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CINQUE TERRE: guia para visitar, o que fazer, como ir

De trem e barco, explorando os cinco vilarejos com casinhas coloridas na encosta da Ligúria
Publicado em:

Quando fui a Cinque Terre: Abril de 2018

Quanto tempo: 2 dias

Em um país com tanta história e diferentes paisagens espalhadas pelo seu território, um destino pitoresco se destaca em meio a tanta coisa legal que atrai turistas do mundo inteiro à Itália: Cinque Terre. Você pode até não conhecer este nome, mas muito provavelmente já viu fotos daquelas casinhas coloridas encravadas na encosta à beira-mar. São cinco simpáticos vilarejos da época medieval na região da Ligúria, bem próximos um do outro, que podem ser explorados de trem, barco ou a pé percorrendo trilhas. Seja qual for a forma escolhida, a certeza é de visuais espetaculares.

Estivemos lá em abril de 2018 durante dois dias, tempo em que visitamos todas as Cinque Terre, ou cinco terras: Monterosso al Mare, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore. Além disso também fomos a Portovenere, considerada a sexta terra, e a La Spezia, cidade um pouco maior onde nós ficamos hospedados. Muita gente visita esses cinco lugares em apenas um dia, até é possível, mas a pressa sempre atrapalha se a intenção é sentir o clima de um típico vilarejo italiano, beber um vinho e comer frutos do mar com calma ou aproveitar as praias, por exemplo. Fazer um bate-volta sem dormir na região é ainda menos recomendado, já que o pôr do sol e a tranquilidade das ruazinhas com ótimos restaurantes à noite são uma atração a mais.

Quando ir a Cinque Terre também é uma questão importantíssima. Ir no inverno é furada, e pegar dias nublados e chuvosos pode comprometer bastante a viagem. A melhor época é de abril até outubro, sendo que julho e agosto são os meses mais quentes e consequentemente mais lotados de turistas. Nós fomos na segunda quinzena de abril, não estava tão cheio de gente e ainda demos sorte de pegar dias de muito sol, com até 24 graus, em uma semana de calor atípico na Europa para esta data. Pudemos inclusive nadar no mar gelado e cristalino, fatores que certamente contribuíram para melhorar ainda mais nosso conceito sobre este destino paradisíaco na Itália.

TRANSPORTE:

​Para chegar a La Spezia, cidade onde ficamos hospedados, pegamos um trem saindo de Roma, onde estávamos antes. Compramos o bilhete com antecedência pela internet, no site da Trenitalia, por 22 euros cada, em uma viagem de 3 horas e 40 minutos. Para ir embora, pegamos um trem até Pisa, a cidade mais próxima que encontramos com voo a bom preço para voltar a Paris. Esse trajeto ferroviário durou 1 hora e custou 11 euros, em ticket comprado no dia lá na estação mesmo.

As Cinque Terre estão localizadas entre La Spezia, que fica ao sul, e Levanto, ao norte. Para visitá-las, existem basicamente três opções: trem, barco e a pé. Nós usamos as duas primeiras, o que é uma boa escolha para conhecer a região de duas maneiras distintas. Também é possível ir de carro, mas as estradas são sinuosas e os estacionamentos são distantes dos vilarejos, já que neles os veículos não circulam. Por isso, ir dirigindo não é a melhor das ideias, é desaconselhável.

Trem: No primeiro dia, fizemos tudo de trem, comprando o 5 Terre Card, por 16 euros, passe que dá direito de usar os trens de forma ilimitada durante um dia, além de também poder caminhar por todas as trilhas. Esta é a forma mais prática e mais rápida de conhecer as cinco terras, já que todas elas têm estação e a frequência de horários é grande. De La Spezia até Monterosso, a “terre” mais distante, são apenas 25 minutos, com as paradas. Mas não espere nenhum visual extraordinário do mar neste trajeto, já que a maior parte da ferrovia fica por dentro da montanha.

Barco: No segundo dia, pegamos o barco, que só funciona de abril a outubro e proporciona um visual legal dos vilarejos, bem de frente. Porém, o tempo de viagem é bem mais longo, acaba sendo muito mais um passeio do que um meio de transporte. Do porto de La Spezia até Monterosso demora 1h20, incluindo as paradas no caminho em cada “terre”. Das cinco, a única em que o barco não para é Corniglia. Por outro lado, ele atraca em Portovenere, a sexta terra, onde o trem não chega. Os tickets da empresa Consorzio Marittimo Turistico 5 Terre custam 35 euros para um dia, ida e volta, com subidas e descidas ilimitadas do barco, ou 26 euros apenas para ida e um sentido, também podendo subir e descer à vontade. Para poupar tempo, uma sugestão é pegar o barco e descer apenas no vilarejo mais longe, aproveitando o visual no trajeto e em todas as paradas, depois voltar de trem e ir parando nas outras terras.

Trilhas: Existem trilhas que percorrem as encostas, a principal delas é a chamada Sentiero Azzurro, que liga todas as cinco terras, mas boa parte delas está fechada para o público depois das fortes chuvas de 2011 que causaram desmoronamentos. Um dos trechos mais agradáveis, a romântica Vila dell’Amore, que vai de Riomaggiore a Manarola, também segue interditado e com previsão de reabertura somente em 2021. Nós não chegamos a ir a pé de um vilarejo a outro, caminhamos apenas no início de algumas trilhas, até pontos que proporcionam um bela vista panorâmica para fotos.

HOSPEDAGEM:

Ficar hospedado em uma das Cinque Terre provavelmente é a melhor escolha, mas os preços de hotéis e pousadas costumam ser altos, principalmente na alta temporada. Por economia, optamos por dormir em La Spezia, cidade que fica logo ao lado, de fácil acesso. Estávamos em quatro pessoas e alugamos pelo Airbnb um apartamento de dois quartos, bem localizado próximo à estação de trem, por 90 euros a diária. Ótima opção para usar como base. Foi bem tranquilo e rápido para ir de trem até os vilarejos e mesmo para voltar à noite depois de jantar.

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​AS CINCO TERRAS:

Casinhas coloridas encravadas na encosta, pequenas ruas íngremes sem carros, escadarias, mar azul esverdeado com água cristalina, bons restaurantes, lojinhas de souvenirs, santuários, sorveterias, cones de frutos do mar fritos, molho pesto, limão, vinho e aquele ambiente bem italiano são alguns dos atrativos que você vai encontrar em cada uma das Cinque Terre. Mas apesar das semelhanças entre elas, cada um desses charmosos cinco vilarejos que começaram a ser construídos na era medieval tem suas próprias particularidades. Nós visitamos cada um deles e escrevemos abaixo o que vimos.

Monterosso al Mare: É a “terre” mais antiga, fundada no ano 643, a maior delas e também a que tem a melhor e mais extensa praia, de pedrinhas com areia e com a cor do mar que é um absurdo. Tem boa estrutura de hotéis, restaurantes e bares na orla. É o vilarejo que se diferencia mais dos outros cinco, por ter uma área mais plana do que os demais e com construções mais espalhadas entre a parte velha e nova da cidade. Passamos uma manhã e início da tarde em Monterosso, aproveitando praia e sol, e foi um dos pontos altos da viagem.

Vernazza: É uma das terras mais fotogênicas. Chegando nela, caminhando uns 15 minutos de subida na trilha sentido Monterosso, chega-se a um mirante de onde há uma vista panorâmica espetacular de Vernazza, uma foto digna de cartão-postal. O vilarejo ainda conta com um castelo que se destaca na paisagem.

Corniglia: É o vilarejo que recebe menos turistas, por ser o único que não é uma parada do barco e pela distância da estação ferroviária até o centrinho. Depois do trem, ainda é preciso pegar um ônibus ou fazer uma considerável caminhada. Como Corniglia fica bem no alto, também é difícil descer até a praia, o que não acontece nas outras. De qualquer forma, esse certo isolamento pode ser um ponto positivo. Destaque também para a bonita vista do mar, a pacata praça central, as ruazinhas apertadas e os vinhedos em terraços na encosta.

Manarola: É também um dos lugares com mirante que rende aquelas típicas fotos características de Cinque Terre, com várias casinhas coloridas, a partir de um local no alto de fácil acesso a uma curta distância a pé. Lá embaixo, logo ao lado do porto de Manarola, existe um bom ponto para nadar na água gelada, próximo das pedras onde as pessoas costumam ficar tomando sol.

Riomaggiore: É a “terre” mais próxima de La Spezia, foi lá que vimos um espetacular pôr do sol no primeiro dia, sentados nas pedras ao lado do pequeno e simpático porto do vilarejo. Este belo visual está no Top 10 Pôr do sol do Bora Viajar Agora. Vale a pena comprar umas cervejas ou garrafa de vinho, ou sentar no bar ali perto, e apreciar este momento sem pressa. Riomaggiore ainda conta com uma pequena praia de pedras e água cristalina e uma curta trilha na encosta que liga a estação de trem ao centro. Foi lá também que fizemos uma das melhores refeições na Itália, um jantar daqueles pra ficarem marcados, no restaurante Il Grottino, com um prato de frutos do mar grelhados e outro de risoto de marisco, por 18 euros cada um.

Portovenere, a sexta terra: Apesar de não fazer parte das Cinque Terre, fica bem ao lado, tem características algumas parecidas e outras distintas, e portanto vale muito ser visitada na mesma viagem. É uma cidade cercada por muralhas, um pouco maior do que as demais, com bons restaurantes, bares, lojas e um imponente castelo medieval. Não há estação de trem em Portovenere, mas é possível ir de barco ou de ônibus a partir de La Spezia.

IMPERDÍVEL:

– Vale a pena pegar o barco, mais demorado, até a “terre” mais longe para ver todas a partir do mar, mas a sugestão é voltar de trem, mais rápido, e parar nas outras.

– Visite as Cinque Terre sem pressa, para aproveitar bem os ótimos restaurantes e especialidades locais como o cone de frutos do mar, sorvetes e vinhos.

– Cada vilarejo tem sua particularidade especial, tente ir nos seis: a praia de Monterosso, o pôr do sol de Riomaggiore, os mirantes de Manarola e Vernazza…

QUER SABER MAIS SOBRE CINQUE TERRE ? ACESSE TAMBÉM:

Site do Parque Nacional de Cinque Terre

Tiago Lemehttps://www.boraviajaragora.com/
Jornalista, autor do Bora Viajar Agora, atualmente morando em Paris, trabalhando como freelancer. Já visitei 87 países. Os posts escritos neste blog são relatos de minhas viagens, com dicas e informações para ajudar outros viajantes.

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