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SIEM REAP: como visitar os templos de Angkor, dicas de viagem

Explorando os templos de Angkor ou curtindo a noite, Camboja é tiro certo
Publicado em:

Quando fui a Siem Reap: Janeiro de 2014

Quanto tempo: 3 dias

O maior monumento religioso do mundo, o templo de Angkor Wat, no Camboja, faz parte do gigantesco complexo de Angkor, provavelmente a principal atração turística do Sudeste Asiático depois das paradisíacas praias da Tailândia. Uma viagem que se preze à região precisa incluir no roteiro Siem Reap, a cidade base para explorar essas incríveis construções que serviram de sede do Império Khmer, entre os séculos IX e XV.

Mas não para por aí, além de história e cultura durante o dia, este destino também atrai muitos mochileiros estrangeiros e oferece boas opções para curtir a noite. Camboja definitivamente é tiro certo. E por falar em tiro, uma experiência característica do lugar é a possibilidade de atirar com diversos tipos de armas e metralhadoras em bases do exército, em um país marcado por guerras civis e que passa por uma reconstrução após anos de sofrimento. Situação que deixou pobreza nos dias atuais, em uma população com marcas das mortes cruéis do passado, mas também um povo forte, apoiado no budismo e receptivo para tentar mudar a imagem do país.

Fiquei três dias em Siem Reap em janeiro de 2014, durante mochilão que fiz pelo Sudeste da Ásia (clique aqui para ver o roteiro de 38 dias), tempo suficiente para conhecer bem as atrações. Por ser a cidade mais turística do país, é um pouco mais cara do que a média da região, mas mesmo assim os custos por lá são baixos se compararmos com boa parte do mundo. Lá, por sinal, o dólar é aceito em todos os lugares e nem é preciso fazer o câmbio para o riel, a moeda local. Importante citar a necessidade de tirar visto com antecedência, procedimento muito simples de ser feito pela internet mesmo, pelo site do e-Visa. É até possível pegar o visto em algumas fronteiras e no aeroporto, mas a burocracia é maior.

TRANSPORTE:

Chegamos em Siem Riep vindos de Ho Chi Minh, no Vietnã, em uma viagem de ônibus da Mekong Express (24 dólares), com parada na fronteira para a imigração e também em Phnom Pehn, a capital do Camboja. O trajeto total demorou 14 horas, durante o dia, saindo às 7h e chegando às 21h, pois a fronteira não fica aberta de madrugada. De lá, seguimos o roteiro do mochilão para Bangkok, mais uma vez de ônibus, desta vez da empresa Nattakan Bus (28 dólares), em uma viagem que dura cerca de 9 horas e também foi feita durante o dia. Na fronteira com a Tailândia, é bom ficar esperto com as malas, que precisam ser retiradas do ônibus para passar pelo raio-x. Teve gente que saiu direto para passar na imigração, deixou as mochilas no bagageiro e quase ficou sem nada. A cidade ainda conta com um aeroporto, e existem voos que fazem estes mesmos trechos, mas obviamente os preços são bem mais altos.

Para circular em Siem Reap, a maioria das coisas pode ser feita a pé, já que a cidade é pequena e quase tudo se concentra na parte central. Para quem quiser andar menos, existem moto-táxis e tuk-tuks em todo lugar. A exceção é para ir até os templos de Angkor (leia mais abaixo), que ficam um pouco mais distantes.

HOSPEDAGEM:

Ficamos em um dos hostels mais conhecidos e animados da cidade, o The Mad Monkey, pagando 20 dólares o quarto duplo por noite, com ar condicionado, valor por pessoa pouca coisa acima dos dormitórios compartilhados. O hostel é bem preparado para receber o público mochileiro, conta com piscina, mesa para drinking games e dois bares, sendo um no rooftop decorado no estilo praia, que fica aberto até a noite com direito a música e um ranking por países de quem vira mais shots.

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 ANGKOR:

A grande atração turística do Camboja são os incríveis templos de Angkor, um complexo que abrange área de 400km2, com diversas construções no meio da floresta que serviram de sede do Império Khmer, entre os séculos IX e XV. Conhecemos o lugar em apenas um dia, com ingresso a 20 dólares, saindo bem cedo e voltando no fim da tarde, tempo suficiente para conhecer os principais pontos. Mas, claro, para quem gosta de explorar com mais calma, sem pressa e conhecer mais templos, existe o ticket válido para três dias, que custa 40 dólares.

O complexo fica a cerca de 5 quilômetros de Siem Reap, e para ir até lá fechamos no dia anterior um tuk-tuk, que sai em média 20 dólares para até quatro pessoas. Mas é preciso pesquisar e negociar bem, porque sempre querem cobrar mais. Por este preço, o mesmo veículo nos buscou, nos trouxe de volta e também nos levou o dia inteiro de um templo para o outro, já que as distâncias são grandes e o calor é intenso. Falando nisso, é recomendável usar roupas leves, protetor solar, beber muita água e até levar algo para comer, pois almoçar lá nas barraquinhas sai mais caro.

O passeio começa logo cedo, pouco depois das 5h da manhã, com muita gente aglomerada para ver o nascer do sol no templo de Angkor Wat, considerado o maior monumento religioso do mundo, inicialmente hindu e depois budista (muita gente também vai ver o pôr do sol lá, menos concorrido). Depois de muitas fotos, de entrar nele e com o dia já claro, o negócio é conversar com o motorista do tuk-tuk para tentar fazer uma rota que evite a multidão de turistas, o que não é tão fácil assim, mas possível.

Nossa sequência foi ir até Angkor Thom, que era a capital de Angkor, conta com vários templos, esculturas, ruínas e um bonito portal de entrada. Depois, também fomos ao Bayon, templo imponente com vários rostos esculpidos nas pedras, e ao Ta Prohm, templo que foi “engolido” por raízes gigante de árvores, famoso por ter sido cenário do filme Tomb Raider, com a Angelina Jolie. No circuito curto, esses são os principais lugares a serem visitados. No caminho, também entramos no Baphuon e no Banteay Kdei, antes de terminar o tour no lago de Sra Srang. Durante o percurso, é possível ver monges e alguns rituais budistas, além de muitas simpáticas crianças cambojanas tentando te vender pulseiras e afins, falando inglês melhor que muita gente.

 O QUE MAIS FAZER:

Uma atração bastante comum e também controversa no Camboja é a possibilidade de dar tiros com armas e metralhadoras usadas nas guerras do país. São diversos modelos à disposição, como AK-47, M-16, M-60, granadas e até lançador de foguete. No hostel mesmo onde estávamos hospedados eles oferecem este tipo de passeio, negociamos com um tuk-tuk e fomos até uma base do exército a cerca de meia hora de Siem Reap, onde fomos recebidos por soldados com uniforme de militar que nos deram um cardápio com as opções: 30 tiros com a AK-47 saíam por 50 dólares, e um foguete lançado por 400 dólares, por exemplo. No fim de um galpão com cheiro de pólvora, vários alvos de papel estão posicionados, e tudo ocorre em segurança. Ao contrário de algumas histórias que ouvi, em nenhum momento nos ofereceram a possibilidade de atirar em animais, como galinhas e vacas.

Na volta, o tuk tuk nos levou ao “The Cambodia Landmine Museum” (ou Museu das Minas Terrestres), por 5 dólares o ingresso, lugar bem interessante que conta a história das milhões de minas instaladas no território do país durante os conflitos trágicos. O fundador do museu, AKi Ra, foi um jovem militar obrigado pelo governo a instalar várias minas, mas depois lutou contra e desarmou muitas. Até hoje, muitas minas continuam ativas em determinadas áreas do país.

Em Siem Reap mesmo, também tem um museu que conta a história do Império Khmer e alguns outros templos. A cidade também conta com um Night Market, que vende artesanatos roupas e souvenirs, além de um mercado com opções de comida. Para finalizar, um passeio popular entre os viajantes é visitar uma das vilas flutuantes nos arredores, Chong Kneas ou Kompong Pluk, locais de famílias pobres que vivem em casas de bambu sobre o rio.

COMER E BEBER:

A Pub Street é a rua da boêmia em Siem Reap, onde ficam os restaurantes e bares mais legais. Uma indicação para uma refeição diferente é o Cambodian BBQ Restaurant, que oferece no cardápio carnes exóticas, como de cobra, jacaré, tubarão, canguru, sapo, pato, avestruz, entre outras, fritas na hora em uma chapa na mesa. É uma experiência no mínimo curiosa e algumas das opções são bem boas, viu. Sai um pouco mais caro do que a média dos outros restaurantes por ali, 17 dólares uma porção para duas pessoas com sete tipos de carne, mas vale a pena provar.

Entre os bares, o destaque é o Angkor What?,  lugar animado, de nome criativo e que faz jus ao próprio slogan: “Promoting irresponsible drinking since 1998”. O bar tem público formado em sua maioria por estrangeiros, com música e bebidas servidas naqueles baldinhos estilo Tailândia, preços baixos e diversão garantida! Para os mais animados que quiserem esticar a night depois dali, vale se informar sobre possíveis festas próximas.

IMPERDÍVEL

– Vale a pena acordar bem cedo e ver o nascer do sol no templo de Angkor Wat, uma bela imagem que rende boas fotos.

– Custa no mínimo 50 dólares, caro para o país, mas não é sempre que você pode atirar em segurança com metralhadoras e armas de guerra do exército de um país.

– A vida noturna de Siem Riep é agradável na Pub Street, com direito a churrasco de cobra e jacaré, e o animado bar Angkor What?.

QUER SABER MAIS SOBRE SIEM REAP? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial da cidade

​- Love and Road

​- Projeto 101 países

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 87 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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