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HVAR: o que fazer, como ir, dicas de viagem desta ilha croata

A ilha da moda no mar Adriático, destino mais famoso da Croácia
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Quando fui a Hvar: Agosto de 2010 e Julho de 2022

Quanto tempo: 2 dias e 3 dias

A ilha mais famosa e mais visitada da Croácia não decepciona. Hvar, que chegou a ser uma colônia grega e depois parte do império romano, é uma cidade com várias construções históricas. Mas atualmente quem viaja pra lá busca mais diversão e natureza do que história. Já há alguns bons anos é a ilha da moda no Mar Adriático, destino badalado para curtir o verão europeu aproveitando belas praias e, claro, muitas festas, tendo como pano de fundo vários “barquinhos”, iates e veleiros de sei lá quantos pés. O nível é alto!

Estive em Hvar duas vezes. Na primeira, em agosto de 2010, fui com um grupo de amigos, em viagem pelo país que também incluiu Novalja, Zadar, Split e o parque de Plitvice Lakes (na ocasião, priorizamos as festas e não tivemos tempo de ir até Dubrovnik). Na segunda vez, em julho de 2022, já casado, desta vez coloquei Dubrovnik no roteiro (mas também com festas e muita praia), além de Bol, e ainda fomos para a Bósnia.

Com uma diferença de 12 anos entre minhas duas viagens, algumas coisas mudaram por lá. A estrutura da ilha melhorou, a comunicação em inglês ficou mais fácil. Antes, eram raras as pessoas mais velhas e nos serviços do dia a dia que sabiam o idioma da Terra da Rainha. Com isso, para quem só aprendeu a falar “Hvala” (“Obrigado”) em croata, a mímica ou uma mistura de línguas era necessário para um entendimento. O aumento do turismo também fez os custos subirem, mas ainda assim, mesmo na alta temporada de julho e agosto, é possível achar hospedagem e restaurantes com bom preço para a média da Europa Ocidental. Não custa lembrar que a temporada de verão é entre maio e setembro, quando é possível aproveitar o que a ilha oferece de melhor. Fora deste período, com clima ruim, sem a mesma boa energia e lugares fechados, a viagem não faz muito sentido.

Se tivesse que escolher apenas um lugar da Croácia para visitar, eu diria que a escolha é Hvar, ilha que mistura um pouquinho de cada coisa boa que este país integrante da ex-Iugoslávia tem pra oferecer: história, belezas naturais, agito para quem gosta e também tranquilidade para quem prefere. Mistura também milionários e mochileiros em busca dos mesmos objetivos nas férias. Com tanta praia paradisíaca, sol, cerveja, gente bonita e elegante, os anos vão se passado, e Hvar definitivamente não sai de moda!

Split é a principal cidade de onde saem barcos para Hvar. Várias empresas operam esta rota, então é só escolher a que se adequa melhor ao dia e horário de sua viagem. A maioria dos barcos é similar, no estilo catamarã, demora cerca de 1 hora no mar e te deixa direto no centro de Hvar. Na alta temporada de verão, a frequência de saídas diárias é bem maior do que no restante do ano. Mas para quem precisa ir em um horário específico, vale garantir o ticket com pelo menos um dia de antecedência. No site Croatia Ferries é possível consultar todas as informações.

Em 2010, estávamos em Zadar, e pegamos uma van que fechamos lá na rodoviária até Split, cidade que nessa ocasião foi apenas um ponto de passagem para nós. Logo que chegamos, pegamos um ferry da empresa Jadrolinija rumo à ilha de Hvar, comprando ali na hora mesmo. Como já era fim da tarde, o barco que tinha disponível era mais lento, foi um trajeto de 2 horas, por 47 kunas (7 euros) na época. Além disso, o ferry chegou no porto de Stari Gradi, do outro lado da ilha. De lá, tivemos que pegar um ônibus que demora uns 20 minutos até o centro de Hvar (Hvar Town), onde chegamos à noite. Em 2022, saímos de Split para ir até Hvar, mas decidimos passar o dia em Bol, que fica na ilha de Brac, quase no caminho. Com isso, pegamos um ferry de Split para Bol, pela Krilo Shipping Company, por 120 kunas (16 euros) e 1 hora de duração. Depois, de Bol para Hvar, pela Jadrolinija, pagamos 130 kunas (17 euros) e foram 50 minutos, comprando tudo poucos dias antes direto no porto de Split. Por fim, para voltar de Hvar para Split, fomos no barco da TP Line, por 120 kunas (16 euros) e 1 hora no mar.

Para chegar a Split, há voos partindo de diversas cidades europeias, inclusive de companhias aéreas low cost. Para quem está em outras cidades da Croácia, é bem tranquilo pegar ônibus até Split. Saindo de Dubrovnik, também tem a opção de barcos que vão até Hvar.

Para circular no centro, em Hvar Town, é possível caminhar para conhecer as praias mais próximas, principais bares e a vida noturna. Para explorar pontos mais distantes da ilha é necessário algum meio de transporte. Até existem ônibus, mas a forma mais prática é alugar um quadriciclo, moto ou carro. Quando eu fui para a Croácia pela primeira vez, não existiam tantos lugares que alugavam aqueles quadriciclos 4×4, e o preço estava altíssimo, bem diferente do que acontece na Grécia, por exemplo. Hoje em dia, no entanto, a estrutura melhorou, a oferta está maior e facilitou esse tipo de locomoção. Para ir a ilhas próximas ou mesmo a praias mais afastadas na ilha principal, também há algumas linhas de barcos regulares (táxi boat) ou a opção de alugar um barco.

HOSPEDAGEM:

O melhor custo-benefício de hospedagem em uma viagem para Hvar costuma ser o aluguel de apartamento. Na viagem com amigos em 2010, apenas um dia antes da nossa chegada, tínhamos reservado pela internet um apartamento para seis pessoas, mas estávamos em dez. No entanto, com uma boa conversa e contando com a boa receptividade do senhor croata, conseguimos resolver a situação e arrumar cama para todos. O nome do lugar é House Kokolo, bem localizado perto do centro, e pagamos 140 kunas (20 euros) por pessoa a diária.

Em 2022, ficamos hospedados em um ótimo apartamento, Apartments Gordana Buzolic, por 63 euros a diária para duas pessoas. Um quarto, banheiro, pequena sala de jantar integrada com a cozinha e varanda. Bem agradável e com a simpatia da proprietária. Boa localização, próximo de onde eu tinha ficado na vez anterior, a uns 10 minutos caminhando para o centro.

Os hotéis no centro não costumam ser baratos durante o verão e hostels podem lotar rapidamente, mas é importante não ficar afastado dali, onde rola todo o agito. Uma boa alternativa é mesmo alugar um apartamento, normalmente com preços melhores. Atualmente, a maioria dos apartamentos estão anunciados nos principais sites de reserva de hospedagem. Antes, em muitos casos era preciso pesquisar em sites locais e negociar direto com os proprietários.

– FAÇA AQUI A SUA RESERVA PELO BOOKING.COM OU HOSTELWORLD.COM

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O QUE FAZER:

​Quando temos pouco tempo disponível para ficar em um lugar, é preciso definir suas prioridades para aproveitar melhor. Na minha primeira viagem à Croácia, com apenas dois dias em Hvar, nosso esquema foi ir às praias próximas ao centro e depois curtir o fim de tarde e a noite com muita cerveja nesta área. A praça principal de Hvar Town é a Trg Svetog Stjepana, a partir de onde a cidade começou a se desenvolver no século XIII. Ela fica bem ao lado do porto e conta com várias lojinhas, restaurantes, bares, tendas com souvenirs e artesanatos. É lá também que estão algumas construções históricas, como a Catedral de Santo Estêvão, a Torre do Relógio, o Palácio Hektorovic, a Galeria Cívica e o Arsenal (teatro municipal). Quase tudo na ilha gira em torno desta praça, sempre movimentada com muitos iates enormes e luxuosos atracados ali, barcos e pessoas chegando e saindo. Ali perto também fica o Mosteiro Franciscano, e na parte alta da ilha está a Fortaleza Espanhola, de onde rola uma bela vista panorâmica.

Durante o dia, algumas boas praias (todas de pedra, nada de areia por lá) podem ser alcançadas com uma pequena caminhada desde o centro, várias outras apenas com algum meio de transporte. Algumas tem só uma pequena faixa de praia mesmo, com muita gente tomando sol em cima das pedras. Nas duas vezes que estive em Hvar, nós fomos na bela praia Pokonji Dol, localizada em uma baía que tem uma ilhota de mesmo nome em frente. Lugar de fácil acesso perto do centro, uns 20 minutos a pé desde o porto, precisa apenas descer a pé uma pequena trilha em um barranco, nada muito complicado. A praia é tranquila, sem ondas, costuma ficar cheia no verão e tem boa opção de restaurante para almoçar.

Mas para quem pretende explorar melhor outros cantos da ilha e/ou é menos boêmio, existem mais lugares que podem ser conhecidos. Alugando moto ou carro, dá para rodar em outras regiões na própria ilha de Hvar. Algumas das principais praias são Milna, Zavala, Ivan Dolac e Dubovica. Também vale citar lugares como Vrboska, conhecida com a Pequena Veneza por causa do canal, e Brusje, onde estão os campos de lavanda. Na minha segunda viagem, ficamos três dias em Hvar e, em um deles, fomos às Ilhas Pakleni, um conjunto de pequenas ilhas que ficam logo em frente. Lá, são várias praias de água cristalina, num clima de tranquilidade. Nós fomos primeiro na Palmizana, que conta com boa estrutura de restaurantes, cadeiras e guarda-sóis, mas o espaço da praia é pequeno e estava muito cheio no dia. No canto direito, achamos um ponto mais tranquilo. Depois, também conhecemos a Zdrilca e a Mlini, duas que ficam em uma mesma ilha. A Mlini é a mais bonita delas na nossa opinião, com menos estrutura, mais espaço e menos gente, portanto mais agradável. Ainda há outras praias por ali, como a Jerolim, Vlaka e Okorija.

Para ir até as principais praias nas Ilhas Pakleni, existem linhas regulares de pequenos barcos saindo do porto de Hvar, que fazem o trajeto de ida e volta em horários definidos. É a maneira mais econômica de ir, foi o que fizemos e compramos os bilhetes na hora. Mas atenção, é difícil se deslocar entre essas pequenas ilhas, a maioria dos barcos fazem apenas a rota direta de Hvar para cada ilha separadamente. No nosso caso, para ir de Palmizana até Zdrilca/Mlini, demos sorte. Tivemos que convencer um barqueiro e pagar a mais para ele desviar o caminho e fazer este trajeto. Outra opção é fechar um passeio de barco que para em várias praias durante o dia. Para quem está em um grupo com mais gente, financeiramente pode ser uma boa, além de dar a liberdade de explorar mais lugares. Um passeio também bastante recomendado é para a Blue Cave, no qual você entra em uma caverna cercada pelo mar azul do Adriático. É um tour com distâncias mais longas, que normalmente inclui paradas na ilha de Vis, como a Green Cave, e dura manhã e tarde.

Por muitos anos, era muito comum entre os turistas alugar um pequeno barco a motor que você mesmo podia pilotar (custava a partir de uns 60 euros para o dia todo), para ir a ilhas e praias próximas. Para isso, antes era preciso mostrar apenas uma carteira de habilitação de carro mesmo. No entanto, as autoridades croatas mudaram as regras recentemente e proibiram a ousadia. Quando fomos em 2022, apenas quem tinha habilitação de barco podia alugar e pilotar sozinho. Para quem não tem, a alternativa é contratar junto um skipper (piloto de barco) que as próprias agências oferecem.

ONDE COMER:

No centro de Hvar, ao redor do porto, há uma variedade de restaurantes e bares, com diferentes tipos de comida. Alguns têm o preço mais elevado, mas há boas opções mais em conta, incluindo fast-foods com pizza ou hambúrguer. Em uma pequena travessa, meio escondido, jantamos no Mediterraneo Dine & Wine um ótimo risoto de frutos do mar, individual, por 120 kunas (16 euros), e taça de vinho por 40 kunas (5 euros). Excelente restaurante. Também comemos um dia à noite no Bar Lola, um ambiente mais animado para beber também, cardápio com petiscos e “street food”, com porções entre 14 e 18 euros em média.

Na praia de Pokonji Dol, no restaurante Pokonji Dol, almoçamos lula grelhada, 140 kunas (18 euros) pelo prato individual. Na mesma praia também há o restaurante Mustaco, com cardápio variado para comer e beber. Uma cerveja na praia custa cerca de 4 euros, e uma boa ideia para economizar é comprar antes no supermercado e levar em uma bolsa térmica.

BARES E FESTA:

A partir da tarde até o início da noite, o tiro certo do agito é o Hula-Hula Hvar Beach Bar, na beira do mar, perto do centro. Apesar de ser localizado em uma praia bem apertada, praticamente um deck em cima das pedras, é lá onde rola música, cerveja, belo pôr do sol, gente bonita, topless e tudo mais que um verão que se preze tem que ter. Mais de uma década se passou entre as duas vezes que estive em Hvar, e o Hula-Hula continua sendo o point. Imperdível! O que mudou foram os preços, que aumentaram. Em 2022, paguei 65 kunas (8,50 euros) em uma cerveja long neck e 300 kunas (40 euros) em uma jarra de 1 litro de drink misturado com bebida destilada.

À noite, não faltam bares ao redor do porto e nas ruazinhas próximas. Um dos lugares mais concorridos é o Carpe Diem Bar, alto nível, que fica lotado até cerca de 1h da manhã. O Kiva Bar é outro bem popular, tem preços melhores e também costuma encher, com música comercial e público mais jovem. Curtimos bastante o Lola Bar, com mesas ao ar livre, som bom e ambiente descontraído. Depois, para a madrugada, uma das opções de balada era o Veneranda. Mas a festa mais interessante e mais concorrida é no Carpe Diem Beach, localizado em uma pequena ilha chamada Stipanksa, logo em frente de Hvar. O local funciona de dia (como beach club) e à noite (como balada). Para chegar lá, barcos saem constantemente do porto no centro e fazem o trajeto em menos de 10 minutos. Em 2010, pagamos cerca de 8 euros para a entrada, mas os tickets variam de valor conforme o dia e a atração. Em 2022, fomos lá em uma festa oficial do Ultra Europe, dias depois de ir a este festival de música eletrônica em Split. Apesar de as bebidas serem caras (13 euros por um gin tônica sem choro) e ter alguns “reis do camarote” por lá, vale a pena conhecer. O som rola até o sol nascer e o lugar, a maior parte a céu aberto, é irado, com vários sofás espalhados e um clima bem “festa na praia”. Vale lembrar ainda que Hvar faz parte da rota do Yacht Week, uma viagem de veleiros com festas no verão.

Fazendo uma comparação da balada entre dois destinos bastante procurados na Croácia, naquela viagem de jovens, alguém definiu bem a diferença: “Hvar é muito pagação, enquanto Novalja é mais pegação”. Hvar é muito mais conhecida do que Novalja. Com isso, um pouco mais estruturada e certamente mais cara. O turismo por lá já é coisa que acontece há bem mais tempo do que nesta outra ilha, por isso, o perfil dos turistas também muda. Na média, são pessoas mais ricas, de nacionalidades mais variadas (isso significa também mais brasileiros) e há mais famílias (mas hoje também muitos jovens). Isso não quer dizer que uma ilha seja melhor do que a outra, são estilos diferentes, depende do gosto de cada um. Se o foco for festa, os dois lugares valem a visita. No combo geral, na minha opinião, Hvar leva vantagem. Não por acaso, é a mais procurada pelos turistas.

IMPERDÍVEL

– Fim de tarde no bar Hula-Hula, com direito a muita cerveja, pôr do sol na praia, DJ e bastante gente curtindo o verão europeu.

– Hvar não é uma ilha barata e fica cheia no verão, mas é possível lugar apartamentos com bom preço perto do centro.

– Para quem quiser sair um pouco do agito e aproveitar belas praias mais tranquilas, vale pegar o barco para as Ilhas Pakleni.

QUER SABER MAIS SOBRE HVAR ? ACESSE TAMBÉM:

Site oficial de turismo de Hvar

Blog A Viagem Certa

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 89 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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