Quando foi a Granada e León: Novembro de 2016
Quanto tempo: 1 dia em cada cidade
Nicarágua tinha tudo para ser o lugar que mais odiaria nessa vida. Mas os sensacionais passeios pelos vulcões Masaya e Cerro Negro, perto das cidades de Granada e León, mudaram a minha impressão inicial do país . Não é difícil entender o motivo. Já viajei um pouco por esse mundo e nunca havia tido qualquer problema com fronteiras. Mais: em meu mochilão para cruzar a América Central, subindo a partir de Cartagena de veleiro até o arquipélago de San Blás e chegando a Puerto Lindo, no Panamá, e voltando de Cancún, no México, não havia tido qualquer dificuldade com imigrações até então. Foram cinco minutos para entrar no Panamá e ainda menos tempo na Costa Rica.
Foi, então, que, após cinco horas de viagem de ônibus entre El Tanque e Peñas Blancas, tive pela primeira vez na viagem o receio de não poder cumprir o roteiro como havia desenhado. Basicamente, porque ao chegar à fronteira da Costa Rica com Nicarágua, logo no primeiro posto de checagem, estranharam o fato de eu ser brasileiro e estar viajando pela região. Fiz cara de desentendido, a mais sincera possível – e natural, claro! – e, depois de uma consulta ou outra através de rádio de comunicação, me liberaram para que apresentasse os documentos aos oficiais mais adiante.
Fim da penúria? Não, mesmo. Foram 30 minutos ou mais de encheção de saco, idas e vindas com meus documentos para cópia e pedido, inclusive, para que apresentasse dinheiro e visto americano até que fosse liberado. Fiquei com a impressão de que brasileiros não são bem-vindos, mas isso muda de ano para ano e você pode ter mais sorte. Um pesadelo que logo se converteu em alívio e começou a mudar de figura com a proposta de um casal de suíços que me propôs carona na sequência até Rivas, cidade base para quem deseja conhecer a Ilha de Ometepe, na Nicarágua.
A princípio, estava nos meus planos. No entanto, deixei a sua beleza natural para trás, a festa Sunday Funday em San Juan Del Sur da mesma forma por questão de logística e decidi ir direto para Granada e depois León. No fim das contas, acompanhado sempre pelo charme das cidades coloniais, seus vulcões e aventuras, foram alguns de meus melhores dias em todo o mochilão.
DA FRONTEIRA ATÉ GRANADA:
A exemplo de todo o resto do continente, os deslocamentos entre uma cidade e outra na Nicarágua são feitos basicamente de chicken bus ou van.
Como havia pensado inicialmente em fazer a viagem a partir da fronteira, tive de refazer meus planos com a carona para Rivas. Após me despedir do casal de suíços, caminhei por mais de cinco quadras até chegar ao mercado local e, em mais uma prova de que a sorte estava, mesmo, mudando, encontrar um chicken bus prestes a sair. Foram duas horas de viagem, a primeira 1h30 em pé e a meia hora final sentado. Foram 5 dólares. Talvez preço de turista, mas, como havia acabado de chegar, estava atordoado da imigração e ainda me ambientando entre os ‘nicas’, como são chamados os nicaraguenses, não me importei.
O desembarque em Granada acontece no centro. Por sugestão de outros mochileiros, acabei indo parar no Oasis hostel, próximo das principais atrações locais, pagando 10 dólares em quarto compartilhado, com excelente café da manhã incluso, piscina, uma das melhores áreas de convivência que encontrei e quartos com roupa de cama e lockers.
VULCÃO MASAYA:
Fiz o check-in às 16h. Uma hora depois, estava entrando em uma van com destino ao Vulcão Masaya, a 30 km dali. Fechei o tour ali mesmo no hostel, por 20 dólares. Esse era o meu principal objetivo ao ir para Granada e o passeio acontece exatamente à noite. É o melhor horário para fazer a subida de carro até o topo do vulcão e, então, visualizar o mar de lava a partir do mirante. Esse é um dos três únicos no mundo em que você pode ter essa experiência e, por isso, ainda mais especial. São apenas 15 minutos em sua cratera e depois todos são convidados a se retirar.
Na noite, aproveitei para conhecer uma das cervejas locais, a Toña, e jantar antes de descansar. Na manhã seguinte, andei por todo o seu centro histórico, passando por pontos como a Iglesia de La Merced, a Catedral, o Parque Central e o Convento e Museu Santo Domingo. Depois, embarquei mais uma vez em uma van e seguir viagem agora para León ao meio-dia, por 15 dólares, em trajeto que demora cerca de 3 horas.
LEÓN E O VOLCANO BOARDING:
Quando rascunhei meu roteiro inicial, não havia pensado em ir a León. Com um mês e pouco disponível para percorrer toda a América Central, pretendia passar pela Ilha de Ometepe e depois Granada. A mudança de planos, no entanto, acabou vindo a calhar: me pôs na rota para León e, também, abriu a possibilidade de não ter de cruzar posteriormente Honduras, como amadurecia a ideia de não fazer, fazer uma parada rápida em El Tunco, em El Salvador, e seguir direto para a Guatemala em uma viagem duríssima de 16 horas em uma van.
Antes de tudo isso, havia León, claro. O atrativo aqui era outro. Mais uma vez, um vulcão, porém, a ser explorado de uma forma diferente: praticando o volcano boarding. Podemos resumir a aventura à descida do vulcão ativo Cerro Negro sentado em uma prancha de madeira segurando uma corda com as mãos e tendo os seus pés como freio no percurso que pode durar dois minutos e pouco ou cinco. A velocidade depende apenas de você. Fiz a quinta maior, com 45 km/h. O recordista do dia chegou a 82 km/h. Assustador? Talvez e, como qualquer outro esporte radical, existe o risco.
Em León, fiquei no Big Foot hostel, com donos brasileiros, pagando 10 dólares a diária em quarto compartilhado. Lugar com excelente bar, restaurante melhor ainda, localização perfeita e reconhecido na cidade pelos passeios até o Cerro Negro. O passeio dura cinco horas, custou 31 dólares e inclui transporte até o local, guia, material para descida, cerveja na volta e ainda um mojito ao retornar ao albergue. Quando fui, recomendaram a compra de um lenço para proteger o nariz e a boca da entrada de pedrinhas do vulcão – se eu pudesse te dar um conselho nessa vida, serie esse!
O volcano boarding é sensacional, mas não deixe de observar, também, o visual que o acompanhará na subida de 1h até o topo do vulcão. E, se ainda sobrar tempo – e pernas – na volta, não deixe de caminhar pelas ruas de León e conhecer também a sua noite. O ponto de partida com certeza será no próprio Big Foot acompanhado de uma Toña!
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Oi! Adorei o artigo!
Gostei bastante da Nicarágua. León pra mim foi a melhor cidade de todas. Tirando todos os vulcões que fizemos na redondeza, a cidade é um charme, bem preservada e com uma atmosfera super legal!
Também tenho alguns textos sobre a Nicarágua em geral. Dá uma olhadinha lá se puder.
http://www.feriascontadas.com/destinos/america-central/nicaragua/
Grande abraço! 🙂
Gabriela.
Oi Gabriela, tudo bem? Legal! Gostamos bastante da Nicarágua também. São muitos lugares interessantes mesmo, curtimos bastante San Juan del Sur e a festa Sunday Funday. Abraço