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SANTIAGO: dicas, passeios e um roteiro com neve e vinho

Cordilheira dos Andes, Valle Nevado e vinícolas: um roteiro cheio de atividades na capital chilena
Publicado em:

Quando foi a Santiago: Agosto de 2016

Quanto tempo: 5 dias

Pra quem quer “brincar na neve”, curtir vinícolas e conhecer um pouco de Santiago, incluindo pontos turísticos, noite, artesanato e gastronomia, consegue fazer tudo em cinco dias sem precisar correr. Localizada aos pés da Cordilheira dos Andes, a capital do Chile e os seus arredores têm inúmeras atividades para agradar a todos os gostos.

Se o objetivo é ver neve, a melhor época é de junho a agosto. Corre o risco de não ver nevar, mas as estações de esqui vão estar com neve suficiente para as atividades. Eu fui do dia 18 a 22 de agosto de 2016, e por sorte vi bastante neve na estação. Contratamos todos os passeios com a agência Alfatur Chile e fomos atendidas especificamente pela Melanie, que nos deu suporte 24 horas pelo Whatsapp.

TRANSPORTE:

As cinco linhas do metrô de Santiago servem bem a região central, mas para alguns lugares é preciso pegar ônibus. De qualquer forma, o táxis têm preços acessíveis e podem ser uma boa ideia, principalmente à noite. Para ir às montanhas próximas da capital, como o Valle Nevado, a solução mais prática é fechar o transporte com alguma agência de turismo.

HOSPEDAGEM:

Em Santiago, ficamos três noites no Bem Estar Apart Hotel – proprietária Camila, apartamento de dois quartos ótimo e bem localizado no bairro de Bellavista. O preço de três diárias foi de 300 dólares, valor que foi dividido em quatro pessoas, dando 75 dólares para cada uma e nós. Vale a pena ficar em apartamento e abastecer com coisas do mercado porque sair pra comer na cidade é bem caro.

Na estação de esqui El Colorado, ficamos uma noite no El Colorado Bungalows. Como fechamos a viagem em cima da hora, não tinham muitas opções de hospedagem e ficamos em uma acomodação que era uma cabana de madeira com dois quartos e sala, muito confortável, com uma varanda super agradável e visual lindo. Cabiam de seis a oito pessoas, e éramos em quatro, pagamos um total de R$ 1.787 a noite, incluindo jantar e café da manhã, que foram sem dúvidas nossas melhores refeições da viagem! Tivemos um investimento de R$ 450 cada uma, mas pernoitar nas estações é caro mesmo, e se alimentar (não só na neve) também é, então valeu muito a pena.

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PASSEIOS:

1º DIA:

Vinícola Santa Rita: Chegamos em Santiago pela manhã, deixamos as coisas no hotel e fomos direto pra vinícola, com o transfer da Alfatur. O guia falava português, eles são receptivos e explicam detalhadamente todo o processo desde a plantação até o engarrafamento do vinho. Tem uma degustação de um vinho branco e dois tintos, e eles dão a taça de brinde. A degustação foi engraçada e o guia ensinou a olhar cor, sentir cheiro, identificar sabores, e a segurar a taça. Passeio com clima super intimista, e valeu muito a pena! Muito mais do que a Concha y Toro, que é uma vinícola completamente comercial que fomos no final da viagem, e a recepção e o tour deixaram a desejar. Vale a pena agendar almoço na Santa Rita, não fizemos a reserva porque fomos no dia que chegamos e não deu tempo. Vale avisar que lá não aceitam dólar (e nem na maioria dos locais em Santiago. É bom já levar pesos para não perder tempo trocando). Esse passeio com transfer custou aproximadamente 35 dólares.

Tour de bares e boates: À noite fizemos o Happy Ending Tours, que achamos no Trip Advisor como dica de melhor passeio noturno em Santiago. Entrei em contato e fui atendida pelo Andres, que explicou como funcionava e montou um roteiro de acordo com o que a gente esperava curtir na noite. Era meu aniversário e os guias prepararam várias surpresas. Eles nos buscaram no hotel e a mesma van fez o transporte entre os locais visitados. A recepção, o tour e a animação da equipe são ótimas, integraram muito bem o grupo que era composto por uns 15 turistas. O tour começou às 20hs, e nós voltamos para o hotel às 4h da manhã. Fomos ao Moloko Bar, onde experimentamos pisco e empanadas (incluídos no valor) e podíamos pedir musicas pro DJ, e às boates Las Urracas e Cosmopolita, ambas animadíssimas, tocam de tudo, mas principalmente reggaeton. O passeio custa em torno de 80 dólares, mas não temos problemas com segurança, filas, ingressos, e ainda temos direito a alguns drinks ao longo da noite, e ficamos nos camarotes reservados para grupo. Então, vale muito a pena levando-se em consideração que são as boates mais “top” de Santiago. 

2º DIA:

Valle Nevado: A maioria das pessoas fecha o passeio de bate-volta para o Valle Nevado (37 dólares, de transporte de van), que fica a 46km da capital chilena. Nós optamos por pernoitar na estação de esqui El Colorado, e por conta disso pagamos um pouco mais devido ao transfer privado que precisamos na volta, mas essa decisão fez toda a diferença na viagem. Não vale a pena ir e voltar no mesmo dia, pra passear, fazer as atividades na neve e esquiar, não dá tempo. Além disso, é lindo ver anoitecer na estação, e nevar à noite também. Para quem vai apenas entrar no Valle Nevado, é de graça. Mas existem várias opções de ingresso para quem quiser esquiar, o valor de adulto para o dia inteiro é de 49 mil pesos chilenos (74 dólares). Outras atividades, teleférico e pacote com almoço também são pagos (veja os preços no site oficial).

Por volta de 6h da manhã o transfer da excursão nos buscou no hotel e fizemos uma parada para alugar roupas de neve. Recomendo levar roupas térmicas e impermeáveis, botas anti-derrapantes e impermeáveis, e acessórios como cachecol e protetor de ouvido (não esquecer da meia térmica, porque só bota não é suficiente). Além disso, alugar as roupas pra usar por cima, como casaco, calça, luva e bota. Pra quem vai passar mais do que um dia na neve ou fazer outros passeios que envolvem neve, é legal levar sua própria bota e luva se tiver, pra não ter que alugar toda hora. Começamos o passeio pelo Valle Nevado, onde não é recomendado para iniciantes esquiarem. Andamos de teleférico, almoçamos na estação de esqui lá no topo, fizemos outra parada para o “esqui bunda”, tivemos tempo livre pra ficar passeando. Por volta de 16hs o transfer nos buscou e nos deixou na estação de esqui abaixo do Valle Nevado, a El Colorado, onde pernoitamos.  

O hotel é o El Colorado Bungalows, super aconchegante, a área comum onde acontecem as refeições é toda de vidro, vi um dos entardeceres mais lindo da minha vida, e o lugar ainda conta com lareira. Ótimo pra relaxar e aproveitar o jantar, café da manhã e tempo livre. O jantar (incluído no valor da diária) no restaurante La Rotonda tem um buffet de entradas liberado, e um cardápio para escolha do prato principal, e as bebidas não alcoólicas estão incluídas. O filé de merluza é sensacional.

3º DIA:

O café da manhã conta com buffet liberado e várias opções de sanduíches/omeletes que podem ser solicitadas e feitas na hora. Diversos cafés deliciosos – recomendo o cappuccino de caramelo! Tudo incluído no valor da nossa diária.

El Colorado: Nosso grupo se dividiu, duas foram aprender a esquiar em El Colorado, onde gastaram aproximadamente  90 dólares em um pacote com aproximadamente três horas de aula de esqui para iniciantes, mais equipamentos com a professora Glória, e eu e outra amiga pegamos uma van e descemos para a estação de Farellones para fazer outras atividades na neve como boia, tirolesa, bicicleta na neve, etc… Dá pra montar pacote de acordo com as atividades que quer fazer e gasta-se mais ou menos 20 dólares. Farellones é a estação com menos neve, então dependendo da época, algumas atividades não estão funcionando. É a melhor estação para crianças aprenderem a esquiar. Depois disso, subimos para El Colorado para encontrar as amigas que estavam esquiando e pegamos o teleférico (2 dólares) para ir pro restaurante no topo do El Colorado. Vale muito a pena. Dica: tem churrasquinhos maravilhosos de chorizo. Como típicas brasileiras, na hora de comprar pedimos churrasco. Nos entregaram hambúrguer! Sim, hambúrguer = churrasco, e o churrasquinho de chorizo chama-se anticucho. Delicioso, vale muito a pena! Custa 5 dólares, mas vem dois enormes, dá pra dividir. Após o almoço, nosso transfer nos levou de volta para Santiago.

Chegando em Santiago, por volta das 16h, conseguimos visitar o Shopping Costanera que possui um “rooftop” no 61º andar chamado Sky Costanera, onde pagamos uma taxa para subir, e possui o pôr-do-sol mais bonito e famoso de Santiago. Vale muito a pena! Fica a cinco estações de metrô de Bellavista, onde estávamos hospedadas. A vista é de toda a cidade e da cordilheira dos Andes. Pôr do Sol lindo demais. No shopping tem um supermercado chamado Jumbo, todos os vinhos são mais baratos lá e eles têm uma adega muito boa, com muitas opções. Compramos vinhos mais baratos que nas vinícolas e queijos ótimos.

Pubcrawl Santiago: Encontramos o grupo no Facebook como dica do que fazer à noite perto de onde estávamos hospedadas. É no próprio bairro de Bellavista, pagamos 10 dólares cada e tivemos acesso a três bares super legais, o primeiro com cerveja liberada, e os outros dois com shots e às vezes drinks, e por último uma casa de salsa. Os guias são ótimos, e o grupo tinha em torno de 40 pessoas. Diferente do Happy Ending Tours que era mais privativo, com umas 15 pessoas. No pubcrawl o tour é feito a pé, e o bairro de Bellavista não é dos mais seguros, então é bom ficar atento. Nos bares tem DJ e espaço reservado para o grupo, acaba sendo mais divertido do que a casa de salsa que é bem cheia e o grupo se separa. Mas no geral é um ótimo passeio e o custo benefício melhor ainda.

4º DIA:

Cajón del Maipo: Pelo valor de 50 dólares, o transfer nos buscou por volta de 5h30 da manhã, e são três horas de viagem até lá com uma parada para café da manhã e para aluguel de roupas. Esse passeio não ocorre em caso de muita neve pois fica perigoso. Fizemos o passeio com o guia Francis Maldonado (também da Alfatur) que foi incrível! Ao chegar lá é feita uma trilha pela Cordilheira dos Andes, à beira do precipício. Temos que andar em fila com espaço de cinco metros entre as pessoas em caso de caírem rochas do topo da montanha. É um leve perrengue, mas quando chegamos no local do visual da represa, é completamente recompensado. Vale a pena investir em botas anti-derrapantes pra esse passeio, porque a mistura de lama com neve escorrega muito! O local não conta com boa infra-estrutura, banheiros, restaurantes, nada! A nossa agência proporcionou um piquenique impecável com queijos e vinhos típicos, e eles possuem o diferencial de ir mais cedo que as demais excursões de outras agências, então aproveitamos o local bem vazio, e saímos de lá por volta de 13h, quando estava começando a encher. Achei essa estratégia excelente, recomendo muito, é sem dúvidas o melhor passeio da viagem depois do Valle Nevado. Chegamos em Santiago por volta de 16h e aproveitamos pra conhecer praças como o Cerro Santa Lucia, feiras locais e lojinhas do bairro.

Pátio Bellavista: À noite, fomos a este espaço gastronômico cheio de bares e restaurantes. Mas, os preços são altíssimos e atendimento péssimo.  A comida demora em torno de uma hora pra chegar. Nessa noite jantamos no restaurante “Backstage” que é bem badalado mas tivemos uma péssima experiência. Gastamos uns 25 dólares, demorou muito e veio frio. Não recomendo. 

5º DIA:

Vinícola Concha y Toro: Pagamos 30 dólares pelo passeio com transfer da agência. Dura aproximadamente três horas. Meramente comercial, vale a pena mesmo só para quem quer comprar vinhos específicos que só encontramos lá. O tour não possui um diferencial, não é em português, e os atendentes não são muito simpáticos. Eu eliminaria essa do roteiro e escolheria qualquer uma outra menos comercial. Ou pra quem não conhece, pode também incluir o passeio das praias Viña del Mar e Valparaíso, que eu já conhecia e preferi ir na Concha y Toro. Nessa época de inverno as videiras não estão floridas, então ir em muitas vinícolas acaba sendo “ver mais do mesmo”. Dizem que almoçar lá vale a pena, mas como era nosso dia de voltar pro Brasil, não deu tempo.

Na volta, almoçamos no Pátio Bellavista onde tivemos uma experiência muito mais econômica e agradável do que no dia anterior, no Kilkenny Irish Pub, apesar da demora, que pelo que percebemos, acontece em qualquer restaurante em Santiago. No final da tarde fomos para o aeroporto para voltar pro Rio.

DICAS ÚTEIS:


– Levar pesos chilenos

– Levar roupas térmicas e botas anti-derrapantes e impermeáveis

​- Comprar vinhos em mercados (a não ser que faça questão de edições especiais)

– Dormir pelo menos uma noite em uma estação de esqui

– Almoços nas vinícolas devem ser agendados com antecedência

– Visitar mais de uma vinícola no inverno não vale muito a pena, exceto para apaixonados por vinho e colecionadores que querem comprar itens especiais

QUER SABER MAIS SOBRE SANTIAGO? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial da cidade

Laura Góes
Analista de T.I, mora no Rio de Janeiro, gosta de aproveitar o tempo livre para fazer viagens curtas.

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