Quando fui a Petra: Outubro de 2011
Quanto tempo: 1 dia
Entre as 7 Maravilhas do Mundo Moderno, Petra é provavelmente a menos conhecida nos países ocidentais, talvez por ficar localizada em uma região onde conflitos às vezes dificultam o turismo. Esta espetacular cidade esculpida em rochas, no entanto, é um dos monumentos mais impressionantes que já visitei, um verdadeiro tesouro do Oriente Médio, que fica na Jordânia, justamente um dos países mais tranquilos e pacíficos desta área da Ásia.
Bem ao lado está a pequena cidade de Wadi Musa, que conta com hotéis e pousadas preparadas para receber os turistas. Também conhecida como a Cidade Rosa, Petra (que significa “pedra”, em grego) foi um importante centro comercial e, em 312 a.C., se tornou a capital dos Árabes Nabateus, povo que controlava as rotas e caravanas de seda e especiarias na região. Em uma área de 264 km2, estão espalhadas várias esculturas e construções gigantescas, com destaque para a Câmara do Tesouro (Al-Khazneh). Este imponente sítio arqueológico só foi descoberto pelo mundo ocidental em 1812, reencontrado por um arqueólogo suíço.
Estive por lá em outubro de 2011, durante mochilão pelo Oriente Médio. Petra foi sem dúvida um dos pontos altos da viagem, e a Jordânia se mostrou ser um país seguro, mais “fácil” e mais evoluído em relação às outras nações árabes ali por perto, como Síria, Líbano, Palestina e Egito (e também um pouco mais caro), além de ser o único entre esses que tem boa relação com a vizinha Israel. Como paz é sempre bem-vinda e uma das grandes maravilhas do mundo está ali, já há motivos suficientes para classificar Petra como um daqueles destinos inesquecíveis e imperdíveis.
TRANSPORTE:
Fui até Wadi Musa em uma viagem de ônibus saindo de Amã, a capital da Jordânia, em trecho de 240km feito em cerca de três horas. Paguei 5 JD -dinar jordaniano- (7 dólares) em um micro-ônibus local, que parte sempre que estiver cheio, mas existem linhas de ônibus de empresas melhores que fazem o mesmo trajeto. Após conhecer Petra, fechei um tour para conhecer o deserto de Wadi Rum, e depois disso desci de táxi até Aqaba para cruzar a fronteira com Israel, em Eilat.
Algumas pessoas conhecem Petra fazendo um day trip a partir de Israel, já que muitas agências oferecem este passeio, e o visto para a Jordânia é facilmente tirado na fronteira. No entanto, vale a pena ficar mais tempo no país para aproveitar o sítio arqueológico e outras atrações com mais tranquilidade.
HOSPEDAGEM:
Passamos a noite no Valentine Inn, um hotel simples, normalmente frequentado por mochileiros, mas bem tranquilo, e com interessante decoração árabe. Pagamos 15 dólares por um quarto duplo, com jantar típico incluído no preço, servido no terraço em uma tenda tipicamente beduína.
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PETRA:
Visitei Petra em apenas um dia, comprando tranquilamente o ingresso na bilheteria na hora por 50JD (70 dólares). Para quem tem mais tempo ou gosta de uma passeio mais detalhado, também existem os tickets para dois dias de visita, por 55JD, e para três dias, por 60JD. O sítio arqueológico ocupa uma área de 246 km2, então é impossível conhecer tudo em um dia, mas neste tempo é possível ir aos principais pontos, se você tiver pique e disposição.
O passeio começa com uma caminhada de 1,2 quilômetros por dentro do Siq, um cânion estreito com paredões gigantescos de pedra dos dois lados. No final dele, a grande recompensa: a chegada ao Tesouro, ou Al-Khazneh, a construção mais famosa de Petra, um imponente templo de 40 metros de altura, que já serviu de cenário para filmes como Indiana Jones e a Última Cruzada. Perto dali, há uma trilha de uns 45 minutos de subida, e do alto é possível ter uma visão panorâmica do lugar.
Seguindo o caminho, passamos pela Rua das Fachadas, com centenas de tumbas esculpidas na rocha vermelha, e depois pelo Teatro Romano, com capacidade para 3 mil pessoas. Também existem diversas outras esculturas, obeliscos, altares para sacrifícios, colunas e museus no trajeto, além de restaurantes e tendas vendendo artesanatos e souvenirs.
Não entramos nesses lugares, pois nosso objetivo era chegar na segunda construção mais importante de Petra, o Monastério. Para isso, tivemos que andar por mais 2 quilômetros, subindo 800 degraus. Para os mais preguiçosos, durante todo o percurso há pessoas oferecendo o aluguel de burrinhos ou charrete, mas é bom ficar esperto com o preço e negociar bem para não ser enganado. Chegamos no nosso destino final, que vale o esforço diga-se de passagem, e depois voltamos tudo a pé novamente, saindo da Cidade Rosa já no horário do pôr do sol.
Um jeito diferente de ver Petra é fazer o passeio “Petra by Night”, que acontece três vezes por semana, nas noites de segunda, quarta e quinta-feira. Por 17 JD (24 dólares), você percorre o caminho do Siq até o Tesouro, com várias velas iluminando a escuridão e um bonito visual, com direito a chá árabe e música beduína no final.
O QUE MAIS FAZER:
Fora Petra, a cidade de Wadi Musa mesmo não oferece nenhum outro atrativo de destaque. O único lugar mais interessante para beber à noite e comer algum prato típico é o Cave Bar, que fica em uma caverna toda de pedra de mais de 2 mil anos e diz ser o bar mais antigo do mundo. Fica localizado bem ao lado da entrada de Petra e tem música beduína ao vivo em determinados dias da semana. Vale pela curiosidade do lugar e para saborear uma cerveja local Petra, mas não espere nada muito agitado.
IMPERDÍVEL
– Mesmo se tiver apenas um dia em Petra, não se limite apenas ao Tesouro. Vale a pena caminhar e ir até o Monastério.
– Petra é o destaque do país, mas a Jordânia tem outros destinos bem interessantes para conhecer, como o deserto de Wadi Rum.
– Assim como na maioria dos países árabes e áreas turísticas, pechinche sempre e negocie bem qualquer compra para não ser enganado.
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