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CAPRI: o que fazer na ilha, como ir, dicas de viagem

Passeio de barco, Gruta Azul e mais atrações em dois dias de verão na famosa ilha italiana
Publicado em:

Quando fui a Capri: Agosto de 2019

Quanto tempo: 2 dias

A fama da ilha de Capri vem de muito tempo atrás, era o local da residência de verão do imperador romano Tibério César. Passaram-se cerca de dois mil anos e as belezas naturais continuam sendo um convite perfeito para visitar este destino paradisíaco no Golfo de Nápoles, no Sul da Itália. Mas não são apenas as belas praias, grutas e o mar cristalino que atraem os turistas. Hotéis de luxo, lojas de marca e restaurantes estrelados também elevam o nível (e o custo) de uma viagem a Capri, que muitas vezes é visitada rapidamente, em apenas um dia, por quem não pode gastar os milhares de euros que os mais ricos e famosos desembolsam por lá.

Mesmo com a grana contada, eu não quis a correria de um bate-volta, preferi dormir pelo menos uma noite em Capri, tendo assim praticamente dois dias inteiros para conhecer as principais atrações, incluindo um passeio de barco ao redor da ilha e a concorrida Gruta Azul. No fim, acho que a decisão foi mais do que acertada. Fizemos isso em agosto de 2019, em plena alta temporada do verão europeu, quando a ilha está mais cheia e o clima mais quente e agradável para quem curte praia e sol. Na mesma viagem, também estivemos em Sorrento e em cidades da Costa Amalfitana, como Positano, além de Nápoles (com ida às ruínas de Pompéia e ao Vulcão Vesúvio) e Roma.

A melhor época para visitar Capri é entre maio e outubro, sendo que julho e agosto é o pico mesmo. Alguns preferem ir em maio/junho ou setembro/outubro, quando as temperaturas não estão tão altas e há menos turistas, o que pode ser boa opção dependendo do seu estilo. Mas aqui vai uma dica, que aliás serve para a maioria dos destinos de praia. Eu não viajaria fora deste período, nos meses mais frios, quando a ilha está “morta” e com muitos dias nublados, apesar dos preços mais baixos. Ilha combina com verão, e Capri é daqueles lugares que merecem ser bem aproveitados, mesmo que de uma maneira um pouco mais econômica.

Reservas

Barco é o único meio de transporte regular para se chegar a Capri, desembarcando no porto da Marina Grande. Nós pegamos um ferry logo cedo saindo de Sorrento, ticket por 22 euros e apenas 20 minutos de trajeto, da empresa NLG. Pra ir embora da ilha, no dia seguinte à noite partimos para Nápoles, por 20 euros e 50 minutos, em um ferry da SNAV. Existem diversos horários de barcos operados por essas e outras empresas, todos os dias do ano, entre essas duas cidades e Capri. Nos meses mais quentes, entre maio e outubro, também há ferries saindo de outros lugares da Costa Amalfitana e região, como Positano, Amalfi e Salerno. No site Capri.com tem todos os detalhes, informações, preços e é possível fazer a compra online antecipada, o que é recomendado durante a alta temporada. O aeroporto internacional mais próximo de Capri fica em Nápoles, que recebe voos de vários destinos da Europa. A partir de Roma também é fácil ir de trem até Nápoles e Sorrento.

Chegando em Capri, há algumas possibilidades para se locomover, e é preciso levar em consideração que é uma ilha montanhosa, com muitas subidas e descidas. Existem linhas de ônibus que ligam os principais pontos de interesse, uma boa opção para circular entre os centros de Capri, Anacapri e marinas, por exemplo. Cada bilhete individual custa 2 euros, ou 6,70 euros para o ticket ilimitado de um dia. No verão, pegamos filas e tivemos que esperar um pouco nos pontos de ônibus, mas foi tudo bem organizado.

Para ir da Marina Grande até o centro de Capri, tem um funicular que sobe e desce o morro, por 2 euros também. É uma distância de apenas 1 km, cheia de escadas e pequenas ruas, perfeitamente possível de percorrer a pé. Mas é muito mais fácil na descida, claro, já que a subida exige certo esforço. Os táxis são uma alternativa bem mais cara, algo entre 20 e 40 euros dependendo do trajeto, que só vale a pena se tiver mais gente para dividir, ou em situações como madrugada e se estiver com muitas malas. Por fim, há barcos que vão até praias, grutas e fazem passeios (leia mais abaixo).

HOSPEDAGEM:

Os hotéis em Capri em geral são caros, e mesmo o aluguel de casas pelo Airbnb tem preços altos. Na alta temporada, muita coisa se esgota com antecedência e é difícil encontrar hospedagem mais em conta. Reservando seis meses antes, nós ficamos no Don Raffaé, uma pequena pousada que foi um ótimo achado. Pagamos 140 euros na diária de um quarto para três pessoas, um lugar agradável, sem luxo, mas arrumado, como se fosse uma grande casa de família com jardim, sem recepção e nem jeito de hotel. O local fica a 1 km da Marina Grande, 15 minutos andando, bem perto da praia do Bagni di Tiberio. Em termos financeiros e de localização, normalmente é mais caro se hospedar mais perto do centro de Capri, área mais movimentada e com vida noturna. Por outro lado, geralmente as opções mais baratas (ou menos caras) ficam em Anacapri, parte mais tranquila da ilha.

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PASSEIO DE BARCO:

A melhor maneira de aproveitar as belezas do mar azul de Capri, ver as grutas e a natureza espetacular é fazer um passeio de barco ao redor da ilha, o chamado “Giro dell’Isola” em italiano. Neste caso, existem basicamente duas possibilidades: ir em um barco grande com dezenas de outros turistas (duas horas de duração, preço entre 15 e 25 euros por pessoa) ou fechar um barco privado (tempo a combinar e valor mais alto, que varia de acordo com tipo do barco, data e negociação, mas que pode não ser tão mais alto assim dependendo do tamanho do grupo). Ambos os passeios incluem a opção de entrar na Gruta Azul (ingresso pago à parte) e podem ser contratados na hora na Marina Grande, mas na alta temporada é mais seguro reservar com antecedência, principalmente o privado. Nós estávamos em oito pessoas, pegamos um barco só para nós e digo que valeu muito a pena.

Pagamos um total de 250 euros (31,25 euros por pessoa) por um tour de três horas, tempo perfeito para dar a volta na ilha, ver os principais pontos de interesse e parar para nadar. Nós também entramos na Gruta Azul, mas quem não quiser esta parte pode até fazer o tour em duas horas ou usar o tempo extra para curtir com mais tranquilidade. No preço também estava incluso uma garrafa de prosecco, bebidas (cerveja, refrigerante e água) e snacks para petiscar. Pesquisando no site Capri.com, há diversas opções. Nós fechamos o tour chamado “Classic Boat Tour of Capri” de um barco do restaurante e beach club Bagni di Tiberio, o que incluiu também a entrada na praia particular deles, onde no fim almoçamos e aproveitamos a tarde até o pôr do sol.

Começamos o passeio às 10h da manhã, saindo da Marina Grande, onde encontramos o marinheiro e embarcamos em um “gozzo”, pequeno barco de madeira típico da região, com espaço suficiente para quem quisesse deitar nos colchonetes e tomar sol. Logo no início, enfrentamos a fila da Gruta Azul (leia mais abaixo). Depois, seguimos o giro passando em frente a lugares na ilha como o Farol de Punta Carena, a Gruta Verde (onde paramos para nadar na água impressionantemente cristalina, parada que não teria acontecido com um barco de excursão), a Marina Piccola, os Faraglioni (três enormes rochas no mar que são um cartão-postal de Capri), a Villa Malaparte, o Arco Natural, a Gruta Branca e a estátua do Scugnizzo. Mas muito mais do que esses pontos específicos, o que vale mesmo é aproveitar o sol, relaxar e apreciar o visual paradisíaco. E como vale!

Gruta Azul: Esta bela caverna marinha na costa é um dos símbolos de Capri. Nós visitamos e gostamos bastante da experiência e recomendamos, mas tem gente que prefere não fazer por achar um certo “perrengue”. Dentro da gruta, o visual é espetacular, bem bonito mesmo, aquela água azul com a cor bem forte no meio da escuridão, iluminada só pela luz que passa pela pequena entrada na rocha. Mas vamos à explicação de todo o processo para entender melhor o “lado ruim” desta atração.

Chegando de barco até a entrada da Gruta Azul, geralmente é preciso encarar uma fila grande, a espera pode chegar a uma hora ou até duas horas na alta temporada. Nós demoramos 40 minutos para entrar, no mês de agosto, às 11h da manhã. Dizem que indo bem cedo ou no fim da tarde é mais rápido, mas nesses horários o sol não está tão forte e pode não iluminar tanto o interior da gruta, perdendo um pouco de beleza. Após a espera, é preciso trocar de barco para entrar na gruta, pois apenas pequenos botes a remo para umas quatro pessoas, pilotados por barqueiros habilidosos, conseguem passar pela minúscula porta. No momento da entrada e da saída, há uma certa tensão, pois é preciso se abaixar, se espremer e praticamente deitar no chão do barco. A “porta” é pequena mesmo. A missão ainda fica mais difícil com o balanço do mar, e a gruta fecha se a maré estiver alta ou agitada. Mas no fim dá tudo certo. Depois de tudo isso, já na parte interior, você precisa ser rápido para aproveitar a bela recompensa, tirar fotos e ouvir os barqueiros cantando música italiana clássica, já que tem tempo contado dentro da gruta: ficamos apenas uns dois ou três minutos. E aí, acha que vale a pena?

O ingresso da Gruta Azul custa 14 euros (mais a gorjeta que os barqueiros vão pedir insistentemente no final), e existem três formas de ir até lá. Uma delas é como fizemos, uma parada durante o passeio de barco privativo, ou até mesmo incluir no tour de barco de excursão. Outra é pegar um barco que sai também da Marina Grande e leva exclusivamente até a gruta, por 12 euros ida e volta, mais o valor da entrada. E por fim, também é possível ir de ônibus de Capri até Anacapri e depois pegar outro bus até a gruta. Tem um restaurante ao lado com um píer onde forma-se uma fila de pedestres antes de entrar no barquinho.

O QUE MAIS FAZER:

Depois de um dia de barco e praia, no segundo dia em Capri fomos conhecer os principais pontos turísticos. A ilha se divide basicamente em duas pequenas cidades, ou dois centrinhos: Capri e Anacapri. O principal deles, como se fosse a “capital”, é Capri, um bom lugar para começar o passeio. A Piazzetta di Capri, ou Piazza Umberto I, é a praça principal, que fica logo ao lado da estação de funicular, na parte alta da ilha, de onde há um belo visual com a Marina Grande abaixo. Ao redor dela estão vários bares e cafés, que costumam ficar cheios nos fins de tarde e noites de verão, além da Torre do Relógio e da Igreja de Santo Stefano. A partir dali, caminhando pelas ruazinhas para pedestres, como a caríssima Via Camerelle, estão diversas lojas de marcas famosas, jóias, relógios, roupas, ótimos restaurantes, hotéis de luxo e mansões.

Ali perto fica o lugar de onde se tem a vista panorâmica mais famosa de Capri, os Jardins de Augusto (Giardini di Augusto). Paguei apenas 2 euros para entrar na área do jardim, com canteiros floridos e algumas pequenas esculturas, mas o mais espetacular é mesmo o visual lá do alto, com o mar azul embaixo e os Faraglioni (as três rochas por onde passamos no passeio de barco). Dali também é possível ver outros pontos, como a Via Krupp (que estava fechada para reforma), um caminho sinuoso que desce até a Marina Piccola. Para quem tem mais tempo disponível, próximo do centro de Capri também estão atrações como o mosteiro Certosa di Giacomo, a Villa Jovis e a Via Tragara, além de trilhas, como a Via Pizzolungo, que leva até o Arco Natural.

Do outro lado da ilha, a uns 15 minutos de ônibus, fica Anacapri, região onde estão outros atrativos interessantes. Nós fomos à Villa San Michele (ingresso a 8 euros), atualmente um museu onde era a antiga casa projetada por Axel Munthe, médico e escritor sueco que se mudou para lá em 1985. O local conta com objetos de arte e um bonito jardim com mais uma bela vista panorâmica de Capri. Se o intuito for apenas a vista, para quem não quiser pagar a entrada, do lado de fora também há um mirante de onde começa a Scala Fenicia, uma longa escadaria que desce a montanha. A alguns passos dali está a Piazza della Vittoria, de onde sai um teleférico (por 10 euros) que sobe até o Monte Solaro, o ponto mais alto da ilha, a 589 metros acima do nível do mar, mas não chegamos a ir. Nos arredores desta praça em Anacapri fica a Igreja de San Michele di Arcangelo e a Casa Rossa, além de várias lojas e restaurantes, geralmente com preços mais baixos do que no centro de Capri.

Por fim, praia. Ou “spiaggia”, em italiano. É verdade que Capri não tem praias tradicionais de areia como nós brasileiros estamos acostumados, mas sim pequenos espaços com pedrinhas na beira da água cristalina. Existem beach clubs privados para passar o dia, com entrada paga, com restaurantes (leia mais abaixo), mas também alguns lugares gratuitos. As duas principais praias públicas são de fácil acesso, uma fica bem ao lado do porto da Marina Grande e a outra, do lado oposto da ilha, na Marina Piccola.

COMER E BEBER:

Em média, os preços das refeições em Capri são mais altos do que em outras cidades italianas próximas, como Nápoles e Roma. Mas, em meio a restaurantes caros e estrelados, também é possível encontrar alguns mais em conta para quem quiser passar pelo menos uma noite na ilha e não comer apenas sanduíches, paninis e pedaços de pizza. Existem vários beach clubs privados, que de fato não são baratos. No primeiro dia, almoçamos em um deles, o Bagni di Tiberio, onde terminamos nosso passeio de barco e ficamos na praia até o fim da tarde. Comemos lá de entrada a melhor salada caprese (típica de Capri, com mozarela, tomate e manjericão) de toda a viagem, por 14 euros, e um prato de peixe frito do dia com legumes, por 30 euros, que dividimos em duas pessoas (vieram dois peixes). Mas a maioria dos pratos principais são individuais e saem no mínimo uns 20 euros. A entrada nesta praia particular custa 12 euros, mais 7 euros cada cadeira, ou 12 euros uma espreguiçadeira e 6 euros um guarda-sol. Porém, logo ao lado tem um espaço público para quem preferir apenas esticar a toalha no chão e curtir a praia sem pagar nada. É um lugar paradisíaco, com a cor do mar bem esverdeada, onde dizem que antigamente era a praia favorita do imperador Tibério, ao lado de ruínas romanas. Para chegar lá, há um barco de graça para clientes, saindo da Marina Grande, mas também rola tranquilamente fazer uma caminhada de 1,5 km a partir deste mesmo porto.

À noite, a Piazzetta de Capri fica animada durante a alta temporada, com bares ao redor e movimento nas ruas próximas. Vale a pena andar por ali e parar para comer ou apenas beber e petiscar onde mais agradar. Seguindo uma indicação, nós jantamos no Ristorante Verginiello, um prato individual de massa com camarão, por 16 euros, e um um ravioli caprese, por 15 euros. Curtimos e achamos um ótimo custo-benefício. Para um autêntico “gelato” italiano de sobremesa, a sorveteria Buonocore é sensacional, com direito à casquinha do sorvete feita na hora. Seja onde for, não deixe também de pelo menos experimentar uma dose de limoncello, o licor de limão típico desta região da Itália. Se ainda tiver pique, grana no bolso e quiser esticar a madrugada, a Taverna Anema e Core é uma das baladas mais frequentadas, mas espere pagar no mínimo 30 euros para entrar. Nós acabamos não entrando nela, mas a diversão em Capri já estava garantida com dois dias muito bem aproveitados.

IMPERDÍVEL:

– O passeio de barco ao redor da ilha é a melhor maneira de aproveitar as belezas de Capri, e vale muito pegar um barco privativo ao invés de excursão.

– Entre tantos mirantes, é a partir dos Jardins de Augusto de onde se tem a melhor vista panorâmica, com o mar azul abaixo e os Faraglioni.

– Apesar de Capri ser um destino caro, tente evitar a correria do bate-volta em um dia e durma pelo menos uma noite na ilha.

QUER SABER MAIS SOBRE CAPRI ? ACESSE TAMBÉM:

Site de turismo sobre Capri

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 89 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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