas seria visitada, já que cada família pode receber no máximo oito pessoas por dia. Este é um momento importante, pois existem suas peculiaridades, como número de silverbacks (os machos maiores, chefes da família) e filhotes em cada uma, uns são mais tímidos e se escondem, outros mais ativos, por exemplo. Além disso, há diferença de tempo de caminhada, que pode variar de uns 30 minutos até muitas horas, dizem que até oito horas algumas vezes. Ouvimos que a distribuição dos grupos é aleatória, mas também é levado em consideração a forma física e idade das pessoas, para haver grupos relativamente homogêneos. Ninguém me disse, mas acho que alguns guias e agências também podem ter certa influência nisso, de acordo com seus interesses e relacionamentos. No nosso caso, demos um pouco de “azar”, pois, sem nenhuma justificativa, caímos no grupo com dois idosos, um deles com dificuldade de caminhar na mata. Com isso, acabamos nem andando tanto, pois escolheram pra gente uma família de gorilas que costuma ficar mais próxima, chamada Kyaguliro. Caminhamos cerca de uma hora floresta adentro, e antes ainda fizemos um trecho de uns 15 minutos de carro. Mas apesar disso, a experiência foi incrível de qualquer maneira.

Mas como funciona para encontrar os gorilas na floresta de Bwindi? Antes de nós turistas começarmos a caminhada junto com um guia armado, os rangers (guardas) da floresta já tinham partido em busca dos animais. Os gorilas se movimentam constantemente e mudam de local durante a noite, mas pela experiência e trabalho diário, os rangers já conhecem mais ou menos a localização onde cada família costuma ficar. Depois disso, pelo som e rastros, eles conseguem encontrá-los e avisam o guia pelo rádio, facilitando a vida dos turistas. Mas nem sempre é fácil, por isso às vezes a caminhada pode ser bem longa. A partir do momento que encontramos a família de gorilas, é permitido ficar uma hora no local, observando, tirando fotos e tentando chegar o mais próximo possível deles, dentro de um limite de segurança aceitável, sempre seguindo as instruções dos guias. Entre as regras, nada de movimentos bruscos, sem gritos ou barulho alto e obrigação de usar máscara para cobrir nariz e boca (não por causa do Covid, mas para evitar que nós seres humanos possamos transmitir doenças aos animais).

É difícil explicar em palavras e mesmo em fotos o que presenciamos por lá, mas é algo realmente único, algo que valeu muito a pena, apesar do custo alto. Logo que chegamos, vimos o silverback e ele pareceu querer mostrar quem é que mandava na área. Meio que de surpresa, ele deu um salto perto da gente. Foi aquele susto, que não deu nem tempo de fotografar ou filmar. Mas rapidamente ele entrou de volta no meio da mata e ficou escondido, apenas nos observando com a cabeça para fora das folhas. Quem mais interagiu neste dia foi uma fêmea com a sua bebê. Desde o início, ela parecia não se importar com a nossa presença. Pegava a filhote no colo, subia e descia das árvores, se alimentava de folhas e frutos e, em alguns momentos, chegou a ficar bem perto da gente, eu diria que a menos de dois metros. Depois, ainda apareceram outros gorilas adultos. Foram incontáveis fotos, vídeos e, no fim, com o tempo esgotado, a caminhada de volta com a satisfação garantida.

E o que levar para o tracking de gorilas? É necessário estar com um tênis ou bota de trekking, já que a caminhada é em mata fechada, com galhos e pedras no caminho, subidas e descidas. Além disso, calça impermeável, blusa de manga comprida e uma casaco também impermeável são recomendados, pois há insetos, risco de chuva e costuma fazer frio pela manhã bem cedo. Eles ainda deram na hora um bastão de madeira para ajudar na trilha. Também levamos na mochila garrafa d’água e, por precaução, um “lunch box” feito pelo lodge (com frango, sanduíche, ovo cozido, fruta e suco), mas nem precisamos almoçar no caminho já que a caminhada foi mais curta do que o esperado. De resto, protetor solar e repelente de mosquitos podem ser úteis. E, claro, câmera fotográfica e/ou telefone celular com bastante espaço livre na memória.

O QUE MAIS FAZER EM BWINDI:

Como chegamos em Bwindi um dia antes do passeio com os gorilas, tivemos um fim de tarde e noite livres. Então, aproveitamos para conhecer por conta própria a pequena vila de Buhoma. Assim como já tínhamos feito um dia antes em Kibale, também andamos pelas ruazinhas de terra, fomos em um mercado local e viramos atração por lá. Todos nos olhavam. “Muzungu”, palavra que significa “homem branco” na língua Bantu, foi o que mais escutamos, principalmente das simpáticas crianças, que acenavam curiosas com a rara presença dos únicos estrangeiros no meio de uma humilde comunidade local. Em conversas com os ugandeses, eles nos contaram que a maioria dos turistas não sai dos lodges, por medo e até por orientação das agências quanto à falta de segurança. Nós, inclusive, desobedecemos os pedidos de não sair sozinhos, e por isso os moradores locais ficaram espantados ao nos verem, mas também gratos de nos receberem. Eu valorizo sempre em qualquer viagem esse contato, esse envolvimento com o povo e a cultura local. Claro que é sempre importante ter bom senso e tomar alguns cuidados (especialmente as mulheres, que às vezes são alvo de olhares mais agressivos), mas não me senti inseguro e não acho que corremos qualquer risco. O maior problema por lá foi outro: conseguir cerveja gelada. Como em vários lugares não tinha energia elétrica, os botecos também não tinham geladeira. Mas havia uma exceção. Encontramos a salvação no Tete’s Bar, onde passamos a noite bebendo cerveja numa temperatura bem aceitável (mais barata do que no restaurante do lodge) e nos divertindo em conversas com o pessoal da vila.

Não chegamos a fazer, mas existem algumas outras atividades na floresta de Bwindi, como a possibilidade de visitar o povoado Batwa, também conhecidos como Pigmeus, que antigamente eram os únicos habitantes desta região.

LAGO BUNYONYI:

Logo que saímos da floresta de Bwindi, pegamos a estrada e após duas horas chegamos no Lago Bunyonyi, outro importante destino turístico no sudeste de Uganda. Como os dois lugares são próximos, muitos viajantes fazem esta rota. O lago é bem grande, um local de natureza para relaxar e até nadar, onde os ugandenses costumam frequentar aos finais de semana. Bunyonyi, na língua swahili, significa “lugar de muitos passarinhos”, e de fato há vários por lá. Como previa nosso itinerário, nós fizemos à tarde um passeio de canoa no lago, que sinceramente não foi nada demais. Nos ofereceram a opção de descer em duas ilhas, com pagamento à parte, uma para ver alguns animais, como zebras e impalas, e a outra para atividades como tirolesa. Mas nós não nos interessamos. Com isso, voltamos remando para o lodge e, por uma obra do destino, tivemos a noite mais animada em Uganda.

Quando estávamos comendo e tomando cerveja no restaurante, um grupo de britânicos na mesa ao lado colocou música eletrônica na caixinha de som. Foi a deixa para a conversa começar e sermos convidados para uma festa com Djs amigos deles. Eles estavam de carro, foram antes e só depois descobrimos que o evento seria na cidade de Kabale, a 30 minutos de onde estávamos hospedados. Nosso motorista não estava por perto, e a única maneira de irmos era de “boda-boda”. Ou seja, moto-táxi. Como já escrevi acima, foi na “emoção”. Sentamos duas pessoas e mais o piloto na mesma moto, estrada de terra, não tinha capacete, mas foi barato e deu tudo certo. A festa foi bem legal, em um espaço aberto, com alguns gringos no meio da população local, música, cerveja quente e muita animação. Na volta, pegamos carona com os britânicos e foi mais tranquilo.

LINHA DO EQUADOR:

No dia seguinte, o sétimo e último dia de tour em Uganda, partimos logo cedo de volta para Kampala, para à noite pegar o voo do aeroporto de Entebbe com destino ao Quênia. Foram sete horas de viagem. No caminho, paramos em um ponto na estrada onde fica a Linha do Equador, na cidade de Kayabwe. No exato ponto onde passa a linha que divide o planeta Terra em hemisfério Sul e Norte, há um monumento de concreto que é ponto para aquela tradicional foto com um pé em cada lado do mundo. Ali também há várias lojas que vendem souvenirs e artesanatos. Também há restaurantes, onde almoçamos comidas típicas de Uganda, como o matoke, que é tipo um purê feito de banana verde. Antes de chegarmos em Kampala, ainda pedi para o motorista fazer mais uma parada, esta para um momento especial. Assim como eu já tinha feito antes em outros países da África, levei no mochilão algumas camisetas da seleção brasileira de criança. Quando vi uns garotos jogando futebol em um campinho na beira da estrada, descemos da van para bater uma bola com eles e depois distribuímos os uniformes do Brasil. Sorriso no rosto de todos para finalizar a viagem para Uganda com chave de ouro.

IMPERDÍVEL:

– Pesquisar bastante, ver a reputação das agências, alinhar as expectativas e negociar o tour de acordo com os seus interesses e orçamento.

– A escolha do seu grupo no tracking de gorilas pode influenciar no tempo de caminhada e número de membros na família.

– Ao invés de ficar apenas nos lodges do tour, acho legal se envolver com a comunidade e cultura local nas pequenas vilas.

QUER SABER MAIS SOBRE UGANDA ? ACESSE TAMBÉM:

Site de turismo de Uganda

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 90 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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4 COMMENTS

  1. Olá. Você não teve problemas no aeroporto de Entebbe? Quero fazer o tracking de gorilas, mas ouvi falar muito mal na chegada em Uganda, com relatos de suborno e roubos no aeroporto.

    • Oi Jhonatan…. Eu já tinha fechado antes o passeio dos gorilas com uma agência. Então, quando cheguei no aeroporto de Entebbe, tinha um carro com motorista pra nos buscar. Não tive nenhum problema lá. Mas confesso que não sei dizer exatamente quais as dificuldades de quem chega lá de maneira independente, tendo que pegar táxi, ônibus ou algo assim, já que o aeroporto é bem simples. Aproveite a viagem porque Uganda é legal demais!

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